Artigo sobre Bolero

Theatro Municipal de São Paulo
Lia de Carvalho Robatto (São Paulo, São Paulo, 1940). Diretora, coreógrafa, dançarina e professora. Em 1949, estuda balé clássico na Escola Municipal de Bailados de São Paulo e na Academia de Ballet Alina Biernarka. Em 1952, tem aulas de dança expressiva com a polonesa Yanka Rudzka na Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Atua até 1956 como solista das produções de Rudzka. Nesse período, faz aulas de dança com Maria Duschenes (1922) e cursos de percepção musical com Hans Joachim Koellreutter (1915 - 2005), em 1952, na Spam. Em 1957, viaja a Salvador a convite Rudzka para atuar por três meses na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA), primeiro curso superior de dança do país, fundado pela coreógrafa. Nessa universidade, integra o Conjunto de Dança Contemporânea e depois inicia graduação em dança, período em que trabalha como assistente de Rudzka e promovendo aulas em cursos livres para crianças. Em 1962, gradua-se como dançarina e, em 1963, como professora de dança. Ministra aulas entre 1957 e 1966 na UFBA.
Entre 1960 e 1964, suas primeiras criações são realizadas com alunas da Escola da Dança da universidade. Entre os mais importantes estão Espetáculo Infantil e as coreografias Móbile, Águas Glaucas e Antônio Conselheiro. Em seguida, transfere-se para a Escola de Teatro por discordar da condução do diretor Rolf Gelewski (1930 - 1988), e pela necessidade de diferenciar o espaço pedagógico do criativo. Funda o Grupo Experimental de Dança (GED), com o qual realiza grande parte de sua produção profissional.
Com Amar Amargo (1971), inicia experiências em dança ambiental e comunicação. Em seguida, retoma o GED/UFBA e produz cinco espetáculos entre 1979 a 1981. Também realiza Caminho, em São Paulo, com a participação de dançarinos da nova geração paulista, como Denilto Gomes e Thales Pan Chacon. Com Bolero (1982), coreografado para o Balé da Cidade de São Paulo, recebe três prêmios da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) - melhor coreografia, melhor espetáculo de dança e melhor dançarina.
Publica, em 1994, Dança em Processo: a Linguagem do Indizível (Edufba) e, em 2001, com Lucia Mascarenhas, Passos da Dança Bahia, em que faz um relato sobre os 50 anos (1950-2000) de dança no estado. Atua também em atividades de dança e educação em instituições como Escola Parque, Escola Técnica Federal da Bahia, Escola de Arte Integrada, Instituto Casa Via Magia. Realiza atividades de curadoria para o Mercado Cultural (Salvador), entre 1999 e 2004, e para o Ateliê de Coreógrafos (Bahia), entre 2003 e 2006. Em 2009, recebe o título de cidadã de Salvador pela Câmara Municipal por sua trajetória em prol da dança na Bahia. É diretora da área de Dança e Capoeira do Projeto Axé desde 1998. Em 2010, assume a presidência do Conselho Estadual de Cultura da Bahia.
Theatro Municipal de São Paulo
Teatro Martim Gonçalves (Salvador, BA)
Convento de Nossa Senhora do Carmo. Igreja (Salvador, BA)
FOLHA DE SÃO PAULO. O Barroco Baiano em Espetáculos de Danças. 2º Caderno, 15 jul. 1968.
FONTANA, Rui Fontana. Visão, 20 set. 1982.
KATZ, Helena. Um Bolero Dançado em Círculos Concêntricos. Folha de S.Paulo, Ilustrada, 7 set. 1982.
RICARDI, Alberto. O Barroco. Folha de S.Paulo, 19 jul. 1968.
VALLIM JUNIOR, Acácio. Caminho: trabalho de beleza impecável. O Estado de S. Paulo, 11 nov. 1981.VIOTTI, Sérgio. O Estado de S. Paulo, 14 jun. 1970.
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: