Título da obra: Solar Avoengo


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Paisagem
,
1944
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Edgard Parreiras
Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural
Edgard Parreiras (Niterói, Rio de Janeiro, 1885 - Niterói, Rio de Janeiro, 1964). Pintor, professor. Inicia os estudos com o tio, o pintor Antônio Parreiras (1860 - 1937), por volta de 1907. Acompanha-o em viagem a Paris, em 1908, e estuda na Académie Julian, com Jean-Paul Laurens (1838 - 1921). Regressa ao Brasil em 1911 e integra a 1ª Exposição Paulista de Belas Artes, organizada por Torquato Bassi (1880 - 1967), no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo - Laosp, com muitos dos principais artistas do Rio de Janeiro e São Paulo. Em 1913, retorna a Paris acompanhando seu tio e o primo Dakir Parreiras (1894 - 1967), passando uma temporada no ateliê do primeiro. Participa regularmente das exposições gerais da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, de 1913 a 1939. Na edição de 1925, é premiado com a medalha de ouro. Em 1928, faz da parte da coletiva do Grupo Almeida Júnior, em São Paulo, no Palácio das Arcadas, também organizada por Bassi, na qual figuram Georgina de Albuquerque (1885 - 1962), Lucílio de Albuquerque (1877 - 1939), Pedro Alexandrino (1856 - 1942), Rodolfo Bernardelli (1852 - 1931) e Oscar Pereira da Silva (1867 - 1939), entre outros. Atua como professor da Escola Fluminense de Belas Artes, em Niterói, Rio de Janeiro.
Como aluno do pintor Antônio Parreiras (1860 - 1937), seu tio, Edgard Parreiras recebe uma formação influenciada pela busca de renovação dos preceitos do ensino artístico acadêmico. A atuação de artistas como seu tio é responsável por mudanças importantes na pintura brasileira no fim do século XIX: o clareamento da paleta de cores e a busca por uma representação naturalista da paisagem, com base na pintura ao ar livre. Embora sofra influência dessas inovações, Parreiras não se afasta de alguns dos ensinamentos tradicionais, como o estudo do desenho como forma de preparação do artista para o exercício da pintura. A temporada passada na Académie Julian, em Paris, certamente contribui para o reforço das características mais conservadoras de sua formação, e não para o aprofundamento das inovações.
Adepto da representação da paisagem, Parreiras produz uma pintura em que transparece a fidelidade a um repertório tradicional, como, por exemplo, em Ateliê de Parreiras, 1949, hoje na Pinacoteca do Estado de São Paulo. No centro da cena está uma porta entreaberta pela qual entra a luminosidade do dia, descortinando o ambiente do pintor de cavalete. A pincelada elegante acompanha o contorno das formas. Camadas discretas de tinta se acumulam em pontos da tela que visam criar a sensação de relevo pela ampliação do reflexo luminoso. O elemento mais significativo desse apreço a soluções já consagradas talvez seja o sombreamento feito de tons azuis, característico da pintura impressionista que, incorporada pelo artista, 80 anos depois, já se revela como um movimento tradicional sem nenhum aspecto inovador.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural
Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp)
Palácio das Arcadas (São Paulo, SP)
Fundação Bienal de São Paulo
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