Walter Burle Marx
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Biografia
Walter Burle Marx (São Paulo,São Paulo, 1902 - Akron, Estados Unidos Da América, 1990). Pianista, regente, compositor e professor. Irmão do paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994), inicia os estudos de piano com a mãe, aos 4 anos. Em seguida, recebe orientação de Luigi Chiaffarelli (1856-1923), em São Paulo, e de Henrique Oswald (1852-1931), no Rio de Janeiro, para onde se muda em 1914. Menino-prodígio, dá o primeiro recital público aos 10 anos. Em 1921, transfere-se para a Europa, onde fica até 1929. Aperfeiçoa-se na Hochschule für Musik de Berlim, no Conservatório de Basileia [onde estuda regência com o austíaco Felix Weingartner (1863-1942)] e na Royal Academy of Music, em Londres. Regressa ao Brasil em 1930, quando estreia como regente, dirigindo concertos com a cantora Bidu Sayão (1902-1999) e os pianistas Alexander Brailowski (1896-1976) e Guiomar Novaes (1894-1979). No ano seguinte, cria a Filarmônica do Rio de Janeiro, que dura até 1933. Como convidado, rege orquestras internacionais, como as filarmônicas de Hamburgo, Berlim e Munique, na Alemanha, e, nos Estados Unidos, a Filarmônica de Nova York, Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, Orquestra de Cleveland, Sinfônica de Detroit e Sinfônica da NBC. Dirige o Teatro Municipal do Rio de Janeiro entre 1946 e 1949, transferindo-se, em seguida, para os Estados Unidos. Lá, dedica-se à composição e ao ensino, lecionando, entre 1952 e 1977, na Settlement Music School, Filadelfia. Em 1987, é criada a Burle Marx Music Society, nos Estados Unidos, para promover sua música e a de outros compositores das Américas.
Comentário crítico
Amigo de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e divulgador da música brasileira, Burle Marx tem seu talento como regente reconhecido na década de 1930. Sob sua direção, a Filarmônica do Rio de Janeiro realiza 60 estreias brasileiras, incluindo a primeira performance sul-americana da Nona Sinfonia do compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827).
Uma contusão no ombro, em 1944, interrompe a carreira de regente, fazendo-o voltar-se para a composição. Produz mais de 80 obras, incluindo concertos, peças para violão solo [dedicadas ao amigo Andrés Segovia (1893-1987)] e música de câmara. Sua obra é frequentemente inspirada pelo folclore nacional, com especial atração pelas religiões afro-brasileiras. Já a ligação com os Estados Unidos se traduz em um ciclo de canções americanas. Produz quatro sinfonias: Poema Sinfônico em Homenagem a Bach (n. 1, 1945), Sinfonia Brasiliana (n. 2, 1950, dedicada a Villa-Lobos), Impressões de Macumba (n. 3, 1953, dedicada a Roberto Burle Marx) e Sinfonia para Orquestra de Câmera (n. 4, 1972).
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 6
- AZEVEDO, Luiz Heitor Corrêa de. 150 Anos de Música no Brasil (1800-1950). Rio de Janeiro: José Olympio, 1956.
- AZEVEDO, Luiz Heitor Corrêa de. Música e músicos do Brasil. Rio de Janeiro: Livraria-Editora da Casa do Estudante do Brasil, 1950.
- CACCIATORE, Olga G. Dicionário biográfico de música erudita brasileira. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
- ENCICLOPÉDIA da música brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed., rev. ampl. Organização Marcos Antônio Marcondes. São Paulo: Art Editora, 1998.
- MARIZ, Vasco. História da música no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
- SADIE, Stanley (Ed.). The New Grove dictionary of music and musicians. London: Macmillan Publishers, 1995.
Como citar
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WALTER Burle Marx.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa638009/walter-burle-marx. Acesso em: 18 de maio de 2022.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7