
Carlos Alberto de Souza


Biografia
Carlos Alberto de Souza Barros (São Paulo, São Paulo, 1927 - Idem, 2002). Produtor, diretor, roteirista e ator de cinema. Em 1948, faz uma participação como ator na peça Hamlet, de Paschoal Carlos Magno (1906-1980), que lança o ator Sergio Cardoso (1925-1973). Inicia a carreira no cinema em 1951, com o documentário Santa Izabel do Ivaí (1951). Pela realização desse filme, recebe uma bolsa para estudar no Fondazione Sperimentale di Cinematografia, em Roma, Itália. Durante o curso, escreve o argumento do filme neorrealista Rua sem Sol (1954), de Alex Viany (1918-1992).
Ao voltar ao Brasil, realiza, com César Memolo Júnior (1928), o filme Osso, Amor e Papagaios (1957), recebe o Prêmio Saci, do jornal Estado de S. Paulo. Em seguida, faz a direção de produção de O Cantor e o Milionário (1958), de José Carlos Burle (1907-1983). Durante os anos de 1960, é produtor de longa-metragens, dirige documentários, atua como ator e roteirista, e retorna à direção de longa de ficção com O Mundo Alegre de Helô (1966), escrito em parceria com Nelson Rodrigues (1912-1980). A partir de então, realiza diversas comédias, como Os Devassos (1972), Um Soutien para o Papai (1975) e Um Marido Contagiante (1977).
Dá sequência à carreira com produção e realização de documentários institucionais.
Análise
Os filmes de Souza Barros são comédias que se comunicam facilmente com o público, reconhecidas por apresentarem roteiros bem-estruturados e de fundo moral. Esse é o caso do primeiro longa-metragem do diretor, Osso, Amor e Papagaios (1956), realizado em parceria com César Memolo Júnior e filmado nos estúdios da Vera Cruz. O filme conta a história de habitantes da pequena cidade de Acanguera, que recebe um misterioso visitante com a promessa de transformar ossos em ouro. Movida pela cobiça, a população passa a saquear os túmulos do cemitério. Descobre-se, entretanto, que a conversão é uma farsa, e o visitante é enviado para o hospício. A filha do prefeito e o filho do farmacêutico estão apaixonados, mas proibidos de namorar, pois os pais são adversários políticos. O casal, os únicos personagens que não se importam com a ilusão de enriquecimento, terminam juntos. O reencontro do casal, filmado com planos abertos, acontece no cemitério, em meio a ossos espalhados entre lápides. A cena simboliza o principal conflito do filme: a cobiça material, associada à morte, contrapõe-se ao verdadeiro amor.
A crítica de Paulo Emílio Salles Gomes1 (1916-1977) revela a preocupação dos diretores: produzir comédias leves e populares, algumas vezes picantes, mas distante da vulgaridade das chanchadas da época e com roteiros inteligentes e bem-elaborados, características dos filmes posteriores de Sousa Barros.
Nota
1 SALLES GOMES, Paulo Emílio. Crítica de cinema no Suplemento Literário. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. v. 1, p. 108-111.
Outras informações
de Carlos Alberto de Souza:
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Habilidades
- Produtor
- diretor
- Roteirista
- Ator
Fontes de pesquisa (4) 
- BIÁFORA, Rubem. Um Marido Contagiante. O Estado de S.Paulo, São Paulo, 6 ago. 1978.
- BIÁFORA, Rubem. Um Soutien para Papai. O Estado de S.Paulo, São Paulo, 26 set. 1976.
- RAMOS, Fernão; MIRANDA, Luiz Felipe A.(Orgs.) Enciclopédia do cinema brasileiro. São Paulo: Editora Senac, 2012.
- SALLES GOMES, Paulo Emílio. Crítica de cinema no Suplemento Literário. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. v. 1.
Como citar? 
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CARLOS Alberto de Souza. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa216337/carlos-alberto-de-souza>. Acesso em: 20 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7