Yolanda Penteado
Texto
Biografia
Yolanda de Ataliba Nogueira Penteado (Leme, São Paulo, 1903 - Stanford, Estados Unidos 1983). Fazendeira, mecenas. Yolanda Penteado nasce em 1903 na Fazenda Empyreo, no interior do Estado de São Paulo. Aos 7 anos muda-se para a capital paulista com a família. Aos 16, conhece Assis Chateaubriand (1892 - 1968), um jovem jornalista de 27 anos, com quem estabelece uma amizade duradoura. Em 1921 casa-se com Jayme Silva Telles, de quem se separa em 1934. O casamento com Ciccillo Matarazzo (1898 - 1977), em 1947, dá início a seu envolvimento com as artes plásticas, gosto que compartilha com Assis Chateaubriand, que nesse ano inaugura o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp, em área na sede de seus Diários Associados. Numa temporada em Davos, na Suíça, para recuperação da saúde de seu marido, ele e Yolanda conhecem o pintor Alberto Magnelli (1888 - 1971), que os assessora na aquisição da coleção de arte que iria formar o acervo inicial do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, fundado pelo casal em 1948. Na Itália adquirem o Auto-Retrato, de Modigliani (1884 - 1920), e O Cavalo, de Marino Marini (1901 - 1980).
Inspirada nos moldes da Bienal de Veneza, a 1ª Bienal Internacional de São Paulo é inaugurada em 20 de outubro de 1951, organizada por Ciccillo e Yolanda. O espaço da bienal é projetado pelos arquitetos Luís Saia e Eduardo Kneese de Mello (1906 - 1994), e erguido no Pavilhão Belvedere, alto do parque Trianon, na avenida Paulista, onde hoje fica o Masp. São expostas 1.800 obras de 23 países, mais o Brasil. A Bienal Internacional de São Paulo é a primeira grande exposição fora do eixo Estados Unidos - Europa.
O casal Yolanda e Ciccillo comanda a organização da 2ª Bienal, que é parte das comemorações do IV Centenário de São Paulo. O evento ocorre no Pavilhão das Nações, atual Pavilhão Manoel da Nóbrega, no parque Ibirapuera, recém-inaugurado por conta do IV Centenário, com projeto de Oscar Niemeyer (1907 - 2012) e Burle Marx (1909 - 1994). A exposição é aberta em 12 de dezembro de 1953 e conta com 33 países participantes. O grande destaque é a tela Guernica, de Pablo Picasso (1881 - 1973), que pela primeira vez sai do Museum of Modern Art of New York - MoMA [Museu de Arte Moderna de Nova York], para onde havia sido enviada pelo próprio artista. Para tanto, foram marcantes os esforços de Yolanda junto ao pintor, que estava decidido a não autorizar o envio dessa obra ao Brasil. Ainda dentro das comemorações do IV Centenário, organiza o Festival Internacional de Cinema de São Paulo, realizado entre 12 e 26 de fevereiro de 1954, o primeiro do gênero no Brasil.
Yolanda ajuda na organização da 5ª Bienal, em 1959, com destaque para 30 telas de Vincent van Gogh (1853 - 1890). Em 1961, desliga-se da bienal e se separa de Ciccillo, com quem viveu por 14 anos. Em 1962 a Bienal Internacional de São Paulo se dissocia do MAM/SP, com a criação da Fundação Bienal, e o patrimônio do museu é transferido para a Universidade de São Paulo - USP, dando origem ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP. Em 1975 Yolanda escreve sua biografia, intitulada Tudo Cor-de-Rosa, com prefácio de Sérgio Buarque de Holanda (1902 - 1982).
Fontes de pesquisa 2
- BIVAR, Antonio. Yolanda. São Paulo: A Girafa, 2004.
- PENTEADO, Yolanda. Tudo cor-de-rosa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1976.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
YOLANDA Penteado.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa410456/yolanda-penteado. Acesso em: 28 de maio de 2022.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7