Artigo sobre Projeto Vermelho-Proggetto Rosso

Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP)
Anna Maria de Carvalho Barros (São Paulo, São Paulo, 1931 – Idem, 2013). Artista multimídia, pesquisadora, curadora e autora. Formada em Artes Plásticas pelo Otis Art Institute, de Los Angeles, Estados Unidos, em 1984. Em 1990, obtém o mestrado em Artes pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Em 1996, com a tese A Arte da Percepção: um namoro entre a luz e o espaço, conquista o título de doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), instituição pela qual realiza, em 1997, o pós-doutorado.
Entre 1999 e 2000, atua como professora visitante no Instituto de Artes da Universidade de Brasília (IA/UnB). De 2001 a 2007, integra o corpo docente da pós-graduação interdisciplinar em administração, educação e comunicação, na Universidade São Marcos (USM), São Paulo. Leciona cursos de curta duração em diversas universidades, como UnB, a PUC/SP e Faculdade de Belas Artes de São Paulo.
Em 2004, funda a Revista Pesquisa em Debate, ligada à pós-graduação da Universidade São Marcos, e dirige a publicação até 2007.
Realiza curadoria de importantes exposições. Luz da Luz é montada no Sesc Pinheiros, em São Paulo, e fica em exposição entre 2006 e 2007. Outro trabalho de destaque é produzido em 2008, para a artista Victoria Vesna (1959) e o nanocientista James Gimzewski, ambos da Universidade da Califórnia em Los Angeles: Anna organiza a exposição da dupla para o evento Nano – Poética de um Mundo Novo, realizado no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo.
Entre 1997 e 1998, preside a Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (Anpap) e é responsável pelo crescimento da entidade, ampliando o número de associados e o reconhecimento internacional da associação.
Atua como membro do conselho editorial da revista internacional Artciencia, editada em Portugal, até 2013.
No Brasil, Anna Barros é referência no estudo sobre nanoarte, utilizando animações em 3D de imagens de microscópios eletrônicos em instalações interativas.
A obra de Anna Barros estrutura-se sobre a nanoarte e a arte computacional, com predomínio de animação em 3D e de ambientes interativos na web e em instalações. Há um breve período em que a artista se dedica a pinturas. Vive, entre a década de 1970 e 1980, em Los Angeles, Estados Unidos, e é influênciada por trabalhos de artistas do movimento Light and Space, especialmente James Turrell (1943) e Robert Irwin (1928)1. Na década de 1990, essa influência faz a luz se tornar matéria dominante nas obras da artista. Segundo Anna, a luz que percebemos é a conjugação do fenômeno físico externo com a expressão da luz interior do percebedor.
Funda o grupo SDVILA com Alberto Blumenschein e Silvia Laurentiz (1960), artistas interessados na pesquisa e criação de textos poéticos com base em programação genética para a internet. Integram, também, o grupo Andréa D’Alcantara, Nilda Diniz, Davi Correia, Luciano da F. Costa, Rafael Carlucci, Nicoleta Kerinska (1972), Lineu Belico dos Reis, Wilson Sukorski (1955). Dessa fase, destaca-se o trabalho Wanderer – Andarilho, finalista do Prêmio Sérgio Motta em 2001. Alberto Blumenschein tem sido seu parceiro na realização das obras que exigem programação e tecnologia na montagem.
Em paralelo à realização de instalações, a artista estende seu repertório para o desenvolvimento de animações computadorizadas em 3D e em VRML (Virtual Reality Modeling Language)2. Com essas técnicas, produz stills3 de animações, impressos sobre transparências (colocadas sobre caixas de luz) ou papel fotográfico metalizado. Embora a origem e a técnica de construção da imagem basei-se em uma animação, da qual a artista destaca um frame, tais obras diferenciam-se da fotografia digital, com a qual podem ser confundidas.
Com a investigação em nanoarte, Anna Barros visualiza a experiência artística unindo teoria e produção poética, construindo sua pesquisa com auxílio de importantes laboratórios universitários de Física do país. A partir de amostras de uma árvore petrificada colhida na cidade de Mata, no Rio Grande do Sul, obtém imagens geradas por microscópios eletrônicos de varredura. Com esse material, Anna produz animações digitais em 3D, utilizadas na composição de vídeos e instalações com enfoque nanotecnológico. Em 2012, com a mesma técnica, a partir de imagens de amostra de seu cabelo e suas unhas, cria a instalação interativa Nanocriogênio. Versões desse trabalho são apresentadas na exposição EmMeio#4, realizada no Museu da República, em Brasília; na Artech, realizada na Universidade do Algarve, Portugal; e no Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File) de 2013, em São Paulo.
1 Light and Space é um movimento de arte originário do sul da Califórnia, na década de 1960. Ele se caracteriza pelo enfoque nos fenômenos perceptivos, estimulados pela luz, pelo volume e pela escala, e utiliza-se de tecnologia da indústria aeroespacial.
2 Em português, Linguagem para Modelagem de Realidade Virtual. Trata-se de um formato padrão de arquivo utilizado para representar gráficos vetoriais interativos tridimensionais (3D), projetados especialmente com a World Wide Web.
3 Still é um termo do jargão fotográfico e indica fotos de temas inanimados ou sem movimento.
Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP)
Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
National Museum of Women in the Arts (Washington, DC, Estados Unidos)
Museu de Arte de Santa Maria (Santa Maria, RS)
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