Título da obra: Nu Feminino


Casal
,
1948
,
Pola Rezende
Alta Pola M. Rezende (Vombrowa, Rússia 1906 - São Paulo, São Paulo, 1978). Escultora, pintora, dramaturga e contista. Autodidata. Inicia a produção de esculturas na década de 1940. Entre 1945 e 1947, é membro do Conselho Deliberativo do Clube dos Artistas e Amigos da Arte de São Paulo, o Clubinho. É premiada no 8º Salão Paulista de Arte Moderna, em 1959. Participa da Bienal Internacional de São Paulo em 1951, 1953, 1955 e 1961. Em 1972, a artista doa sua coleção particular, formada por obras de sua autoria, além de trabalhos de Tarsila do Amaral (1886-1973), Anita Malfatti (1889-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Candido Portinari (1903-1962), Lasar Segall (1891-1957), Clóvis Graciano (1907-1988) e Alfredo Volpi (1896-1988), entre outros, ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP). Sobre sua obra escreveram vários críticos importantes nas décadas de 1940 e 1950, como Sérgio Milliet (1898-1966), Lourival Gomes Machado (1917-1967), Mario Barata (1915-1983) e Geraldo Ferraz (1905-1979).
A crítica reitera constantemente o autodidatismo da escultora, ao mesmo tempo em que busca identificar em sua produção elementos que a aproximem tanto de um primitivismo, pela via da escultura africana, como do expressionismo, aparente mais na temática social do que na técnica - frequentemente remetendo sua obra à da artista alemã Käthe Kollwitz (1867-1945).
Iniciando-se na escultura nos anos 1940, trabalha sobretudo com a figura humana. A alegoria Fome (1949) é analisada pelo crítico Osório César que a relaciona, do ponto de vista temático, ao expressionismo. Entretanto, o tratamento do bronze, extremamente polido, não indica uma fatura expressiva, mas tradicional - lembrando até mesmo santos entalhados em madeira. Por isso, para o historiador Walter Zanini, Rezende possua um "fundo popular e realista".1
Na década de 1950, a produção de Cristos indica uma primeira depuração do trabalho de Pola Rezende, como em Cabeça de Cristo (s.d.). A artista concebe imagens com a mesma rigidez das anteriores, porém com uma proposta geometrizada, de estilização. Dois de seus comentadores, Mario Barata e Lourival Gomes Machado, atentam para a preocupação com o volume e associam a obra a imagens religiosas bizantinas e populares. O crítico Antonio Bento será uma voz dissonante que se opõe a um suposto primitivismo. Para ele, sua técnica é sofisticada, afastando-a dessa vertente.
A temática bíblica permanecerá em Êxodo (1960), no qual as figuras compõem um todo coeso, ainda que, mantenham a individualidade. Esta obra aponta para uma maturidade da escultora, atingida com os trabalhos da década anterior. Neles trabalha a síntese e a rigidez que alcançará de forma mais satisfatória nos anos posteriores atingindo, com isso, um esboço de movimento que remete às palavras de Rosalind Krauss acerca da escultura moderna: "é um meio situado de modo peculiar na junção entre quietude e movimento, tempo parado e tempo que transcorre".2
1 ZANINI, Walter (org). História geral da arte no Brasil. Apresentação de Walther Moreira Salles. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983, p.635.
2 KRAUSS, Rosalind. Passages in Modern Sculpture, apud FABRIS, Annateresa. In: Tridimensionalidade: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural / Cosac & Naify, 1999, p.8.
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
Galeria Itá (São Paulo, SP)
Galeria Domus
Pavilhão do Trianon (São Paulo, SP)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Casa do Povo (São Paulo, SP)
Pavilhão dos Estados
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Fundação Bienal de São Paulo
Museu Lasar Segall
ALVARADO, Daisy V. M. Peccinini. Homenagem a Pola Rezende. Texto de Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: MAC/USP, 1993.
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