Antonio Fernando De Franceschi
Texto
Antonio Fernando de Franceschi (Pirassununga, São Paulo, 1942 - São Paulo, São Paulo, 2021). Poeta, editor, redator, ensaísta e crítico literário. Destaca-se pela atuação no ramo editorial e por inovações no Instituto Moreira Salles (IMS), entre elas a ampliação do acervo nos âmbitos da literatura, fotografia e música.
Muda-se para São Paulo e, aos 8 anos, passa a estudar na Escola Caetano de Campos, na Praça da República. Em 1964, cursa filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL/USP)1. Integra a chamada geração dos novíssimos, de escritores como Roberto Piva (1937-2010) e Claudio Willer (1940).
De 1980 a 1984, é editor e diretor de redação da revista IstoÉ, e também escreve crítica literária em vários outros periódicos. Integra o conselho de administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), de São Paulo, de 1980 até 1990.
Lança seu primeiro livro de poemas, Tarde Revelada, em 1985, que lhe rende o Prêmio Jabuti no mesmo ano. Em 1987, recebe da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) o Prêmio Poesia com a obra Caminho das Águas. De 1987 a 1990 faz parte do conselho consultivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Entre 1993 e 1994, é diretor do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp).
Ingressa no IMS em 1990, onde aplica seu interesse por artes plásticas redigindo artigos sobre o assunto. É diretor-superintendente do IMS durante 15 anos, e atua ainda como editor da série O Escritor por Ele Mesmo e da revista Cadernos de Literatura Brasileira, com 29 edições publicadas pelo Instituto.
Incorpora no IMS acervo de fotógrafos como Maureen Bisilliat (1931), Marc Ferrez (1843-1923) e Madalena Schwartz (1921-1993). Cuida ainda do acervo de músicos como Pixinguinha (1897-1973) e Ernesto Nazareth (1863-1934). Na literatura, traz para o IMS importantes arquivos de escritores como Rachel de Queiroz (1910-2003), Clarice Lispector (1920-1977), Carolina Maria de Jesus (1914-1977) e Otto Lara Resende (1922-1992).
Participa, em 2000, do documentário Uma Outra Cidade, do diretor Ugo Giorgetti (1942), sobre a São Paulo dos poetas da Geração 60. Em 2010, lança o livro Sete Suítes, coleção de poemas em que conecta poesia e música, valendo-se do poder das palavras e do rigor formal para evocar a memória afetiva, contrapor o passado e o presente, expressar as inquietudes do ser, criando um ambiente em que se fundem tensão e melancolia.
Com distinta produção na poesia e crítica literária, e importante atuação no IMS e em outras instituições, Antonio Fernando de Franceschi contribui para o acesso e a difusão da cultura brasileira, além da preservação de acervos de notáveis artistas do país.
Nota
1. Nome utilizado de 1934 até 1968. Em 1969, a faculdade passa a se chamar Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).
Fontes de pesquisa 3
- LUCAS, Fábio. Poética do Despojamento III. Linguagem Viva, n. 258, fev 2011. Disponível em: http://www.linguagemviva.com.br/258.pdf. Acesso em: 2 jun. 2021.
- MORRE Antonio Fernando de Franceschi. Publishnews, 1 jun. 2021. Disponível em: https://www.publishnews.com.br/materias/2021/06/01/morre-antonio-fernando-de-franceschi. Acesso em: 1 jun. 2021.
- POEMAS de Antonio Fernando de Franceschi criam atmosfera de tensão e melancolia. Folha de S.Paulo, São Paulo, 13 set. 2010. Livraria da Folha. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/797605-poemas-de-antonio-fernando-de-franceschi-criam-atmosfera-de-tensao-e-melancolia.shtml?origin=folha. Acesso em: 2 jun. 2021.
Como citar
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ANTONIO Fernando De Franceschi.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa3742/antonio-fernando-de-franceschi. Acesso em: 14 de agosto de 2022.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7