Affonso Eduardo Reidy
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Biografia
Affonso Eduardo Reidy (Paris, França 1909 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1964). Arquiteto, urbanista. Forma-se, em 1930, na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Ainda estudante, foi estagiário do urbanista francês Donat Alfred Agache (1875-1934) na elaboração do Plano Diretor da cidade do Rio de Janeiro. Em 1930, após a tentativa de reorientação moderna promovida por Lucio Costa (1902-1998) no ensino da escola, ingressa como professor na cadeira de Composição de Arquitetura. Em 1931, vence, com Gerson Pompeu Pinheiro (1910-1978), o concurso para a construção do Albergue da Boa Vontade, seu primeiro projeto construído, e uma das obras pioneiras do modernismo no Rio de Janeiro. No ano seguinte ingressa, por concurso, no serviço público, como arquiteto-chefe da Secretaria Geral de Viação, Trabalho e Obras da Prefeitura do Distrito Federal. Lá permanece por 30 anos até aposentar-se no início da década de 1960, alternando os cargos de diretor do Departamento de Habitação Popular e do Departamento de Urbanismo.
Em 1934, realizando o projeto para a Escola Primária Rural Coelho Neto, trabalha em parceria com a engenheira Carmen Portinho (1903-2001), que se tornará sua companheira pelo resto da vida. Essa associação afetiva e profissional é definidora de seus rumos subseqüentes, pois Portinho, além de ser uma técnica competente, é, como diretora da Revista Municipal de Engenharia do Distrito Federal, a principal divulgadora dos projetos modernos no Brasil, nos anos 1930 e 1940. Em 1936, Reidy integra a equipe que, sob a liderança de Lucio Costa, e a consultoria de Le Corbusier (1887-1965), realiza o projeto do Ministério da Educação e Saúde - MES, marco fundamental na história da arquitetura moderna brasileira.
Em 1944 vence, com Jorge Moreira (1904-1992), o concurso para a sede administrativa da Viação Férrea do Rio Grande do Sul. Entre 1944 e 1945 é vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). Em 1948, como diretor do Departamento de Urbanismo da Prefeitura do Distrito Federal, coordena o projeto de urbanização do Centro do Rio de Janeiro, que será base para o desenvolvimento posterior do Aterro e Parque do Flamengo, 1964. Sua dedicação ao tema da habitação social se traduz nos projetos dos conjuntos Habitacional Pedregulho, 1946, e Marquês de São Vicente, 1952. Se o segundo ficou incompleto e descaracterizado, o primeiro lhe valeu o 1º prêmio na Bienal Internacional de São Paulo, em 1953, e teve grande êxito dentro e fora do país.
O reconhecimento da sua obra é selado com o projeto do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), 1953, que lança as bases do brutalismo arquitetônico no Brasil, sendo a primeira obra em concreto aparente no país. Significativamente, em 1960, é lançado na Alemanha um livro sobre a obra do arquiteto , com prefácio do crítico e secretário-geral dos Congrès Internationaux d'Architecture Moderne (CIAM), Siegfried Giedion (1893-1968).
Obras 2
Exposições 12
Fontes de pesquisa 4
- BONDUKI, Nabil. Affonso Eduardo Reidy. Lisboa: Editorial Blau, 2000, p. 24.
- CONDURU, Roberto. Razão em forma - Affonso Eduardo Reidy e o espaço arquitetônico moderno. Risco, nº 2. Disponível em: [http:www.eesc.usp.br/sap/revista_risco/index.html]. Acesso em: março 2006.
- KAMITA, João Masao. Experiência moderna e ética construtiva: a arquitetura de Affonso Eduardo Reidy. 1994. Dissertação (Mestrado) - Pontifícia Universidade Católica - PUC/RJ, Rio de Janeiro, 1994.
- XAVIER, Alberto (Org.). Depoimento de uma geração: arquitetura moderna brasileira. 2ª ed. rev. ampl. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
Como citar
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AFFONSO Eduardo Reidy.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa248693/affonso-eduardo-reidy. Acesso em: 30 de janeiro de 2023.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7