Título da obra: Sem Título


Registro fotográfico Arnaldo Pappalardo
Lembrança de Wesselmann
,
1966
,
Carlos Fajardo
Reprodução fotográfica Eduardo Ortega
Carlos Alberto Fajardo (São Paulo, São Paulo, 1941). Artista plástico, professor. A pintura e o desenho, suportes utilizados no início da carreira, mais tarde orientam-se para as questões da escultura e instalação, especificamente a discussão da superfície.
Durante a década de 1960, enquanto cursa arquitetura na faculdade Mackenzie, Fajardo tem aulas de desenho com o artista Wesley Duke Lee (1931-2010). Nesse período, estuda também pintura, história da arte e comunicação visual, gravura em metal e litogravura.
Entre 1966 e 1967, ao lado dos artistas como Frederico Nasser (1945), Geraldo de Barros (1923-1998) e José Resende (1945), funda o grupo Rex e a Rex Gallery, em São Paulo, onde organiza eventos e edita o jornal Rex Time. Em 1987, é premiado pelo Ministério da Cultura com bolsa Ivan Serpa (1923-1973) e, em 1989, com bolsa Vitae em 1989.
O interesse pelo ensino de artes inicia-se com a criação do centro de experimentação artística Escola Brasil (1970-1974) com os artistas Luiz Paulo Baravelli (1942), José Resende e Frederico Nasser. Durante os anos 1980 e 1990, a atividade pedagógica expande-se com aulas em seu atelier. A partir de 1998, depois de concluir doutorado em artes com a tese Poéticas Visuais, a Profundidade e a Superfície, torna-se professor no Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), orientando alunos de graduação e pós-graduação.
Está presente em cinco edições da Bienal de São Paulo – 9a (1967), 16a (1981), 19a (1987), 25a (2002) e 29a (2010) – e na Bienal de Veneza de 1978 e 1993. Participa de duas edições do Arte Cidade, a 1a (1994) e a 4a (2002), e da 1a Bienal do Mercosul (1997). Suas obras estão em acervos do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), do Parque da Marina, em Porto Alegre, e da Fundação Demócrito Rocha, em Fortaleza.
Desde a Escola Brasil, Fajardo estabelece relação própria com sua formação em arte e o ensino: considera que a arte é aprendida, não ensinada. Essa concepção nasce no fazer artístico, cujo processo interessa mais do que o objeto final. A prática artística e as questões do ofício retroalimentam o aprendizado do artista, que desenvolve um discurso com base no próprio repertório. Do mesmo modo, o espectador não precisa ter conhecimento prévio em arte, uma vez que as obras devem ser vivenciadas, não entendidas.
Entre as técnicas que utiliza, o desenho é a que oferece o caminho plástico para o raciocínio visual, a memória do gesto e também a relação entre os materiais – o grafite e o papel. O contraste oferecido pelo encontro de materiais distintos perpassa toda a produção artística de Fajardo.
A corrente estética do minimalismo americano dos anos 1960 interessa-lhe pela questão construtiva e pelo uso de materiais industriais. O interesse pela superfície como propriedade material aparece também na pintura, técnica explorada até o começo dos anos 1980, como a tela Azul (1977), apresentada em 1981 na 16a Bienal de São Paulo. Já os trabalhos em fórmica são desenvolvidos de 1969 até os anos 1990. Neles, o uso do material industrial carrega a superfície de cor, reorganizada em formas que ainda se relacionam com a figuração, como em República do Líbano (1971).
Na emblemática Neutral (1966), Fajardo utiliza material industrial e não participa da produção da obra. Esta peça consiste em um cubo de 40 cm, produzido em acrílico transparente, com outro cubo virtual dentro dele, cujo traçado encontra-se deslocado em relação ao cubo de fora. Vende-se apenas as instruções para a confecção da obra pelo próprio comprador. Há também necessidade de interação do espectador com a obra, porque o cubo interior só é percebido pelo manuseio dela.
Ao longo das décadas, suas obras passam a ocupar espaço de grandes proporções e, como em Neural, sugerem maior proximidade com o espectador. A instalação montada na 25a Bienal de São Paulo (2002) é um bom exemplo. Ela convida o espectador a entrar em um ambiente de vidro, com 7.5m x 6 m de lado e 2,40 m de altura, revestido com uma superfície de metal fino que não permite que as pessoas do lado de dentro vejam o espaço exterior – e vice-versa. A entrada é uma espécie de corredor que tangencia a totalidade do espaço. O revestimento também impede a passagem do som. Essas características propiciam ao espectador vivência plena e articulam as relações sobre dentro e fora, propostas pela fisicalidade e presença da obra em seu mapeamento do espaço. A organização espacial na instalação também pressupõe relação de de troca, em termos de aceitação e oposição, para oferecer a experiência vivida pela e com a obra.
Em 2012, o artista cria a instalação No Meio do Vão, com piso e cobertura transparentes em um espaço de convivência do Sesc Belezinho. A profundidade em eixo vertical e a luz ambiente possibilitam que a estrutura instalada pelo artista – pórticos que seguram espelhos – multipliquem os reflexos do público, e que suas sombras apareçam em todas as faces construídas.
Registro fotográfico Arnaldo Pappalardo
Registro fotográfico Arnaldo Pappalardo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Eduardo Ortega
Reprodução fotográfica Eduardo Ortega
Reprodução fotográfico Eduardo Ortega
Reprodução fotográfica Eduardo Ortega
Registro fotográfico Eduardo Ortega
Reprodução fotográfica Eduardo Ortega
Registro fotográfico Arquivo Carlos Fajardo
Registro fotográfico Arquivo Carlos Fajardo
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Registro fotográfico Leonardo Crescenti Neto
Registro fotográfico Wilton Montenegro
Registro fotográfico Leonardo Crescenti Neto
Registro fotográfico Arnaldo Pappalardo
Registro fotográfico autoria desconhecida
Registro fotográfico João L. Musa
Carlos Fajardo - Enciclopédia Itaú Cultural
“A arte é a sua experiência de vida colocada em algum tipo de meio que seja completamente de usufruto, que não tenha função”, aposta Carlos Fajardo. Na década de 1960, ele estuda arquitetura interessado em aprender a desenhar. Fascinado por Wesley Duke Lee (1931-2010), torna-se seu aluno para analisar seu repertório artístico e desenvolver um discurso próprio – o que permeia, mais tarde, seu próprio método de ensinar. “Aprender a desenhar é experimentar o desenho a partir do efeito. Meu pensamento de ensino é enfatizar o aprendizado. Aprendo, não ensino”, conta Fajardo. Seu trabalho deriva da pintura, na década de 1970, e abandona o suporte tradicional do cavalete. As obras aparecem em grandes escalas, chegando a alcançar seis metros de altura, na tentativa de estabelecer maior cumplicidade com o público: “Para que se afirmem no mundo”, conclui ele.
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Rex Gallery & Sons (São Paulo, SP)
Rex Gallery & Sons (São Paulo, SP)
Rex Gallery & Sons (São Paulo, SP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Fundação Bienal de São Paulo
Petite Galerie
Galeria Art-Art (São Paulo, SP)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Galeria da Missão Cultural Brasileira (Assunção, Paraguai)
Galeria da Missão Cultural Brasileira (Assunção, Paraguai)
Galeria da Collectio
Fundação Bienal de São Paulo
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Museu de Arte Contemporânea José Pancetti (MACC)
Galeria Luisa Strina
Serviço Social do Comércio (Pompéia, São Paulo, SP)
Paço das Artes
Galeria Luisa Strina
Itaú Cultural
Itaú Cultural
Itaú Cultural
Instituto Tomie Ohtake
Parque Ferial Juan Carlos I
Itaú Cultural
Fundação Bienal de São Paulo
Fundação Bienal de São Paulo
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: