Título da obra: Vista Panorâmica de Sabará


Vista da Cidade de São José do Rio Preto
,
1886
,
Georg Grimm
A partir de 1987 a cidade passa a se chamar São José do Vale do Rio Preto, Rio de Janeiro
Johann Georg Grimm (Kempten, Alemanha 1846 - Palermo, Itália 1887). Pintor, professor, decorador. Freqüenta a Academia de Belas Artes de Munique entre 1868 e 1870, onde provavelmente estuda com Karl von Piloty (1826-1886) e Franz Adam (1815-1886). Após uma viagem pela Itália, Grécia, Turquia, Palestina e norte da África, dirige-se em 1878 para o Brasil. Realiza freqüentes viagens para o interior do Rio de Janeiro e Minas Gerais, e produz estudos de paisagens e fazendas de café. De 1882 a 1884, torna-se professor interino da cadeira de paisagem, flores e animais da Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). Em meados de 1884, rompe com a Aiba devido às crescentes divergências com a diretoria e outros professores, provocadas pela sua descrença na metodologia de ensino da instituição. Reúne então um grupo de artistas, mais tarde conhecido como Grupo Grimm, integrado por Castagneto (1851-1900), Caron (1862-1892), Garcia y Vasquez (ca.1859-1912), Francisco Ribeiro (ca.1855-ca.1900), Antônio Parreiras (1860-1937), França Júnior (1838-1890) e Thomas Driendl (1849-1916), com quem exercita a prática da pintura ao ar livre. Entre 1885 e 1886, viaja por cidades do Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde realiza obras por encomenda. Em 1887, retorna à Europa.
Johann Georg Grimm, filho de carpinteiro, na juventude trabalha como pastor de cabras e exerce profissões ligadas ao artesanato, entre elas pintura de paredes de residências. Freqüenta a Akademie der Bildenden Künste [Academia de Artes Visuais], em Munique entre 1868 e 1870. Segundo o historiador Carlos Maciel Levy (1951), é possível que tenha sido aluno dos importantes mestres de Munique Karl von Piloty e Franz Adam. Em 1870, participa como militar da Guerra Franco-Prussiana, ocasião em que se torna amigo do combatente e pintor Thomas Driendl, que em 1881 também se transfere para o Rio de Janeiro. Após uma viagem pela Itália, Grécia, Turquia, Palestina e norte da África, em 1878, Grimm vem para o Brasil.
Ao chegar, trabalha com o decorador alemão Friedrich Anton Steckel pintando paredes de residências. Em 1882, a Sociedade Propagadora das Belas Artes organiza pela primeira vez uma exposição pública fora da Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), realizada no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Grimm participa com mais de 100 trabalhos, - a maioria pintada fora do Brasil -, que representam cerca de um quarto de todas as obras expostas. Entretanto, essas pinturas foram perdidas e pouquíssimas são hoje conhecidas. Segundo Gonzaga Duque (1863-1911), crítico contemporâneo ao pintor: "Em duas, três ou cinco horas fazia-se, em frente de suas telas, uma viagem ao redor do mundo. A natureza dos países em que Jorge Grimm esteve nos aparecia irradiante de luz e de cor, diante dos nossos olhos vadios, acostumados às tintas pálidas, anêmicas, miseravelmente doentias da maior parte de nossos paisagistas". Viaja freqüentemente para o interior do Rio de Janeiro e Minas Gerais, e produz estudos de paisagens e fazendas de café com intuitos documentais. Sua pintura apresenta forte preocupação com a luminosidade e a observação da natureza. Embora as telas de Grimm representem enorme quantidade de detalhes, a ênfase na descrição não torna sua pintura fria e sem vida.
Com sucesso na exposição, recebe convite para lecionar na Aiba, como professor interino da cadeira de paisagem, flores e animais, cargo que ocupa de 1882 até 1884. Ao declarar que suas aulas seriam ao ar livre e que os alunos deveriam pintar paisagens diante da natureza, Grimm rompe com o ensino acadêmico. Pelas crescentes divergências com a diretoria e outros professores, principalmente por causa de sua descrença na metodologia da instituição, sai da Aiba. Muda-se para Niterói e a partir de então reúne um grupo de artistas, conhecido como Grupo Grimm, com quem pinta ao ar livre. Do grupo participam alguns alunos da Aiba, entre eles Castagneto, Caron, Garcia y Vasquez, Francisco Ribeiro, Antônio Parreiras, França Júnior, além do amigo e compatriota Thomas Driendl, que eventualmente o substitui.
O trabalho de Grimm como professor revoluciona o ensino da pintura de paisagem, mas suas telas, apesar de apresentarem uma profunda compreensão do tema, são relativamente convencionais - como vemos na maneira detalhada e fiel em Vista do Rio de Janeiro Tomada da Rua do Senador Cassiano em Santa Teresa (1883) - e não representam uma mudança tão profunda quanto a de suas aulas. Isso é perceptível mesmo evitando comparações com pintores europeus impressionistas do mesmo período que também realizam pintura ao ar livre.
Em 1882, com Thomas Driendl, faz a decoração do Liceu Literário Português, no Rio de Janeiro, destruído posteriormente por um incêndio. Em 1884, na Exposição Geral de Belas Artes, é premiado, com Driendl e Castagneto, com a 1ª medalha de ouro. Outros alunos de Grimm como Vasquez, Caron e França Júnior também recebem prêmios, o que representa uma grande vitória e consagração do Grupo Grimm. Três anos depois, já com problemas de saúde por causa da tuberculose, após visitar Parreiras, viaja para a Itália, passa por Tunis e Sicília e chega a Palermo, onde falece.
Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica José Francheschi
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Registro fotográfico Eduardo Castanho/Itaú Cultural
Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini
Registro fotográfico Eduardo Castanho/Itaú Cultural
Registro fotográfico Eduardo Castanho/Itaú Cultural
A partir de 1987 a cidade passa a se chamar São José do Vale do Rio Preto, Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Registro fotográfico Eduardo Castanho/Itaú Cultural
Sociedade Propagadora das Belas Artes
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Loja Laurent de Wilde (Rio de Janeiro, RJ)
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Pavilhão dos Estados
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Paço das Artes
Acervo Galeria de Arte
Fundação Bienal de São Paulo
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Museu da Casa Brasileira (MCB)
Galeria Jean Boghici (Rio de Janeiro, RJ)
Fundação Edson Queiroz
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
Galeria de Arte Sesc Tijuca (Rio de Janeiro, RJ)
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Centro Cultural de Belém (Lisboa, Portugal)
Fundação Bienal de São Paulo
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