Título da obra: Atrator Poético


Reprodução fotográfica Sérgio Guerini/Itaú Cultural
Atrator Poético
,
2005
,
Fernando Fogliano
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Rosangela Leote
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Milton Sogabe
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Edson Zampronha
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Renato Hildebrand
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Grupo SCIArts
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini/Itaú Cultural
Histórico
O Grupo SCIArts surge em 1995, em São Paulo, a partir do desenvolvimento da primeira instalação multimídia interativa concebida pelo artista visual Milton Sogabe (1953) e pelo engenheiro e físico Fernando Fogliano (1956). O nome do grupo origina-se do acrônimo de Sistema de Controle de Informações de Arte, dispositivo eletrônico projetado para controlar os sensores dessa instalação pioneira, que é apresentada em 1996 no Paço das Artes, em São Paulo, com o título Por um Fio. No mesmo ano, o SCIArts tem seu núcleo fixo aumentado pelo ingresso da artista e professora Rosangela Leote (1961) e do matemático Hermes Renato Hildebrand (1954), que também integram a equipe de Por um Fio; em 2006, a designer digital Julia Blumenschein (1982) ingressa no grupo como membro permanente. O SCIArts também agrega membros flutuantes de acordo com as necessidades de cada projeto em desenvolvimento e baseia sua atuação no trabalho colaborativo e coautoral. Paralelamente às atividades do SCIArts, boa parte de seus integrantes possui atuação em docência e pesquisa, notadamente nas áreas de semiótica, artes e multimeios da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), da Faculdade Senac São Paulo e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Com foco nas interseções entre arte, tecnologia e ciência, privilegiando a construção de espaços poéticos onde se estabelecem interações homem-obra, obra-obra, obra-ambiente e homem-homem, os projetos do grupo são marcados pela interdisciplinaridade e pelo emprego de dispositivos de automação e controle especialmente projetados para cada obra. Com forte influência da semiótica peirceana e da teoria das redes, “o SCIArts procura explorar [...] possibilidades tecnológicas [e] comunicacionais, tornando o computador um gerenciador de sinais e informações que controla vários equipamentos conectados ao sistema”.1 De fato, operando dentro dos processos sistêmicos de significação que regulam o funcionamento das representações, o trabalho do grupo procura questionar a existência de fronteiras entre os campos da arte, da tecnologia e da ciência, além da própria noção de autoria.
Por exemplo, em Meta Campo (2010), a velocidade e a direção do vento medidas na parte externa do edifício da exposição, no Itaú Cultural (IC), em São Paulo, determinam a atuação de ventiladores sobre um “campo de trigo” formado por hastes sintéticas. Em Robolation (2010), escultura interativa instalada no Sesc Itaquera, o público controla uma divertida estrutura robótica equipada com sensores de movimento e presença. Atrator Poético (2005), projeto emblemático do grupo, desenvolvido com o compositor carioca Edson Zampronha (1963), exibido no Itaú Cultural e vencedor do 6º Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia, utiliza uma estrutura plana preenchida com ferro fluido, para permitir um diálogo interativo entre música e imagens virtuais sob a mediação do público.
Nota
1 SOGABE, Milton. SCIArts – equipe interdisciplinar. In: BARROS, Anna; SANTAELLA, Lúcia (org.). Mídias e artes. O desafio da arte no século XXI. São Paulo: Unimarco, 2002. p. 97.
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini/Itaú Cultural
Instituto Sergio Motta (São Paulo, SP)
Itaú Cultural
Itaú Cultural
SESC Campinas
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