Título da obra: Os Condenados

Os Condenados
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1973
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Zelito Viana
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Eduardo Coutinho
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Cláudio Marzo
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Isabel Ribeiro
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Dib Lufti
José Viana de Oliveira Paula (Fortaleza, Ceará, 1938). Produtor e diretor. Muda-se para o Rio de Janeiro aos 4 anos de idade. Cursa a Escola Nacional de Engenharia, forma-se em 1960 e, com bolsa de estudo, parte para França e Alemanha.
Em 1964, volta ao Brasil e aproxima-se do cinema por incentivo do amigo Leon Hirszman (1937-1987). É convidado por Glauber Rocha (1939-1981) para fundar a Mapa Filmes e tornar-se produtor de seus projetos.
Entre 1969 e 1973, produz filmes e dirige curtas-metragens, como A Máquina Invisível (1970) e Rodovia Belém-Brasília (1973). Estreia como diretor de longas-metragens em Minha Namorada (1971). Em 1971, dirige a comédia erótica em episódios O Doce Esporte do Sexo. Em 1973, colabora com a criação da Associação Brasileira de Documentarista, cujo objetivo é articular políticas para o cinema documental no Brasil.
Em 1973, filma Os Condenados, primeira adaptação cinematográfica da obra de Oswald de Andrade (1890-1954). Entre 1969 e 1990, trabalha na Embrafilme como assessor de Roberto Farias (1932). Em 1977, realiza Morte e Vida Severina, baseada na obra homônima de João Cabral de Mello Neto (1920-1999). Em 1979, lança o longa Terra dos Índios. Dirige o programa de TV Chico Total e torna-se diretor da Globo Vídeos.
Retorna ao cinema com Avaeté, Semente da Vingança (1985). Nos anos 1990, dedica-se à sua produtora e realiza comerciais, programas institucionais e televisivos.
Em 2000, finaliza a cinebiografia Villa-Lobos – Uma Vida de Paixão. Retoma o documentário de curta-metragem, com Arte para Todos (2004) e Ferreira Gullar – A Necessidade da Arte (2005). Em 2008, lança o longa-metragem Bela Noite para Voar, sobre o ex-presidente Juscelino Kubistchek (1902-1976). Atua na coordenação do Curso de Cinema da Universidade Estácio de Sá e na criação do Canal Brasil. Em 2011, realiza o documentário Augusto Boal e o Teatro do Oprimido.
A atividade cinematográfica de Zelito Viana reflete a estrutura do cinema nacional a partir de 1965. Torna-se produtor-executivo dos diretores do cinema novo e investe na direção de longas-metragens com olhar crítico. A produção de programas de TV e telefilmes também é relevante, pois lhe permite compreender as potencialidades profissionais, econômicas e culturais entre cinema e televisão no Brasil.
Inicia a carreira de diretor com ambições comerciais: Minha Namorada é uma comédia de costumes sobre os dilemas da juventude e O Doce Esporte do Sexo utiliza a combinação humor e sexo. Nas produções seguintes, afirma-se como diretor cinematográfico e adapta duas obras literárias para o cinema.
Os Condenados é um drama urbano que recebe prêmios no Brasil e no exterior, apesar das críticas quanto à qualidade artística. Morte e Vida Severina mescla linguagem documental e ficcional, para mostrar as dificuldades da população do nordeste brasileiro. A censura proíbe a exibição do filme no exterior pelas cenas de pobreza.
Terra dos Índios é o piloto de Brasil 480, série idealizada para televisão, por Zelito Viana e Leon Hirszman. O programa, entretanto, não chega à TV. Para o crítico José Carlos Avellar, nesse filme a câmera coloca-se diante do entrevistado e espera; o corpo do filme é o som. Os depoimentos de índios buscam mostrar suas misérias em diferentes áreas do país. A temática indígena é atualizada em Avaeté, Semente da Vingança.
Villa Lobos – Uma Vida de Paixão é resultado de um trabalho de mais de vinte anos. Pela história e complexidade da personalidade retratada, é recebido com pessimismo e generosidade. Para o diretor Carlos Reichenbach (1945-2012), o filme é uma obra íntegra, que cumpre aquilo que é cobrado do cinema nacional: engenho, arte, informação e respeito ao público. Esses quatro elementos condensam a trajetória de Zelito Viana.
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