Título da obra: Retrato de Mário Pederneiras


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Diante do Espelho
,
1926
,
Marques Júnior
Biografia
Augusto José Marques Júnior (Rio de Janeiro RJ 1887 - idem 1960). Pintor e professor. Estuda na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), a partir de 1905, como aluno de Baptista da Costa (1865-1926), Eliseu Visconti (1866-1944), Zeferino da Costa (1840-1915) e Bérard (1846-1910). Recebe o Prêmio Viagem ao Exterior em 1916, com a tela Harmonia em Verde, viajando para Paris em 1917, onde permanece até meados de 1922. Frequenta na Académie Julian, o ateliê de Jean-Paul Laurens (1838-1921) e o de Adolphe Dechaenaud (1868-1929) na Académie de la Grande Chaumière, onde estuda os impressionistas, sobretudo Pierre-Auguste Renoir (1841-1919). Perde quase todos os seus trabalhos num incêndio em seu ateliê, em 1921. De volta ao Brasil em 1922, é nomeado docente de pintura da Enba. Rege as cadeiras de desenho figurado (de 1934 a 1937) e de pintura (de 1938 a 1948). Em 1948 torna-se livre-docente da II cadeira de desenho artístico e, em 1950, catedrático de desenho de modelo vivo. Em 1952, é escolhido vice-diretor da Enba. Faz sua primeira exposição individual em 1922, na Galeria Jorge, no Rio de Janeiro. Expõe em São Paulo em 1923, com Hélios Seelinger (1878-1965) e em 1935, com Henrique Cavalleiro (1892-1975). É presidente da Sociedade Brasileira de Belas Artes e membro efetivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan). É responsável pela decoração do restaurante da antiga Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, e pelas ilustrações do livro O Rio de Janeiro no tempo dos vice-reis, de Luiz Edmundo, publicado em 1951.
Comentário Crítico
A bibliografia sobre pintura no Brasil afirma a pouca influência que teve o impressionismo e o divisionismo sobre os artistas brasileiros. Além de Eliseu Visconti (1866-1944), são raros os artistas brasileiros que tenham se interessado e aprofundado o contato com essas vertentes artísticas de fins do século XIX. Ao que parece, apenas nas gerações que dão continuidade à sua formação artística (através das bolsas e prêmios de viagem ao exterior) nos anos 1920 na Europa é que desperta um interesse pela produção impressionista, quando a mesma vive um momento de assimilação pelo gosto dominante e pelo mercado de arte internacional. Marques Júnior é um exemplo de artista que volta seu olhar para essa produção. Estuda sobretudo Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), e dele assimila estratégias como a pintura ao ar livre, a representação da luz atmosférica e da cor relativa (o contrário da cor local). Tais recursos demorarão a ser apreciados pelo público brasileiro, que fará notar seu estranhamento diante de cabelos azuis e maçãs do rosto verdes, como os que vemos em seu Auto-Retrato, hoje na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp). Nesse trabalho, a clássica pose do artista que se auto-retrata é composta através de pinceladas curtas e vibráteis, que conseguem, sobretudo na representação da pele, obter aquela variedade de tons característica da percepção atenta da incidência da luz sobre as superfícies. Embora de envergadura modesta, a obra de Marques Júnior é um exemplo a ser melhor estudado para a compreensão do meio artístico brasileiro da primeira metade do século XX, de seus descompassos e caminhos abortados.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini/Itaú Cultural
Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Palácio das Arcadas (São Paulo, SP)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Paço das Artes
Galeria de Arte Banerj
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Fundação Edson Queiroz
Fundação Bienal de São Paulo
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