Título da obra: Retrato do Deveza


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Retrato do Deveza
,
1945
,
Ado Malagoli
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Raul Deveza (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1891 - Manaus, Amazonas, 1952). Pintor, cenógrafo, decorador e professor. Inicia formação artística no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, tendo aulas com José dos Santos e Isaltino Barbosa. Em 1914, matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde estuda com o pintor paisagista Baptista da Costa (1865-1926). Aparece ao público brasileiro pela primeira vez na Exposição Geral de Belas Artes, em 1915. Recebe medalha de bronze na exposição de 1918, e medalha de prata no ano seguinte. Em 1920, viaja a Paris, onde frequenta cursos na Acadèmie Julian e trabalha para a Revista Rio-Paris. De volta ao país, participa da Exposição Internacional realizada no Rio de Janeiro em comemoração ao Centenário da Independência (1922). Na década de 1920, inicia atividade como decorador, criando cenários e decorações para peças de teatros, clubes e desfiles de carnaval, como o da conhecida sociedade carnavalesca Tenentes do Diabo. Em 1927, conquista o 1º prêmio em um concurso de vitrines. Integra a representação brasileira enviada à Feira Internacional de Nova York, realizada em 1939. Em 1942 e 1950, recebe o Prêmio Antonio Parreiras, no Salão Fluminense de Belas Artes. Em 1948, é premiado com a medalha de ouro no Salão Nacional de Belas Artes pela tela “Camponesa búlgara”. Participa do Salão Paulista de Belas Artes, em 1952, recebendo medalha de prata. É membro da Academia Brasileira de Belas Artes (ABBA), fundada em 1948, e professor da Escola Fluminense de Belas Artes. Em 1953, recebe homenagem póstuma do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), com exposição de suas obras. Possui obras no MNBA e Museu Antônio Parreiras, em Niterói.
Aluno de Baptista da Costa, um dos principais paisagistas brasileiros no início do século XX, Raul Deveza destaca-se pelas paisagens e como retratista. Em 1921, recebe elogios da imprensa carioca pelos retratos de Mlle. Jacy e Angelo Lazary, apresentados na Exposição Geral de Belas Artes daquele ano. De fato, é por esse gênero que o pintor é lembrado por dois historiadores seus contemporâneos, Francisco Acquarone (1898-1954) e Carlos Rubens. A “serenidade e modéstia”, atribuídas por Rubens à arte de Deveza, podem ser notadas na suavidade luminosa e cromática das pinturas, que evitam contrastes marcantes e na pincelada leve e curta. Entre as personalidades que retratou, destacam-se os escritores cariocas Orestes Barbosa (1893-1966) e João do Rio (1881-1921). As mesmas características plásticas dos retratos podem ser notadas nas paisagens, influência do aprendizado com Baptista da Costa. Características que denotam, também, a atenção do artista ao gosto artístico de uma determinada clientela carioca. Diferentemente de seu mestre, conhecido pela enorme capacidade na representação da flora brasileira, Deveza opta por vistas urbanas ou paisagens com pouca vegetação. Exemplo disso é Paisagem da Bahia (1949), em que a atenção do artista concentra-se na pequena ponte em primeiro plano e as árvores típicas da região representada são apenas indicadas ao fundo.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Casa do Estudante (Rio de Janeiro, RJ)
Galeria Prestes Maia
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Galeria Prestes Maia
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: