Título da obra: Hamilton Vaz Pereira [à direita, sentado] em cena de Aquela Coisa Toda


Registro fotográfico Djalma Limongi Batista
Hamilton Vaz Pereira [à direita, sentado] em cena de Aquela Coisa Toda
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1980
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Djalma Limongi Batista
Registro fotográfico Djalma Limongi Batista
Hamilton de Souza Pinto Vaz Pereira (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1951). Diretor, autor, ator, compositor e diretor musical. Líder do Asdrúbal Trouxe o Trombone, grupo carioca que invade a cena com temática, personagens e modo de representar próprios da geração jovem da década de 70. Sua linguagem toma como centro de investigação o cotidiano da equipe de atores e reúne uma série de princípios que definem a produção dos grupos teatrais dos anos 70.
Hamilton faz curso de teatro com Maria Clara Machado, em O Tablado, de 1968 a 1970. É aluno de Sergio Britto, no Teatro Senac, em 1972. No ano seguinte, estuda no Teatro Ipanema, coordenado por Ivan de Albuquerque e Rubens Corrêa.
Inicia carreira profissional, em 1974, em O Inspetor Geral, estréia do Asdrúbal Trouxe o Trombone, no qual atua como diretor de todos os espetáculos e como integrante - trabalhando também na produção, na trilha sonora e na finalização dos textos.
Em 1975, dirige Ubu Rei, uma irreverente versão do texto de Alfred Jarry, confirmação do talento do conjunto. Trate-Me Leão, sua terceira direção dentro do grupo, inaugura, por meio da criação coletiva, uma nova linguagem na cena teatral brasileira ao propor um teatro que fala a língua da juventude carioca de Ipanema, construído por um processo de improvisações que resulta em narrativa fragmentada. O crítico Yan Michalski considera a direção "absolutamente brilhante".
Em 1980, é a vez de Aquela Coisa Toda, agora com roteiro assinado pelo próprio Hamilton sobre uma "dispersa trupe de solitários", inspirada na experiência coletiva do grupo. Em A Farra da Terra, 1983, última montagem do grupo, o diretor constrói um roteiro baseado em imagens, textos e fotos. No Teatro Villa-Lobos, apenas vinte espectadores assistem à encenação que une atores e público no palco, se deslocam pelo espaço e usam as cadeiras da platéia como cenário. A linguagem coloquial, urbana e cômica dos primeiros espetáculos ganha um tom poético e uma ênfase musical.
Mesmo com o desmembramento do grupo, a proposta e o estilo do diretor se mantêm, mas não encontram em cena os parceiros de criação que identificavam sua linguagem - os espetáculos não trazem mais as interpretações de Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães. Inicia-se uma fase de valorização do elemento intelectual, em que as citações se sobrepõem à ação. É a fase de Ataliba, a Gata Safira, 1988, e de Nardja Zulpério, 1989. Em 1995, em 5 x Comédia, de Vicente Pereira, Mauro Rasi, Pedro Cardoso, Luis Fernando Veríssimo e Hamilton Vaz Pereira, reúne cinco comediantes de prestígio, Pedro Cardoso, Débora Bloch, Diogo Vilela, Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães, espetáculo que é sucesso de bilheteria. Em seguida, o autor e diretor retorna à interpretação livre dos clássicos, seja dos gregos, Uiva e Vocifera, 1997, ou, de William Shakespeare, Omelete, escrito por José Roberto Torero,1998.
Filho rebelde de O Tablado, formado no Teatro de Grupo dos anos 70, Hamilton torna-se um artista múltiplo, assinando sempre mais de uma criação nas fichas técnicas de seus espetáculos.
Registro fotográfico Djalma Limongi Batista
Teatro Cacilda Becker
Teatro Dulcina
Teatro Dulcina
Teatro Dulcina
Teatro Dulcina
Teatro Dulcina
Teatro Dulcina
Teatro Sesc Pompéia (São Paulo, SP)
Teatro Sesc Pompéia (São Paulo, SP)
Teatro Sesc Pompéia (São Paulo, SP)
Teatro Sesc Pompéia (São Paulo, SP)
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