Artigo sobre 1ª Jovem Arte Contemporânea

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Nos anos 1980, atua como professor nos cursos de arquitetura da Universidade Mackenzie e do Centro Universitário Belas Artes. Na década seguinte, assume cargos em instituições profissionais e culturais: diretor do Departamento Paulista do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), no biênio 1992-1993; diretor do Museu da Casa Brasileira (MCB), entre 1992 e 1995; e presidente e conselheiro da Fundação Bienal de São Paulo, de 1999 a 2002.
Bratke é reconhecido em diversas ocasiões pela atividade profissional. Em 1985, recebe o Prêmio Rino Levi na premiação anual do IAB/SP; em 1997, conquista o Prêmio pelo Conjunto da Obra, no 15º Congresso Brasileiro de Arquitetos, e o Grande Prêmio, na 3ª Bienal Internacional de São Paulo; e, em 2007, o Prêmio Conjuntos de Edifícios na 11ª Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires.
A produção do arquiteto encontra-se registrada em diversas publicações, como Cadernos Brasileiros de Arquitetura - Arquiteto Carlos Bratke, lançado em 1985, Carlos Bratke - Arquiteto/Architect, publicado em 1995 e Carlos Bratke, dois livros homônimos editados, respectivamente, em 2005 e 2009.
No caso específico de Carlos Bratke, esses novos caminhos têm como campo de provas a avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, em São Paulo. Nesse espaço, em conjunto com a Construtora Bratke & Collet, o arquiteto constrói dezenas de edifícios entre 1975 e 1995. O interesse pelo local dá-se pela oferta de terrenos de baixo custo e pelo potencial de desenvolvimento econômico da região. Frutos de investimento privado no mercado imobiliário e destinados ao setor terciário em expansão, os edifícios são construídos à medida que terrenos são adquiridos, sem planejamento prévio, seguindo apenas as normas urbanísticas vigentes. O arquiteto dedica-se à investigação da tipologia do arranha-céu, baseando-se nas demandas dos investidores, no aproveitamento máximo dos terrenos, nas disponibilidades materiais e nos requerimentos funcionais e urbanísticos.
Seguindo a conceituação do arquiteto americano Louis Kahn (1901-1974), Bratke distingue as áreas de trabalho - espaços servidos -, das de apoio e circulação - espaços servidores -, estabelecendo entre elas jogos formais distantes da contenção geométrica e do compromisso ideológico da escola paulista. Constituídos de lajes feitas de concreto armado e protendido e sustentadas por pilares periféricos em concreto armado, os espaços servidos são envelopados por cortinas de vidro, interrompidas por blocos de apoio, mais densos, recortados e verticais. Essa solução é adotada em várias obras do arquiteto, com destaque para o Edifício Morumbi Plaza, projeto de 1980, ganhador do Prêmio Rino Levi, em 1985. Apesar de consagrado, Bratke é criticado pelo filósofo espanhol Eduardo Subirats (1947), membro do júri, que não considera o edifício uma obra de arquitetura pelo vínculo do projeto com o mercado imobiliário especulativo. Bratke defende o projeto e reivindica o direito a outros preceitos de arquitetura, distintos da consagrada arquitetura moderna paulista.
Desde o final da década de 1980, como a maior parte dos arquitetos comprometidos com a construção de edifícios comerciais e de serviços, Bratke desloca a atenção dada aos elementos estruturais e funcionais para a volumetria e os materiais. A partir dessa visão, projeta prédios como esculturas de aço e vidro, de qualidade estética inferior aos produzidos anteriormente, porém, mais ajustados à nova face da cidade dos negócios.
1. BASTOS, Maria Alice Junqueira. A retomada do debate arquitetônico. In: Pós-Brasília: rumos da arquitetura brasileira. São Paulo: Perspectiva, 2003. p. 53-63.
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Fundação Bienal de São Paulo
Galeria Prestes Maia
Fundação Bienal de São Paulo
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