Título da obra: Dedo - Narciso


Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural
Dedo - Narciso
,
1981
,
Hudinilson Jr.
Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural
Biografia
Hudinilson Urbano Júnior (São Paulo, São Paulo, 1957 - Idem, 2013). Artista multimídia. Inicia seu aprendizado artístico nas sessões de filmes sobre arte exibidos no Museu Lasar Segall no início dos anos 1970. Realiza experiências com xilogravura durante o período colegial e produz fotografias no laboratório do Museu Lasar Segall. Ingressa no colégio técnico do Instituto de Arte e Decoração (Iadê) de São Paulo. Entre 1975 e 1977 cursa artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Trabalha como auxiliar de design gráfico na TV Cultura. Produz arte postal, grafite, e integra com Alex Vallauri (1949-1987) um grupo de grafiteiros. De 1979 a 1982 compõe o grupo 3Nós3, com os artistas Mário Ramiro (1957) e Rafael França (1957-1991), que realiza intervenções na cidade de São Paulo. No mesmo período, faz experiências em xerografia. Ao ser convidado pela Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) a ministrar oficinas de xerografia, participa de cursos técnicos na fabricante de fotocopiadoras, a Xerox do Brasil. Executa a performance Exercício de me ver II (1982), com a máquina xerográfica no Museu de Arte Moderna (MAM/RJ). Realiza as exposições individuais Do Detalhe ao Exercício (1981), na Pesp, e Xerox Action (1983) no Museu de Arte Contemporânea (MAC/USP). Atua como curador de exposições de xerografia na Pesp entre 1982 e 1984. Trabalha como designer gráfico na escola de fotografia Zoom School, do fotógrafo Afonso Roperto (1976-2008). Uma grande mostra de seus trabalhos ocorre na Glasgow International Festival of Contemporary Visual Art, na Escócia, 2014.
Análise da Trajetória
A colagem, como sistema de construção, permeia a obra de Hudinilson Jr. Mesmo as xilogravuras iniciais foram realizadas com decalques de imagens fotográficas. Já nas colagens de fins da década de 1970 – usa fotografias de nus apropriadas de revistas americanas – os corpos aparecem usualmente sem identidade e em relação com objetos, folhas e raízes secas, texturas. Nas primeiras experiências com grafite a linearidade dos desenhos integra-se à escrita, como em Beije-me. A partir do contato com a obra do artista gráfico Alex Vallauri (1949-1987) passa a utilizar máscaras ou estêncis como instrumentos de produção de imagens.
Em fins dos anos 1970, inicia seus experimentos com fotocópia na produção de arte postal, explorando conjuntamente a repetição e a fragmentação do corpo. No grupo 3Nós3, intervém no espaço urbano, como na ação Ensacamento (1979), onde foram encapuzados monumentos do centro da cidade de São Paulo durante a Ditadura Militar.
A série Exercício de me ver (1981) consiste na reprodução xerográfica de partes do corpo do artista, ao simular um ato sexual com a máquina. Esta ocupa a posição de cocriadora da obra. Hudinilson explora a característica da xerografia de omitir e ressaltar detalhes e converte-a num instrumento de especulação.
Em Narcisse/Estudo para autorretrato (1984), dialogando com o mito de Narciso, produz e investiga sua própria identidade visual. Em seus últimos cadernos de colagens, a figura de Narciso se desdobra com a exposição obsessiva e analítica do nu masculino.
Para o crítico Jean-Claude Bernardet (1936), a fragmentação do corpo pela xerox, converte-o em paisagens abstratas, nas quais os fragmentos se esvaem. Em sua performance com a máquina copiadora, Hudinilson Jr. utiliza seu corpo como matriz para a reprodução e investigação de possibilidades visuais.
Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural
Registro fotográfico arquivo do artista
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora do Patrocínio (Itu, SP)
Galeria Prestes Maia
Museu do Estado de Pernambuco (MEPE)
Escola de Comunicações e Artes (São Paulo, SP)
Estação São Bento do Metrô (São Paulo, SP)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Paço Municipal
Biblioteca Pública Mário de Andrade (Araraquara, SP)
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