Título da obra: Sem Título


Sem Título
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1995
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Mauro Restiffe
Mauro de Paiva Restiffe (São José do Rio Pardo, São Paulo, 1970). Fotógrafo. Observa e registra a partir dos elementos que compõem as margens da cena. Com isso, cria registros baseados não em uma figura protagonista no retrato, mas sim, nas cenas que circundam e se relacionam com o momento.
Estuda cinema na Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), em São Paulo, formando-se em 1993. Em 1994, recebe o Prêmio Estímulo de Fotografia, concedido pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Também estuda fotografia no International Center of Photography, em Nova York, entre 1994 e 1995.
Desde o início da carreira, trabalha com câmera análogica e filme em preto e branco, além de optar por fotografar com pouca luz, o que resulta em imagens granuladas. Seus trabalhos apresentam sempre registros de arquitetura moderna e presença pictórica do espaço.
Em 2000, é contemplado com a bolsa ApARTES, concedida pelo Ministério da Cultura (MinC). Neste mesmo ano, realiza suas duas primeiras exposições individuais, no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio de Janeiro, e na galeria Thomas Cohn, em São Paulo. No ano seguinte, recebe dois prêmios, ambos em Nova York: The Louis Comfort Tiffany Biennial Award e Rema Hort Mann Art Grant. Entre 2001 e 2003, estuda no departamento de artes da Universidade de Nova York.
Mauro Restiffe opta por registrar acontecimentos históricos por ângulos inesperados. Mostra outros lados de momentos marcantes – sem a presença de uma figura que sustente o protagonismo, como na obra Empossamento #9 , da série Empossamento (2003). Nela, registra a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ocupação de Brasília por populares que dividem espaço com a monumentalidade da cidade e do momento.
Segundo o crítico Dan Cameron (1956), a fotografia de Mauro Restiffe vem se baseando, há algum tempo, numa espécie de observação oblíqua daquilo que o circunda. Como se o fotógrafo dirigisse seu interesse a imagens que aparentemente revelam pouco, porém, na realidade, expressam muito. Afastando-se de qualquer tendência da fotografia atual que encene ou manipule as imagens, Restiffe não faz retoques em suas fotos, nem no laboratório, nem pelo uso do computador. Ainda segundo Cameron, o artista fotografa detalhes, fragmentos de experiências visuais. Estas, insistem em sugerir que aquilo que olhamos sem muita atenção pode, frequentemente, revelar tanto quanto o que queremos ver de fato.
Ainda que Restiffe traga traços do cinema para a fotografia, não há nela qualquer tentativa de criar uma linha narrativa que ligue percepções isoladas. Em vez disso, a pesquisa do fotógrafo é pautada pelo questionamento de alguns limites. O primeiro é o limite existente entre as dimensões físicas no espaço, como em O Espelho (1999) ou na série Oclusões (1998). O segundo, o limite entre fotografia, pintura e escultura, com Vermeer (1998) e Rio (2000). O terceiro, entre a anarquia da natureza e a ordem imposta pelo ambiente construído, nas séries Mirante (2003) e Roebling & North 4th (2002).
Mauro Restiffe cria documentos históricos com base em um olhar que não privilegia protagonistas, mas a relação do homem com a monumentalidade do espaço e com o tempo.
Digitalizado a partir do original/Itaú Cultural
Digitalizado a partir do original/Itaú Cultural
Arquivo do artista
Arquivo do artista
Mauro Restiffe - Enciclopédia Itaú Cultural
Como conduzir o espectador a ler uma imagem? O fotógrafo paulista Mauro Restiffe tem perseguido essa ideia desde a primeira exposição em São Paulo, em 1993. Desde então, tem tido sucesso na empreitada, com um trabalho elogiado no Brasil e no exterior que revela suas vivências pelo mundo a partir de imagens em preto e branco. Seu olhar apurado à frente de uma câmera 35 milímetros registra desde retratos do cotidiano até paisagens urbanas, tendo como destaque as formas geométricas dos objetos e a relação do sujeito com o entorno: “Tento não me aproximar tanto do assunto, ter uma visão distanciada para melhor compreender o todo e imprimir uma linguagem”, explica. Ao utilizar o método analógico de revelação, ampliação e impressão dos negativos, manipula as imagens de forma a alcançar maiores granulações de cinza, o que faz com que suas composições dialoguem também com o desenho e a pintura.
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Pavilhão Manoel da Nóbrega (São Paulo, SP)
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Centro Cultural Light
Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Paço das Artes
Teatro Municipal (São João da Boa Vista, SP)
Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP)
Galeria Thomas Cohn
Teatro Municipal (São João da Boa Vista, SP)
Teatro Municipal (São João da Boa Vista, SP)
Galeria Thomas Cohn
Espaço Porto Seguro de Fotografia
Museu de Arte Contemporânea de Goiás
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Espaço Cultural Fernando Arrigucci
Fundação Bienal de São Paulo
Fundação Bienal de São Paulo
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