Artigo sobre Os Próximos

Rolando Boldrin (São Joaquim da Barra, São Paulo, 1936). Compositor, cantor, instrumentista, apresentador, ator, escritor. Aprende a tocar viola aos 7 anos. Cinco anos depois, forma com seu irmão a dupla Boy e Formiga e se apresenta em programa de auditório numa rádio local. Ainda em São Joaquim, atua em palcos como o do Cine Teatro Santana. Incentivado pelo pai, aos 16 anos, muda-se para São Paulo e exerce várias ocupações, como sapateiro, frentista, carregador e garçom, até ingressar na TV Tupi, em 1958, onde atua, declama, compõe e escreve. Estreia como cantor em disco com o bolero Um Cantinho pra Dois, em 1963, em parceria com sua esposa, a cantora Lurdinha Pereira, que grava de Boldrin o samba Papéis Velhos (com Geraldo Vietri), em 1961, e o bolero Meu Coração É Meu Juiz (com Léo Romano), em 1962. Sai da TV Tupi em 1966 e estreia como ator no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), na peça Os Inimigos (1966), com direção de Zé Celso Martinez Corrêa. No Teatro de Arena, integra o elenco da peça Roda Cor de Roda, de 1975, dirigido por Antonio Abujamra. Pelo filme Doramundo, de João Batista de Andrade, recebe o prêmio de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1978. Ao longo dos anos 1980, além de cantar músicas de inspiração rural e contar causos caipiras nos palcos de teatro, grava uma série de LPs e CDs com toadas, cateretês e modas de viola. Em 1993 recebe o Prêmio Sharp pelo LP Disco da Moda. Torna-se apresentador de programas musicais em diferentes emissoras de televisão a partir de 1981: Som Brasil (TV Globo), Empório Brasileiro (TV Bandeirantes), Empório Brasil (SBT) e Estação Brasil (CNT/PR). Desde 2005, apresenta Sr. Brasil, na TV Cultura, pelo qual recebe o Prêmio APCA de melhor programa de televisão em 2005. Zeca Baleiro grava Onde Anda Iolanda, composição de Boldrin, em seu disco Lado Z, em 2007.
A facilidade com que Boldrin canta, declama, conta casos com sotaque característico do interior paulista está ligada à sua carreira versátil, inaugurada na TV Tupi. Rosa Nepomuceno credita essa versatilidade aos cordelistas do interior paulista e a Cornélio Pires, a quem Boldrin assiste e ouve quando criança em São Joaquim e se influencia pela militância na causa caipira.
Os programas que ele apresenta a partir de 1981 são a síntese de sua carreira. Eles têm um papel importante na preservação e divulgação de músicas de caráter interiorano, no contexto do aumento da influência de gêneros internacionais no Brasil e da divulgação do pop-sertanejo, representados por duplas como Leandro e Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano, Victor e Léo. Além disso, são responsáveis pelo reaparecimento de músicos veteranos, como Alvarenga, esquecido pelo mercado musical nos anos 1980. O programa Som Brasil surge como uma alternativa à música estrangeira e revela à TV Globo uma fatia do mercado musical que é intensamente explorada nas décadas seguintes. Sr. Brasil, da TV Cultura, em São Paulo, no ar desde 2005, reúne artistas que primam mais pelo caráter tradicional e regional do que pelas novidades do mercado. Apesar da marca caipira, Sr. Brasil recebe material gravado de todo o país e, portanto, de gêneros variados e convida os artistas a participar do programa, creditando devidamente sua cidade de origem e o nome do autor da música apresentada.
Como compositor, o baião Vide Vida Marvada, 1981, música-tema de seus programas, é sua principal marca na memória brasileira. Além dessa música, Tempo das Aves (2005), gravada por Renato Teixeira, e Amor de Violeiro, por Pena Branca e Xavantinho, em 1990, demonstram a simplicidade da canção regional, com violas e duo de vozes. Entre seus parceiros destacam-se Gianfrancesco Guarnieri com Bola na Rede, de 1974, que ambos gravam com a participação da atriz Eva Wilma; e Tom Zé e Svaniek, com Moda do Fim do Mundo, de 1993. Como intérprete consta em sua discografia músicas de Raul Torres e João Pacífico (Chico Mulato), Laureano (Moda da Pinga), Jararaca e Ratinho (O Sapo no Saco), Cornélio Pires e Arlindo Santana (Moda da Revolução - Rebelião Paulista de 1924).
Teatro Brasileiro de Comédia (TBC)
Teatro Bela Vista
Teatro Ruth Escobar
Teatro Ruth Escobar
Teatro Ruth Escobar
Teatro Ruth Escobar
Teatro Ruth Escobar
Teatro Ruth Escobar
Teatro Ruth Escobar
Teatro Ruth Escobar
TV Gazeta (São Paulo, SP)
Teatro Paiol
Teatro Itália
Auditório Augusta
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