Título da obra: [Sem Título]


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
[Sem Título]
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s.d.
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Alvim Correa
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Biografia
Henrique Alvim Correa (Rio de Janeiro RJ 1876 - Bruxelas, Bélgica 1910). Pintor, desenhista e ilustrador. Inicia estudos artísticos no ano de 1894 em Paris, onde assiste às aulas do pintor especializado em pinturas históricas e de temática militar Jean Baptiste Édouard Detaille (1848-1912). No ano seguinte freqüenta o ateliê de Jean Jacques Brunet (18--?-1897). e participa pela primeira vez do Salon de Paris. Em 1897, inicia uma série de estudos para a execução de um grande panorama circular intitulado Cerco à Cidade de Paris. Muda-se para Bruxelas, onde, em 1900, instala seu ateliê no bairro de Boitsfort. Em 1903, realiza uma série de ilustrações baseadas no livro The War of the Worlds [A Guerra dos Mundos], de H. G. Wells (1866-1946). Esses trabalhos, depois de submetidos à aprovação do autor, em 1905, são publicados numa edição de luxo, composta de 500 exemplares, em 1906. O conjunto dessas ilustrações constitui o ponto forte de seu trabalho. O desconhecimento de sua produção pelo público brasileiro até meados da década de 1960 deve-se ao fato de sua carreira ter-se desenvolvido inteiramente na Europa. Também contribuem para a descoberta tardia de seus trabalhos o furto e a destruição das obras de temática militar, guardados em seu ateliê, durante a invasão alemã da cidade de Bruxelas, em 1914. A esse fato soma-se o torpedeamento, em 1942, pelas tropas alemãs do navio que transportava para o Brasil as obras gráficas (originais e matrizes) de sua autoria.
Comentário Crítico
Alvim Correa vive no Rio de Janeiro até 1890, quando se muda com a família para Lisboa e depois para Paris. Em 1894, inicia aprendizado artístico com Jean Baptiste Edouard Detaille (1848-1912), famoso pintor de temas militares, e freqüenta no ano seguinte o ateliê de Jean Jacques Brunet (18--?-1897). Expõe no Salon de Paris, em 1895 e 1896, trabalhos com temática de guerra, gênero que não abandona até o fim da vida. Em Esboço do Panorama do Cerco de Paris (ca.1896), explora a paisagem ampla, com seus detalhes topográficos e insere pequenas figuras de soldados, elaboradas de forma a reforçar a imagem de brutal violência do conflito.
Em 1898, muda-se para Bruxelas após o casamento com Blanche Barbant, filha do gravador Charles Barbant (séc. XIX). Com o nascimento do primeiro filho, para prover o sustento da família, é obrigado a exercer atividades em áreas como as de decoração mural e desenho publicitário. No primeiro decênio do século XX, realiza sua obra mais notável: ilustra o romance de ficção The War of the Worlds [A Guerra dos Mundos], de H. G. Wells (1866-1946). O artista explora com habilidade as oposições tonais, como o contraste entre o negrume das trevas e a luz ofuscante. Povoados por seres fantásticos, os desenhos aproximam-se, segundo a pesquisadora Maria Stella Teixeira de Barros, do imaginário simbolista e principalmente da obra de Alfred Kubin (1877-1959) e de Félicien Joseph Victor Rops (1833-1898).
O fascínio pelo tema da guerra, além de advir do estudo com Detaille, pode ter surgido pelo contato com as batalhas de Pedro Américo (1843-1905), expostas na pinacoteca da Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), como aponta o crítico Alexandre Eulálio (1932-1988), e com os panoramas realizados por Victor Meirelles (1832-1903) na década de 1880. Seus desenhos, no entanto, não mantêm o heroísmo sedutor e reluzente da guerra, mas apresentam um aspecto sombrio, de melancolia e desamparo.
Alvim Correa escreve algumas peças de teatro e textos teóricos sobre arte. Destacam-se, também, em sua obra os desenhos e as pinturas de paisagens, reais ou imaginárias, com cenários oníricos, fantásticos, nas quais é possível perceber o conhecimento das gravuras japonesas ukiyo-e. Alguns desses trabalhos são voltados à criação de uma atmosfera de terror. O artista realiza caricaturas e paródias, além de desenhos de inspiração erótica, assinados com o pseudônimo de Henri Lemort [Henrique, o morto]. Falecido prematuramente, aos 34 anos, Alvim Correa, na passagem do século XIX para o XX, deixa uma obra diversificada e complexa, singular no cenário artístico nacional e internacional.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
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Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Fernando Chaves
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
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Reprodução fotográfica autoria desconhecida
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Reprodução fotográfica Horst Merkel
Reprodução fotográfica/ Horst Merkel/ Itaú Cultural
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
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Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp)
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Galeria Arte Global (São Paulo, SP)
Museu Nacional de Belas Artes. Sala Bernardelli (Rio de Janeiro, RJ)
Museu Lasar Segall
Fundação Casa de Rui Barbosa
Fundação Bienal de São Paulo
Galeria Encontro das Artes (São Paulo, SP)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Museu Nacional de Belas Artes. Sala Bernardelli (Rio de Janeiro, RJ)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Fundação Bienal de São Paulo
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Fundação Bienal de São Paulo
Fundação Bienal de São Paulo
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