Artigo sobre 26º Salão de Arte de Ribeirão Preto

Casa da Cultura de Ribeirão Preto
Biografia
Felipe Cohen (São Paulo, São Paulo, 1976). Desenhista e escultor. Em 2000, gradua-se em desenho e escultura pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), São Paulo. Durante a faculdade, trabalha no Centro Cultural São Paulo (CCSP). Em 2001, é selecionado para o Programa de Exposições do CCSP, o que lhe vale sua primeira participação em coletiva. Nesse período, integra a cooperativa de artistas Olho Seco e, em 2002, faz individual na galeria criada pelo grupo em São Paulo, a 10,20x3,60. No mesmo ano, participa da mostra de abertura do Espaço Virgílio, atual Galeria Virgílio, em São Paulo, onde realiza individuais em 2004, 2006 e 2008. Faz outras individuais no Centro Universitário Maria Antônia (Ceuma), de São Paulo, em 2006, e participa do Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2008-2009. Em 2009, realiza mostras nas galerias Marília Razuk e Anita Schwartz, respectivamente em São Paulo e no Rio de Janeiro. É premiado na mostra Fiat Brasil, de 2006. Em 2009, ganha o prêmio Banco Espírito Santo, na SP Arte, e seu trabalho passa a integrar a coleção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_). Em 2010, obras suas são apresentadas como projeto individual na Arco_Madrid.
Análise
O trabalho de Felipe Cohen lida com tensões. Em sua obra, sob uma unidade formal altamente precisa, há sempre conflitos latentes entre materiais nobres e cotidianos, entre as noções de limite e expansão, continente e conteúdo, tradição e modernidade. Seu objetivo é atualizar simbolicamente a forma de tratar questões existenciais. Em Copo (2004), um copo de vidro de requeijão contém mármore de Carrara. A princípio, este último é mais importante, seja na história da arte, seja na hierarquia dos materiais: ele não precisa do seu continente. Entretanto, está dele e, por isso, vira líquido, como se pudesse derramar, caso o copo quebrasse. A contaminação dos materiais é parte do trabalho do artista e remetem à simbologia da transfiguração. Nos Desenhos Brancos (2002-2008), as linhas traçadas com grafite fazem sulcos no papel e algumas áreas são preenchidas por pigmentos de um outro tipo de branco, gerando tensão. Na série Meio Dia (2008), a sombra das abas de caixas de papelão é materializada por granito preto. A luz, elemento forte na religião e na história da arte, é simbolizada pelo seu contrário, a sombra. Há uma inversão e o material humilde novamente tem preponderância sobre o mais nobre. Essas nuances fazem transcender os aspectos físicos dos trabalhos e permitem, por um instante, transformar as tensões em unidade.
Felipe Cohen - Enciclopédia Itaú Cultural
Felipe Cohen avalia que sua obra começa a ganhar uma identidade mais forte a partir de 2001, após sua participação no Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo. Até então, avalia, sua produção está presa a influências e questões formais. Para ele, a passagem de uma dessa fase mais “formal” para outra fase, simbólica, se dá de forma inconsciente, mas tem um marco em sua produção: a obra Copo, um copo de vidro com mármore carrara esculpido dentro. “É a primeira vez que eu trabalho com clareza esse conflito entre uma tradição, um material que já tem uma carga simbólica, e esse objeto do mundo, mais ordinário, que é o copo de vidro”, conta. Seu processo de criação começa no papel, com o desenho do projeto e definição de material e técnicas que serão empregadas. “Tem materiais complicados de trabalhar, que você não consegue resolver na hora. Precisa muito do projeto”, diz.
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Casa da Cultura de Ribeirão Preto
Galeria Virgílio
Galeria Virgílio
Museu de Arte Contemporânea de Americana (MAC)
Galeria Virgílio
Galeria Virgílio
Galeria Virgílio
Galeria Virgílio
Centro Cultural Patrícia Galvão
Galeria Virgílio
Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi
Centro Universitário Maria Antonia
Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA)
Fundação Bienal de São Paulo
Galeria Anita Schwartz (Rio de Janeiro, RJ)
Galeria Virgílio
Galeria Anita Schwartz (Rio de Janeiro, RJ)
Silvia Cintra Galeria de Arte
Galeria de Arte Marília Razuk
Fundação Bienal de São Paulo
Arte pela Amazônia. São Paulo: Base 7, 2008. 118 p.
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