Artigo sobre Roda Viva

Pedro Paulo Rangel (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1948). Ator. Intérprete de grande domínio da palavra teatral, atua em A Aurora da Minha Vida, de Naum Alves de Souza (1942 - 2016), 1982, e em Sermão da Quarta-Feira de Cinzas, de Padre Antônio Vieira, 1994.
Começa no teatro amador e cursa o Conservatório Nacional de Teatro. Em 1968, atua em Roda Viva, de Chico Buarque (1944), e integra a montagem do Teatro Oficina para Galileu Galilei, de Bertolt Brecht, direção de José Celso Martinez Corrêa (1937).
Em 1970, integra o elenco de Jorginho, o Machão, da recém-lançada autora Leilah Assumpção (1943). Em 1971 está em Castro Alves Pede Passagem, texto e direção de Gianfrancesco Guarnieri (1934 - 2006), numa produção de Othon Bastos (1933). Atua em diversos espetáculos com direção de Antônio Pedro Borges (1940): As Desgraças de uma Criança, de Martins Pena, e A Teoria na Prática É Outra, de Ana Diosdato, que lhe vale Prêmio Estadual de Teatro como ator revelação, em 1974; Os Saltimbancos, de Chico Buarque, 1977; Uma Noite em Sua Cama, de Jean de Letràz, 1980; O Bravo Soldado Schweik, de Jaroslav Hasec, 1982. Em 1976, chama a atenção em A Longa Noite de Cristal, de Oduvaldo Vianna Filho (1936 -1974), direção de Gracindo Júnior (1943).
Em 1982, integra o elenco de A Aurora da Minha Vida, texto e direção de Naum Alves de Souza, representando três personagens diferentes e a cada uma atribuindo uma linha interpretativa. O espetáculo, que permanece três anos em cartaz, lhe vale o Prêmio Molière de melhor ator. Faz em seguida, do mesmo autor e diretor, Um Beijo, um Abraço, um Aperto de Mão, 1985, e El Grande de Coca Cola, 1986. Atua em Amor por Anexins, de Artur Azevedo, com direção de Luís Antônio Martinez Corrêa (1950 - 1987), 1986, no musical Pluft, o Fantasminha, baseado no texto de Maria Clara Machado (1921 - 2001), 1987. Em 1989, recebe o Prêmio Molière pela atuação em Machado em Cena - Um Sarau Carioca, dirigido por Luís de Lima (1925 - 2002).
Nos anos 1990, protagoniza o espetáculo de Márcio Vianna (1949 - 1996) O Circo da Solidão, 1992, e Detalhes Tão Pequenos de Nós Dois, de Felipe Pinheiro, 1993. Em 1994, interpreta o Padre Antônio Vieira no monólogo Sermão da Quarta-Feira de Cinzas, direção de Moacir Chaves (1965), que lhe vale os prêmios Mambembe, Shell e Molière. O ator, sem deixar de imbuir o tom de sua representação da essência do sermão, contrapõe ao seu caráter catequético e definito a malícia da cumplicidade. O crítico Macksen Luiz (1945) comenta seu desempenho: "O ator procura no detalhe o ponto a partir do qual fundamenta a palavra do sermão. Há um comentário sempre presente em cada uma das frases, numa atuação tão límpida na sua elaboração técnica e de uma sensibilidade de filigrana. [...] cria uma vibração e uma relação intensa com a platéia".1
Em 1996, atua em O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, com direção de, recebendo o Prêmio Cultura Inglesa, e, no ano seguinte, em Anônima, de Wilson Sayão (1949), com direção de Aderbal Freire-Filho (1941). Em 1999, faz Arte, de Yasmina Reza, com direção de Mauro Rasi (1941 - 2003).
1. LUIZ, Macksen. Um sensível trabalho de ator. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 12 nov. 1994.
Teatro Oficina
Teatro Oficina
Teatro Brigite Blair (Rio de Janeiro-RJ)
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