Artigo sobre Ponto de Partida

Aurélio de Simoni (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1948). Iluminador. Da geração que firma o crédito de iluminador nas fichas técnicas dos espetáculos profissionais, realiza uma centena de iluminações para diretores cariocas representativos.
Abandona a carreira de militar aos 30 anos e passa a atuar inicialmente como operador de luz. Faz assistências de iluminação com Jorginho de Carvalho e assina seu primeiro trabalho em 1979, em Ponto de Partida, de Gianfrancesco Guarnieri e, em seguida, As Preciosas Ridículas, de Molière. A partir de 1980, estabelece uma parceria com Luiz Paulo Nenen, com quem cria e realiza a iluminação de uma média de oito espetáculos por ano até 1984, entre eles: Dzi Croquetes - TV Croquete Canal Dzi, criação coletiva do grupo, 1980; Poleiro dos Anjos, de Buza Ferraz, 1981; Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade (1890 - 1954), Bar Doce Bar, roteiro de Álvaro Ramos, Pedro Cardoso e Felipe Pinheiro, e As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, de Fassbinder, em 1982; A Família Titanic - a Família que Afunda Rindo, de Mauro Rasi, Folias do Coração, adaptação de Geraldo Carneiro, Quem Tem Medo de Itália Fausta, de Ricardo de Almeida e Miguel Magno, Viúva, porém Honesta, de Nelson Rodrigues, e A Terra dos Meninos Pelados, adaptação da obra de Graciliano Ramos, em 1983; Ensaio nº 1 - A Tragédia Brasileira, de Sérgio Sant'Anna, 1984, ambas direções de Bia Lessa. Em 1982, a dupla de iluminadores recebe o Troféu Mambembe pelo conjunto de trabalhos.
A partir de 1984, passa a trabalhar sozinho, realizando a iluminação para diversos diretores nos espetáculos: Emily, de William Luce, direção de Miguel Falabella, 1984; Galileu Galilei, de Bertolt Brecht, direção de Celso Nunes, 1987; A Caravana da Ilusão, de Alcione Araújo, direção de Luiz Arthur Nunes, 1993; Sermão da Quarta-Feira de Cinzas, de Padre Antônio Vieira, direção de Moacir Chaves, 1994; Lima Barreto ao Terceiro Dia, de Luís Alberto de Abreu, direção de Aderbal Freire Filho, 1995; Noite de Reis, de William Shakespeare, direção de Amir Haddad, 1997; A Capital Federal, de Artur Azevedo, direção de André Paes Leme, 1997; Bugiaria - O Processo de João Cointa, novamente Moacir Chaves, 1999. Em 2001, retoma a parceria com Luiz Paulo Nenen em Cócegas, de Ingrid Guimarães e Heloisa Périssé, 2001.
Entre 1989 e 1999, recebe 6 prêmios em teatro infantil. Nos anos de 1992, 1995, 1996 e 1997, recebe o Prêmio Shell por espetáculos adultos, entre eles Don Juan, de Molière, com direção de Moacir Chaves, com quem estabelece parcerias constantes. Seus próximos trabalhos com esse diretor são: Inutilezas, textos do poeta Manoel de Barros (1916), e Por Mares Nunca Dantes, de Geraldo Carneiro, ambas em 2002 e, no ano seguinte, Fausto, de Goethe, e Violência da Cidade, autoria do próprio diretor. Em 2003, faz a luz para o grupo Intréída Trupe, em Sonhos de Einstein. O diretor Moacir Chaves decreve o companheiro de criação: "Talvez uma das maiores virtudes de Aurélio de Simoni seja sua capacidade de observar e perceber o valor particular de cada trabalho. Sem ter tido formação acadêmica em teatro, é capaz de falar horas a fio sobre um determinado movimento teatral como se fora dele um especialista. Talvez até melhor, já que seu contato com as obras se dá de forma direta, assimilando o que elas tem de específico. E isso é, possivelmente, o que o permite transitar por espetáculos tão diversos e manter sempre um padrão de qualidade característico. Aurélio é, de certa forma, um iluminador camaleônico. A par disso, tem uma característica que o torna inesquecível para todos que trabalham com ele: uma extrema generosidade, decorrência provável do grande amor que tem pela atividade que exerce".1
1. CHAVES, Moacir. Depoimento sobre Aurélio de Simoni para a pesquisadora Johana Albuquerque. Rio de Janeiro, 09 de dezembro de 2002.
Café-concerto Rival
Teatro Cândido Mendes
Café-concerto Rival
Teatro Cândido Mendes
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