Artigo sobre 8º Salão de Arte Contemporânea de Santo André

Paço Municipal
Casimiro Xavier de Mendonça Neto (São Paulo, São Paulo, 1947 – São Paulo, São Paulo, 1992). Jornalista, crítico de dança e de artes visuais e curador. No início dos anos 1970, abandona o curso de direito e inicia atividades em jornalismo na editoria de variedades do jornal Folha da Tarde. Exerce cobertura e crítica de artes visuais e dança. Em 1977, transfere-se para o Jornal da Tarde e amplia a cobertura jornalística em dança. Durante três anos, de 1976 a 1978, atua como membro da comissão de premiação em Dança da Associação Paulista de Críticos de Arte (Apca).
Assume, na gestão de 1977 a 1978, a presidência da Comissão Estadual de Dança da Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia de São Paulo, composta por Emilie Chamie (1927-2000) e Iracity Cardoso (1945). A comissão é responsável pela abertura do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) como Teatro de Dança, pelo fomento das atividades da área na cidade de São Paulo e pela inclusão da dança na 1a Bienal Latino-Americana de São Paulo (1978), em mostra paralela no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). À época, Takao Kusuno (1945-2001) é convidado para apresentar Corpo I, sua primeira realização.
Em 1980, retorna à Comissão, presidida por Ruth Rachou (1927) e estimula a vinda da companhia de Pina Bausch (1940-2009) ao país pela primeira vez. Nesse período, realiza Cartas Portuguesas (1978-1979), a única investida na encenação de um espetáculo de dança, com Emilie Chamie. Nos anos 1980 e 1990, intensifica o vínculo com as artes visuais e distancia-se da dança. Entre 1980 e 1986, atua na revista Veja, na qual, além de escrever críticas de artes visuais, é chefe da editoria de artes e espetáculos. Nos anos 1980 e 1990, assume curadoria de exposições e publica análises sobre a produção de artistas plásticas brasileiras como as de Tomie Ohtake (1913-2015) e Jeanete Musatti (1944).
O trabalho de Casimiro Xavier de Mendonça divulga e moderniza a dança paulista. A cobertura e crítica jornalísticas, a única realização cênica e o desenvolvimento de novos criadores nos anos 1970 sintetizam suas iniciativas, empreendidas em um período de formação de novos quadros na dança brasileira.
De 1977 a 1978, assume a presidência da Comissão Estadual de Dança da Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia de São Paulo ao lado de Emilie Chamie e Iracity Cardoso. A crítica Helena Katz (1950) testemunha a importância das iniciativas implementadas por Casimiro a quem nomeia como demiurgo:
A Comissão Estadual de Dança, na figura de seu presidente, Casimiro Xavier de Mendonça, deixa um longo e expressivo saldo de atividades cujo principal mérito é ter transformado tudo, até mesmo as dificuldades, em estímulos para que não se parasse de dançar. Assim, a Comissão conseguiria evitar que a perda do Galpão, que há três anos e meio ela vinha transformando em teatro de dança, não paralisasse suas atividades. Além disso, numa tentativa pioneira, integrou a dança à vida da cidade ao promover um ciclo de jazz paralelo ao do Festival do Anhembi e ao levá-la também para a Bienal, onde, aliás, criou um novo espaço de dança1.
De acordo com Helena Katz, a iniciativa de convidar J.C.Violla (1947) e seu grupo para a 1a Bienal Latino-Americana Mitos e Magias tem como consequência o nascimento de outro modelo de cidadania2 e de redescoberta da dança. O grupo de Violla é formado por 20 alunos diferenciados: profissionais liberais, empresários e estudantes.
Cartas Portuguesas (1978-1979) é a única criação em dança. Com Emilie Chamie compartilha a concepção, roteiro e direção de um espetáculo baseado nas cinco cartas de Soror Mariana do Alcoforado (1640-1723) ao Conde de Chamilly, Noel Bouton (1636-1715). A primeira versão, estreia no Masp, em dezembro de 1978, e tem no elenco Juliana Carneiro da Cunha (1949), Sônia Mota (1948), Ismael Ivo (1955), Zilah Vergueiro (1926-2012), Dorothy Lenner, Lenah Ferreira e o Grupo Andança. Este, composto por Cristina Brandini, Jussara Goldstein, Lia Rodrigues (1956), Malu Gonçalves, Martha Salles, Silvia Bittencourt (1954). A segunda versão (1979), com novo roteiro e mesmos elementos da dança de sentimentos multifacetados, inaugura o TBC como espaço de dança e encerra o ciclo de atividades de sua gestão como presidente da Comissão Estadual de Dança.
1 KATZ, Helena. SP provou: é grande centro de dança. Folha de S. Paulo, São Paulo, 29 dez. 1978.
2 KATZ, Helena. O Brasil descobre a dança descobre o Brasil. São Paulo: DBA Artes Gráficas, 1994.
Paço Municipal
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Fundação Bienal de São Paulo
Teatro Guaíra
Paço das Artes
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Museu de Arte Contemporânea do Paraná
Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs)
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Galeria Millan (Jardim América : Rua Estados Unidos: São Paulo, SP)
Fundação Bienal de São Paulo
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Museu de Arte de Brasília (DF)
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Fundação Nacional de Artes. Centro de Artes
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