Título da obra: Mulher com Lenço Amarelo


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Ponta da Praia
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s.d.
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Monteiro França
Reprodução fotográfica Horst Merkel
José Joaquim Monteiro França (Pindamonhangaba, São Paulo, 1876 - São Paulo, São Paulo, 1944). Pintor, decorador, jornalista e professor. Frequenta o Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, de 1891 a 1900. Estuda na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde é aluno de Henrique Bernardelli (1858-1936) e Bérard (1846-1910), concluindo o curso em 1904. Como bolsista do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo, viaja para a Itália, e estuda entre 1904 e 1906, em Nápoles, com Giuseppe Boschetto, e em Roma, recebe influência da pintura dos macchiaioli - via Domenico Morelli (1823-1901), cuja obra conhece em Nápoles - e do divisionismo italiano. Faz sua primeira individual na Fotografia Valério Vieira, em São Paulo, em novembro de 1906. Decora a Sala do Café do Estado de São Paulo, no Pavilhão do Brasil da Exposição Internacional de Turim, em 1911, na Itália. Em seu retorno ao Brasil, realiza outra exposição individual, inaugurada pelo presidente do Estado de São Paulo, Rodrigues Alves. Recebe outra bolsa de estudo Pensionato Artístico, vai para Paris, em 1912, e convive com Mugnaini (1895-1975), Wasth Rodrigues (1891-1975), Alípio Dutra (1892-1964) e Osvaldo Pinheiro. Permanece na Europa até 1914.
A obra de Monteiro França é um exemplo interessante no estudo da influência da pintura italiana de fins do século XIX e início do século XX na pintura brasileira dessa época. Ao dar continuidade a sua formação na Itália e não na França, o pintor segue os passos de seu professor Henrique Bernardelli, bem como os de outros artistas da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), índice importante das mudanças de orientação desse centro de formação após o início do período republicano1. A estada na Itália lhe permite o contato com manifestações artísticas que vinham alterando o perfil acadêmico italiano, como a pintura dos macchiaioli e o divisionismo. Algumas questões caras ao divisionismo, por exemplo, podem ser notadas, mesmo que timidamente, em sua pintura.
As relações entre cor e forma que os divisionistas investigam, no rastro de Paul Cézanne (1839-1906), na tentativa de ampliar as possibilidades de representação de volume através de massas de cor (para além da preocupação, de matriz impressionista, pela análise das sensações visuais, apontada por Dominique-Edouard Baechler), aparentam ser um problema central em trabalhos como Trecho do Tietê (s.d.), ou Taboão da Serra (s.d.), ambas no acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp).
Tais investigações, entretanto, parecem, em geral, se diluir diante das demandas por uma arte associada à criação de uma visualidade "brasileira", feitas pelo meio em que se inserem os artistas paulistas do período bem como pela clientela a que servem, como se depreende das soluções apresentadas em trabalhos como Caboclinha (1919), pertencente à Pesp.
1 Para a questão da influência italiana na arte brasileira de fins do século XIX ver DAZZI, Camila. Relações Brasil-Itália na arte do segundo oitocentos: estudo sobre Henrique Bernardelli (1800 - 1899). Dissertação (Mestrado). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, 2006.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Miguel Martins
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Horst Merkel
Reprodução fotográfica Mário Grisolli
Fotografia Valério Vieira
Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp)
Casa Edison (São Paulo, SP)
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Paço das Artes
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Sociarte
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