Título da obra: Controle de Contas


Reprodução fotográfica Iara Venanzi/Itaú Cultural
Oca
,
2004
,
Rodrigo Matheus
Reprodução fotográfica Amilcar Packer
Rodrigo Matheus (São Paulo, São Paulo, 1974). Artista visual. Gradua-se bacharel em Multimídia e Intermídia na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Realiza residência artística na Art Gallery of York's University (AGYU).
Faz parte da geração de artistas contemporâneos brasileiros que despontam a partir dos anos 2000, com trabalhos multimídia que se apropriam de imagens e objetos do cotidiano para a produção de vídeos, instalações e esculturas. Participa, desde 2002, de diversas exposições coletivas no Brasil e no exterior, como o MAM na Oca (2006), São Paulo; Luminous Echo, Microwave International New Media Arts Festival (2007), Hong Kong, China; Cover (2008), no Museu de Arte Moderna de São Paulo e Images Festival (2008), na Art Gallery of York University em Toronto, Canadá.
Realiza, desde 2003, uma série de mostras individuais. Entre elas, Engeoplan (2003), no Ateliê Caibro, São Paulo; a mostra do programa Exposições 2004 (2004), no Centro Cultural São Paulo, São Paulo, e Centurium (2004), no 27o Salão Nacional de Belo Horizonte / Bolsa Pampulha, no Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte. Além delas, a remontagem de Engeoplan (2005), na Galeria Triângulo, São Paulo; A Volta da Arquitetura (2005), no Centro Universitário Mariantônia, São Paulo; O Mundo em que Vivemos (2008), na Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, levada como The World we Live in (2008) para a galeria Diaz Contemporary em Toronto; Handle with Care (2010), no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo e Hollywood, na Galeria Silvia Cintra + Box 4 (2010), Rio de Janeiro.
É curador, em 2010, da mostra Sempre à Vista (Miragem), na galeria Mendes Wood em São Paulo. A exposição é paralela à Bienal de São Paulo do mesmo ano e demanda uma percepção acurada por parte do espectador, com obras mínimas, quase imperceptíveis.
O trabalho de Rodrigo Matheus articula-se em torno de uma proposta, mais que de um estilo. Sua obra se constitui com base em imagens em suportes heterogêneos e critica a produção dessas imagens. Coloca em evidência as funções delas no mundo contemporâneo. As sensações que a obra produz ganham força por meio de questões que só podem ser compreendidas pela negativa. Como técnica, a obra de Rodrigo Matheus apropria-se de elementos do cotidiano para produzir uma poética crítica.
Nessa produção heterogênea, podem ser identificados dois eixos. Em um deles, Rodrigo Matheus utiliza referências do mundo corporativo, inclusive assinando seus trabalhos como empresas fictícias. No segundo, o artista trabalha a representação da natureza, recurso histórico da arte, mas evidencia a interposição da tecnologia como recurso crítico que se coloca entre o sujeito e essa natureza dele distanciada.
Num momento de valorização da arte contemporânea brasileira, de criação de bolsas de arte e, ao mesmo tempo, de crise especulativa mundial, Rodrigo Matheus expõe – na mostra Se Vende (2010), Paço das Artes, São Paulo – como obra de arte, mesas e monitores que acompanham a oscilação das bolsas de valores no mundo. Com isso, traz elementos do mundo financeiro para a arte, ressaltando a especulação a que a mesma obra de arte está submetida.
Em outro caso (Centurium), Rodrigo Matheus cria a empresa (fictícia) Centurium, com linguagem publicitária própria, responsável pelo estabelecimento de um ambiente de controle dentro do espaço expositivo, com câmeras e objetos. O espectador, embora tenha a experiência de monitoramento em sua vida cotidiana, e, por vezes, dentro de sua própria casa, é oprimido pela obra, que questiona o medo nas grandes cidades.
Como exemplo do segundo eixo do trabalho, em Cortina de Vento (2007), o artista exibe fotografias de coqueiros ao vento em cavaletes, com o público posicionado sob a mira de um ventilador. O vento estabelece a lembrança do mar e as imagens remetem à praia. O espectador é levado do museu à experiência da natureza, por meio de uma máquina que faz vento e fotos que vêm da publicidade, num irônico distanciamento das representações que guiam o mundo. Mais que produzir sensações, a obra remete à ideia de que o contato com a natureza virgem passa, necessariamente, por explorá-la, como demonstram as fotos em linguagem publicitária. Remete, ainda, ao fato de que a preservação ambiental existe em função de sua fruição, ou em função do próprio Homem – “as praias devem ser preservadas, para que eu possa desfrutar nelas o meu verão”. Cortina de Vento questiona uma natureza inserida na lógica do consumo, e o consequente esgotamento do discurso da sustentabilidade. A mesma lógica de produção imagética de um paraíso idílico, é empregada no trabalho Waterfalls (2011), em que imagens de cachoeiras são dispostas em colagem. Já em Travel Express (2008), uma foto de paisagem é exibida num cavalete com refletores, vasos e pedras em volta, lembrando, ao estilo do artista belga René Magritte (1898-1967), que a representação da paisagem não é a paisagem. Em O Mundo em que Vivemos (2008), monitores de computador mostram imagens de paisagens retiradas de games eletrônicos, em gritante referência ao caráter representativo das imagens da natureza.
Reprodução fotográfica Iara Venanzi/Itaú Cultural
Reprodução fotográfica Amilcar Packer
Reprodução fotográfica Amilcar Packer
Reprodução fotográfica Amilcar Packer
Paço das Artes
Galeria Vermelho
Museu de Arte da Pampulha (MAP)
Casa Triângulo
Instituto Tomie Ohtake
Silvia Cintra Galeria de Arte
Museu de Arte Contemporânea (Fortaleza, CE)
Galeria Box 4 (Rio de Janeiro, RJ)
Oca (São Paulo, SP)
Pavilhão dos Estados
Museu de Arte Contemporânea de Goiás
Galeria Box 4 (Rio de Janeiro, RJ)
Espaço Cultural CPFL
Shopping Iguatemi
Paço das Artes
Galeria Baró Cruz (São Paulo, SP)
Oca (São Paulo, SP)
Oca (São Paulo, SP)
Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp)
Fundação Bienal de São Paulo
Fundação Bienal de São Paulo
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