Título da obra: A Casa de Chá do Luar de Agosto


Registro fotográfico Julio Agostinelli
A Casa de Chá do Luar de Agosto
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1956
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Julio Agostinelli
Registro fotográfico Julio Agostinelli
Primeira encenação de Maurice Vaneau (1926-2007) para o Teatro Brasileiro de Comédia, grande sucesso de crítica e público.
A peça de John Patrick é simples, bem construída e gira em torno de um tema exótico e momentoso: a ocupação militar do Japão, logo após a Guerra. Transformada em filme hollywoodiano de sucesso, presta-se a tratar com graça um tema que poderia ser espinhoso.
Dois militares norte-americanos são destacados pelo Pentágono para instalar uma escola na ilha de Tobiki mas, diante da resistência passiva dos nativos, acabam sendo levados a abrir uma casa de chá e a explorar a aguardente local. Furioso, o coronel Purdy manda destruir tudo. Mas, através de uma contra-ordem do Pentágono, a iniciativa é louvada como incentivo ao livre comércio e tanto a casa de chá quanto a destilaria são imediatamente recuperadas pelos tobikineses, terminando tudo em clima festivo.
O encenador Maurice Vaneau conduz sua numerosa equipe com garra e sensibilidade para a comédia, num rumo acertado, valorizando as interpretações e os momentos de humor do texto. Os cenários de Mauro Francini (1924) aliam-se à beleza dos figurinos de Clara Heteny, envolvendo um elenco em que ganham destaque: Ítalo Rossi (1911-1931), no papel de Sakini, o mestre-de-cerimônias; Mauro Mendonça (1931), Ambrósio Fregolente, Milton Moraes, Eugênio Kusnet (1898-1975), Nathália Timberg (1929), Erika Falken, Célia Biar (1918-1999), Oscar Felipe, além de numerosos figurantes.
Miroel Silveira (1914-1988), crítico nem sempre favorável ao TBC, comenta: "A Casa de Chá do Luar de Agosto se inscreve entre as melhores encenações do TBC, em todos os tempos, ao nível de suas mais perfeitas realizações. (...) A força do espetáculo, aclamado diariamente desde sua primeira apresentação, reside apenas no texto e na maneira rigorosa pela qual é executada a vontade da direção. Uma peça de conjunto, um espetáculo inteiramente de equipe, como deve ser e é o teatro realmente bom".1
Notas
1. SILVEIRA, Miroel. "A revelação de Vaneau", In A outra crítica. São Paulo. Editora Simbolo: 1976, p. 188.
Registro fotográfico Julio Agostinelli
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