Artigo sobre Vivo Arte.Mov (2010 : Salvador, BA)

Bruno Caldas Vianna (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1971). Cineasta, artista multimídia, educador. Em 1992, ingressa em engenharia de computação, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), mas interrompe o curso em 1996. Nesse ano, conclui a graduação em cinema, pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Entre 1997 e 1999, realiza o mestrado pelo Interactive Telecommunications Program, da New York University, nos Estados Unidos.
Como cineasta, realiza curtas e longas-metragens. O curta Geraldo Voador (1994) é premiado em dez festivais nacionais e internacionais, incluindo o Festival de Gramado, o Festival de Brasília, o Festival de Santiago (Chile) e o New York Short Film Festival (Estados Unidos). O longa Ressaca (2008) conquista quatro prêmios no Festival de Cinema de Porto Alegre: melhor longa-metragem; melhor longa-metragem pelo júri popular; melhor ator, para João Pedro Zappa (1988); e prêmio da nova crítica.
Em 2000, desenvolve o projeto Palm Poetry, na área de computação portátil da Universitat Pompeu Fabra, em Barcelona, Espanha. A obra Translucid Web é selecionada para o festival Pixilerations, na cidade de Providence, Estados Unidos. Em 2007, exibe o projeto de realidade aumentada Invisíveis, no festival arte.mov. Em 2008, recebe prêmio do festival Memefest por FluidNexus, trabalho realizado em coautoria com Nick Knouf.
Em 2010, recebe o prêmio Vida 13.0 da Fundación Telefónica, na categoria Incentivos à Produção, por Liquid Satellite Garden, projeto desenvolvido no centro de artes Laboral, em Gijón, na Espanha. É gestor do Nuvem, centro rural de arte e tecnologia. No Rio de Janeiro, atua como educador em Oi Kabum! – Escola de Arte e Tecnologia.
O trabalho de Bruno Vianna explora a linguagem audiovisual e os meios tecnológicos. O artista dedica parte do trabalho de criação ao desenvolvimento de dispositivos com aplicação artística. O interesse por tecnologia espacial está registrado em Satélite Bolinha (2010), documentário que discute o hackeamento de satélites, ou em Liquid Satellite Garden (2011), instalação em que satélites aparecem como elementos materiais.
A utilização de dispositivos portáteis no campo das artes aparece na obra Palm Poetry (2000). Nesse trabalho, o usuário opera um aplicativo de literatura interativa instalado em um palmtop e acrescenta palavras que, somadas a outras previamente instaladas no dispositivo, dá origem a um texto de caráter poético.
Em experimentações com a linguagem audiovisual, Bruno explora mecanismos de montagem e edição. Em Ressaca (2008), o tempo de rodagem é tematizado formalmente, pois o cineasta faz a montagem ao vivo do filme, manipulando-o enquanto a projeção ocorre. O filme constitui-se como obra aberta e, operado de forma plástica, o cinema aproxima-se da performance, pois permite que a obra a tenha sua narrativa alterada pela modificação do tempo e da ordem das cenas.
Museu Victor Meirelles
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