Título da obra: Bambuzal [estudo]


Reprodução fotográfica Iara Venanzi/Itaú Cultural
Paisagem com Bambus (tríptico)
,
1995
,
Antonio Henrique Amaral
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Antonio Henrique Abreu Amaral (São Paulo, São Paulo, 1935 - idem 2015). Pintor, gravador e desenhista. Inicia sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), com Roberto Sambonet (1924-1995), em 1952. Em 1956, estuda gravura com Lívio Abramo (1903-1992) no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1958, viaja para a Argentina e o Chile, onde realiza exposições e entra em contato com Pablo Neruda (1904-1973). Viaja para os Estados Unidos em 1959, estudando gravura no Pratt Graphics Center, em Nova York. Voltando ao Brasil em 1960, trabalha como assistente na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, e conhece Ivan Serpa (1923-1973), Candido Portinari (1903-1962), Antonio Bandeira (1922-1967), Djanira (1914-1979) e Oswaldo Goeldi (1895-1961). Paralelamente à carreira artística, atua como redator publicitário. No início da carreira realiza desenhos e gravuras que se aproximam do surrealismo. A partir da metade da década de 1960, sua produção passa a incorporar a temática social, elementos da gravura popular e da cultura de massa, aproximando-se também da arte pop. Em 1967, lança o álbum de xilogravuras coloridas O Meu e o Seu, com apresentação e texto de Ferreira Gullar (1930) e capa de Ruben Martins (1929-1968), em que apresenta uma crítica ao autoritarismo vigente no país. Passa a dedicar-se predominantemente à pintura. Recebe em 1971 o prêmio viagem ao exterior do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro e viaja para Nova York. Retorna ao Brasil em 1981.
Conhecido principalmente pela série de pinturas em torno das Bananas, realizada de 1968 até 1975, Antonio Henrique Amaral inicia sua trajetória artística com desenho e gravura. O aprendizado com o gravurista Lívio Abramo foi fundamental para sua formação artística, pois ensina a impor disciplina a seu traço. Do mestre retém apenas a técnica. Seu estilo, que já apresenta considerável veia surrealista, é inspirado em artistas como Roberto Matta (1911-2002), Paul Klee (1879-1940), Joan Miró (1893-1983), entre outros, de quem absorve o equilíbrio entre o automático psíquico e o rigor formal.
Mudanças de ordem política e cultural marcam seu trabalho nos anos 1960, que começa a incorporar elementos da gravura popular e a figuração extraída da cultura de massa, como a publicidade e o graffiti. Violência, sexo e política são temas tratados no uso recorrente de imagens de generais e bocas. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas O Meu e o Seu (1967), no qual revela de forma sintética a questão da interiorização do autoritarismo.
A busca por símbolos que remetam a uma situação, e cujos sentidos são construídos e reiterados no decorrer de suas aparições, é algo constante na produção de Antonio Henrique Amaral. Se de início elege as bocas e a figura do general, presentes também em suas primeiras pinturas, de meados dos anos 1960, é na representação da banana, ou por meio dela, que o artista consegue concentrar toda sua insatisfação com o momento histórico. Índice às avessas de uma identidade nacional, a figura da banana é trabalhada em diversas situações: solitária e em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas. Como metáfora, a banana refere-se tanto à ditadura militar quanto à posição do Brasil no conjunto dos países democráticos, ao "ser" brasileiro no momento do slogan "Brasil, ame-o ou deixe-o", ao mesmo tempo em que retoma uma tradição moderna de representação do caráter nacional que se inicia com a bananeira em Tropical (1917), de Anita Malfatti (1889-1964), passando pela pintura A Negra (1923), de Tarsila do Amaral (1886-1973), e Bananal (1927), de Lasar Segall (1891-1957). Em seu "hiper-realismo" quase fantástico, com enquadramentos fotográficos e abuso de cortes transversais e close-up, Amaral retoma também uma determinada tradição da pintura de natureza-morta, nomes como Alberto Eckhout (ca.1610-ca.1666) e Rufino Tamayo (1899-1991).
Com o passar dos anos, Antonio Henrique Amaral lança mão de outras figuras-símbolo em sua pintura, criando séries com base no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas. Em rotação, tais signos adquirem "novos significados em função do encadeamento de fases e épocas de sua pintura e do relacionamento de sua obra com a realidade do país e do mundo".1
1 Morais, Frederico. In: Antônio Henrique Amaral: obra em processo. São Paulo: DBA, 1997. p. 57.
Reprodução fotográfica Iara Venanzi/Itaú Cultural
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini/Itaú Cultural
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini/Itaú Cultural
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini/Itaú Cultural
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini/Itaú Cultural
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Galeria Prestes Maia
Instituto de Arte Moderno (Santiago, Chile)
Universidad de Concpción (Concepción, Chile)
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Galeria Prestes Maia
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Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
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Petite Galerie
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
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Galeria Prestes Maia
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