Título da obra: Rhythmical Writing


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Rhythmical Writing
,
1984
,
Paulo Garcez
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Paulo Moacir Mário Gomes Garcez (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 1945 - idem 1989). Pintor, gravador, desenhista, artista intermídia. Em 1970, Garcez estuda no Centro de Pesquisa de Arte, no Rio de Janeiro, com Bruno Tausz (1939) e Ivan Serpa (1923 - 1973), de quem recebe convite para trabalhar e estudar em seu ateliê, entre 1971 e 1972. Nesse ano participa da exposição 11º Premi Internacional Dibuix Joan Miró, em Barcelona, Espanha. Recebe uma bolsa de estudo do governo alemão, por meio do Deutscher Akademischer Austauschdienst [Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico] (Daad), para frequentar, no biênio 1975 - 1976, a Escola de Arte de Hamburgo, onde estuda com Almir Mavignier (1925). Realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, em 1975, no mesmo ano participa da exposição coletiva, na Crearco Gallery, em Lausanne, Suíça. Expõe na Bienal de Veneza, em 1978 e, no ano seguinte, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Postumamente, em 1993, ocorre a mostra Visions from Brazil: The Drawings of Paulo Gomes Garcez, no The Lowe Art Museum, em Coral Gables, Miami, Estados Unidos.
A obra de Paulo Garcez propõe a aproximação entre desenho e escrita, ao mesmo tempo que apresenta uma reflexão sobre a representação. Suas pequeninas figuras desenhadas em sequência, em escala digital, remetem a antigos hieróglifos, dotadas porém de humor e malícia. Ao contrário do alfabeto latino, em que cada letra representa um som, os hieróglifos são ideográficos, ou seja, pretendem ligar de maneira sintética o sinal gráfico àquilo que representa. Garcez, desse modo, joga com um duplo mimetismo: o relativo à representação do homem e o da escrita, pois é uma espécie de escrita que suas pequenas figuras tentam forjar. Por isso, ao olhar um de seus desenhos ou uma obra como Ritmo, 1980, o espectador é levado a proceder como se estivesse diante de um texto escrito, "lendo" o desenho da esquerda para a direita, tentando agrupar as figuras em unidades semânticas que confiram sentido ao conjunto, quando combinadas. É também por mimetizar a escrita que, nessas obras, o plano pictórico não tem nenhuma hierarquia espacial: o que está escrito (ou desenhado) acima ou no centro não apresenta maior peso visual do que o que está posto abaixo ou nas laterais.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Fundació Joan Miró (Barcelona, Espanha)
Galeria Bonino
Galeria Bonino
Nobé Gallery (Nova York, Estados Unidos)
Fundação Cultural de Curitiba
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Galeria d'Arte della Casa do Brasil (Roma, Itália)
Galeria Bonino
SILVEIRA, Dôra (Coord.). Espelho da Bienal. Curadoria Ruben Breitman; versão em inglês Jullan Smyth; texto Mário Pedrosa e Paulo Reis; apresentação Italo Campofiorito. Niterói: MAC-Niterói, 1998. [16] p., 11 cartões-postais.
RJmac 1998Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: