Olga Navarro
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Biografia
Maria Olga Narduzzo Navarro (Veneza, Itália 1915 - São Paulo SP 1993). Atriz. Intérprete de primeiro escalão comparada a Dulcina de Moraes, que se inicia junto às companhias filodramáticas de origem italiana, em São Paulo, integrando posteriormente a renovação moderna no teatro aberta por Os Comediantes.
Após cursar o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, Olga estréia, em 1924, com A Abelha de Oiro, no Teatro Glória, num grupo filodramático - como eram conhecidos os conjuntos italianos de amadores. A bem-sucedida montagem apresenta-se também no Rio de Janeiro e, em 1926, é contratada pela companhia de Jaime Costa. Sem as aptidões do canto e da dança, participa das revistas declamando poemas de Guilherme de Almeida ou Olegário Mariano.
Parte para a Itália, em 1939, resolvendo lá permanecer, na condição de enfermeira da Cruz Vermelha Internacional e, posteriormente, como atriz. Integra-se às companhias de Annibali Nincchi e de Gualtiero Tummiati, onde interpreta textos clássicos e modernos.
Volta ao Brasil em 1946, integrando-se a Os Comediantes, recém-profissionalizados numa remontagem de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, histórica encenação de Ziembinski, no papel de Mme. Clessy - ao lado de Maria Della Costa (1926-2015) e Cacilda Becker; e protagonizando com muito sucesso Desejo, de Eugene O'Neill, em 1947. No ano seguinte, integra o Teatro Popular de Arte, TPA, de Sandro Polloni e Maria Della Costa, participando de A Prostituta Respeitosa, de Jean-Paul Sartre, numa direção de Itália Fausta. Cria uma companhia própria, com Fregolente, levando A Endemoniada, de Karl Schonherr, novamente numa encenação de Ziembinski; e Nina, de André Roussin, em 1950. A partir de então, dedica-se à radionovela, nas organizações Victor Costa.
Em 1953, faz Volta Mocidade, de William Inge, uma direção de Miroel Silveira para o Teatro de Equipe. Em 1955, dirige o grupo do Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro, em Os Namorados, de Carlo Goldoni, levando o Prêmio Governador do Estado. Em 1964, integra a montagem de A Noite do Iguana, de Tennessee Williams, com o Teatro Cacilda Becker, TCB.
Em 1977, está em A Dama do Camarote, de Castro Viana e direção de Odavlas Petti.
Numa crítica ao espetáculo Nina, de André Roussin, pela companhia da atriz, o crítico Décio de Almeida Prado declara: "Olga Navarro, ao fazer a protagonista, enfrentava uma tarefa especialmente difícil. (...) [Ela], ao contrário, prima nos papéis fortes, simples e dramáticos. Não havia, portanto, grande afinidade inicial entre a atriz e a personagem. Ainda assim a interpretação de Olga corresponde ao que se espera de uma atriz que está colocada entre as quatro ou cinco primeiras do nosso teatro. Se fosse mais excêntrica, talvez a peça ganhasse em vibração cômica, mas o fato é que a sua Nina está perfeitamente desenhada e é tão verossímil quanto qualquer outra".1
Notas
1. PRADO, Décio de Almeida: Apresentação do Teatro Brasileiro Moderno. São Paulo, Ed. Perspectiva, 2001, p.157.
Espetáculos 42
Fontes de pesquisa 4
- ALMEIDA, Inez Barros de. Panorama visto do Rio: Teatro Cacilda Becker. Rio de Janeiro: Inacen, 1987.
- BRANDÃO, Tania. A máquina de repetir e a fábrica de estrelas: Teatro dos Sete. Rio de Janeiro: 7Letras : Faperj, 2002. 792.09 T253b
- MAGALDI, Sábato; VARGAS, Maria Thereza. Cem anos de teatro em São Paulo (1875-1974). São Paulo: Senac, 2000.
- MICHALSKI, Yan: Ziembinski e o Teatro Brasileiro. São Paulo: Hucitec / MEC / Funarte, 1995.
Como citar
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OLGA Navarro.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa349498/olga-navarro. Acesso em: 28 de maio de 2022.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7