Título da obra: Nove Noites

Bernardo Teixeira de Carvalho (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1960). Romancista, contista, jornalista e tradutor. Em 1983, forma-se jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Na década de 1980, radica-se na cidade de São Paulo e, a partir de 1986, começa a trabalhar na Folha de S.Paulo, em que exerce função de diretor do suplemento de ensaios “Folhetim”. Atua como correspondente internacional em Paris e Nova York e, entre 1998 e 2008, colunista fixo do caderno de cultura “Ilustrada”. Com dissertação a respeito da obra do diretor alemão Wim Wenders (1945), obtém grau de mestre em cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) em 1993. Neste ano, lança a coletânea de contos Aberração, que marca a estreia na literatura. Seu primeiro romance, Onze, é de 1995 e, desde então, tem publicado traduções e exercido a função de crítico literário. Seu mais recente romance, O Filho da Mãe, é de 2009.
Bernardo Carvalho estreia como contista, mas alcança reconhecimento como romancista. A passagem de um gênero para outro não demonstra uma ruptura radical entre as publicações iniciais e posteriores. Nos contos de Aberração, estão presentes temas e expedientes formais que marcam seus livros seguintes. Exemplos são o tema do desaparecimento e a utilização da narrativa epistolar (em "A Música") e a preferência dada a personagens desajustados, como no conto "O Olho no Vento".
Nove Noites (2006), um dos romances de maior êxito, é composto por instâncias narrativas que misturam registros de cartas, páginas e anotações de diário e algumas reproduções de fotografias. Tal estrutura ilustra a perspectiva estilhaçada do narrador, que busca reconstituir história e personagem obscuros e vacilantes e termina por exigir variações estilísticas para distinguir a escrita de personagens da do narrador. Os diferentes estilos ressaltam a individualidade de cada personagem por meio de sua forma de expressão. No entanto, mesmo com tais variações, a prosa de Bernardo Carvalho é concisa.
Assim como o narrador de Nove Noites, outros personagens deparam-se com figuras marcadas pelo signo do desaparecimento, sob circunstâncias misteriosas. É o que ocorre nos romances Os Bêbados e os Sonâmbulos (1996) e Mongólia (2003), por exemplo. A forma mais utilizada para representar a relação do sujeito contemporâneo (descentrado, perdido) com aquilo que lhe é familiar e com as suas figuras de alteridade é a do personagem que empreende uma busca fracassada por personagens desaparecidos.
Centro Cultural Ação da Cidadania
Teatro da Vertigem
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