Título da obra: O Descanso do Tropeiro


Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini
Estância Mineira
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s.d.
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Carlo De Servi
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Carlo de Servi (Lucca, Itália, 1871 – Idem, 1947). Pintor e professor. De família de artistas, inicia os estudos em sua cidade natal. Possivelmente em 1883, viaja com o irmão, o pintor Luigi de Servi (1863-1945) para Buenos Aires, Argentina. Entre 1886 e 1890, retorna à Itália e ganha bolsa de estudos de quatro anos em Roma.
Chega ao Brasil em 1895. Expõe no Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) em 1899, obtendo a medalha de ouro de terceira classe. Produz o Retrato de Veridiana Prado. Em 1900, produz Ateliê. Decora a Igreja N. S. Da Assunção, em Piracicaba. Participa do Salão Nacional de Belas Artes de 1901, 1905, 1912 (medalha de prata) e 1920. Em 1913, é jurado do Salão. Em 1908, publica o livro Lições de Desenho, adotado em escolas na época. Faz retratos de presidentes do Governo do Estado de São Paulo, incluindo os de Prudente de Morais (1841-1902), Jorge Tibiriçá (1855-1928), Cerqueira César (1835-1911), Campos Salles (1841-1913) e Washington Luís (1869-1957).
Entre 1909 e 1915 decora igrejas, pinta e dá aulas de desenho em Belém, Manaus e Recife. Em 1911, participa da 1° Exposição Brasileira de Belas Artes, e em 1912/1913, da 2°. Nesta, o Governo do Estado de São Paulo compra o quadro Descanso do Tropeiro. Produz os retratos do sr. e da sra. Dantas Barreto (1915) no Recife. Em 1920, expõe 86 telas na Associação de Empregados do Comércio, em São Paulo, entre elas, quadros de paisagem inspirados em versos do poeta Casimiro de Abreu (1839-1860). A partir de 1925, não há mais notícias de Servi no Brasil. Supostamente, por motivos de doença, retorna à Itália.
De Servi é um dos artistas estrangeiros que chegam ao Brasil em fins do século XIX. Pinta retratos, paisagens, naturezas-mortas e decorações alegóricas em igrejas. Adquire destaque no meio artístico paulistano, com encomendas da oligarquia cafeeira e política do estado. Seu bom relacionamento nesse meio lhe rende obras feitas para o Barão do Rio Branco (1845-1912) e Armando Alvares Penteado (1844-1947) e a produção de retratos oficiais de dez governadores até 1908, entre eles, alguns que se tornam presidentes da República.
Nas instituições, também é bem recebido. O quadro Descanso do Tropeiro, por exemplo, é comprado pelo Governo de São Paulo, na 2° Exposição Brasileira de Belas Artes, para figurar na recém-inaugurada Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_). A tela, com vastas pinceladas, representa um velho tropeiro sentado à mesa de bar, fumando charuto e bebendo aguardente. Esse motivo vai ao encontro dos anseios de uma elite intelectual que, por meio da formação de acervos como a Pinacoteca e o Museu do Ipiranga, elege o tropeiro, o bandeirante e o jesuíta como os fundadores de uma brasilidade iniciada em São Paulo.
Segundo um crítico da época, em 1907, a nota predominante no trabalho de Servi é a serenidade na execução do trabalho1, talvez herdada de sua predileção por temas religiosos, como os que executa em igrejas de Manaus, Belém, Recife e São Paulo.
1 Correio Paulistano, São Paulo, 12 maio 1907. p. 3.
Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Casa Garraux
Casa Bevilacqua (São Paulo, SP)
Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp)
Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp)
Casa Mascarani (São Paulo, SP)
Paço das Artes
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Fundação Bienal de São Paulo
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