Flavio-Shiró
![Les patients du Dr. Sand, 1972 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/002218024019.jpg)
Les Patients du Dr. Sand, 1972
Flavio-Shiró
Têmpera sobre anuário telefônico
21,00 cm x 29,00 cm
Texto
Biografia
Shiro Tanaka (Sapporo, Japão 1928). Pintor, gravador, desenhista e cenógrafo. Chega ao Brasil em 1932, e instala-se com a família numa colônia japonesa em Tomé-Açu, no Pará. Reside em São Paulo a partir de 1940. Estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas, onde conhece Octávio Araújo (1926-2015), Marcelo Grassmann (1925-2013) e Luiz Sacilotto (1924-2003). Por volta de 1943 tem contato com Alfredo Volpi (1896-1988) e Francisco Rebolo (1902-1980) integrantes do Grupo Santa Helena. Em 1947, integra o Grupo Seibi. No ano seguinte, trabalha na molduraria do pintor Tadashi Kaminagai (1899-1982). Com bolsa de estudo, viaja a Paris, onde permanece de 1953 a 1983. Estuda mosaico com Gino Severini (1883-1966), gravura em metal com Johnny Friedlaender (1912-1992) e litografia na École National Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes]; e freqüenta o ateliê de Sugai e Tabuchi. Na década de 1960, participa do movimento artístico brasileiro e integra o Grupo Austral (Movimento Phases) de São Paulo. Dedica-se à abstração informal, desde a década de 1950. A partir dos anos 1970, suas telas apresentam sugestões de figuras, por vezes seres fantásticos ou monstruosos. Em 1990, é publicado o livro Flávio-Shiró, pela editora Salamandra. A exposição Trajetória: 50 Anos de Pintura de Flavio-Shiró é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e no Hara Museum of Contemporary Art, em Tóquio, em 1993, e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1994.
Análise
Após iniciar sua carreira com obras figurativas, de caráter expressionista, Flávio-Shiró dedica-se à abstração informal a partir da década de 1950. Cria obras nas quais se destacam a gestualidade da pincelada e as superfícies carregadas de matéria, empregando freqüentemente o negro e cores escuras ou neutras.
No início dos anos 1960, Shiró deixa surgir uma possibilidade de desenho em quadros nos quais passa gradativamente a utilizar planos de fundo claros, em contraste com as imagens escuras. Em algumas telas, apresenta formas orgânicas, aproximando-se da figuração, como em Delfica (1963). Como nota o crítico de arte Reynaldo Roels Jr (1952-2009)., desde os anos 1970, o foco central de suas telas se desloca para a figura, mesmo que ela não seja facilmente discernida. A partir de então, as figuras, muitas vezes sugestões de seres fantásticos ou monstruosos, aparecem com toda força em suas telas, em contextos abstratos.
Shiró trabalha com a consciente ambigüidade entre figuração e abstração. Destacam-se em seus quadros a paleta contida, as texturas elaboradas e o equilíbrio entre grafismos e mancha cromática. Para Roels Jr., Shiró é um artista que aborda contradições inerentes à pintura contemporânea, como abstração e representação, e objetividade e subjetividade.
Obras 43
Anatomia da Guerra
Atrée
Crepúsculo do Século
Délfica
Exposições 258
-
4/1947 - 5/1947
-
-
-
20/10/1951 - 23/12/1951
-
10/11/1951 - 12/1951
Feiras de arte 2
-
29/4/2010 - 2/5/2010
-
12/5/2011 - 15/5/2011
Mídias (1)
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Fontes de pesquisa 12
- BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 18., 1985, São Paulo, SP. Expressionismo no Brasil: heranças e afinidades. São Paulo: Fundação Bienal, 1985.
- FLAVIO-SHIRÓ. Flávio Shiró: pinturas. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1985. il. color., foto p.b.
- FLAVIO-SHIRÓ. Flávio-Shiró. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 1999. 16 p., il. p.b. color.
- FLAVIO-SHIRÓ. Flávio-Shiró: obras recentes. Rio de Janeiro: Galeria Saramenha - Galeria Estampa, 1986. il. p.b. color.
- FLAVIO-SHIRÓ. Pastéis de Flavio Shiró. São Paulo: Galeria de Arte Global, 1974. , il. p&b, color.
- FLÁVIO-SHIRÓ. Tradução Beatrice Tanaka; introdução Wilson Coutinho; edição Marcos da Veiga Pereira. Rio de Janeiro: Salamandra, 1990. 189 p., il. color., fotos.
- LEITE, José Roberto Teixeira. 500 anos da pintura brasileira. [S.l.]: Log On Informática, 1999. 1 CD-ROM.
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- LOURENÇO, Maria Cecília França. Vida e arte dos japoneses no Brasil: 80 anos da imigração japonesa no Brasil. Apresentação Fujio Tachibana, Pietro Maria Bardi; comentário Tomoo Handa, Teiiti Suzuki; tradução Antonio Nojiki. São Paulo: MASP, 1988. 110 p., il. color.
- PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
- SCHENBERG, Mario. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988.
- TEMPOS de guerra: Hotel Internacional / Pensão Mauá. Curadoria Frederico Morais. Rio de Janeiro: Galeria de Arte Banerj, 1986. (Ciclo de exposições sobre arte no Rio de Janeiro).
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
FLAVIO-SHIRÓ.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8624/flavio-shiro. Acesso em: 06 de fevereiro de 2023.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7