Título da obra: ... Sobre um Fundo Amarelo


Reprodução fotografica Claudio Pulhesi
Ravel
,
2003
,
Jacques Douchez
Reprodução fotografica Claudio Pulhesi
Biografia
Jacques Douchez (Mâcon, França 1921 - São Paulo SP 2012). Tapeceiro e pintor. Chega ao Brasil, em São Paulo, em 1947. Integra o Atelier-Abstração, de Samson Flexor (1907-1971), a partir de 1951. Participa, com pinturas abstratas, da 2ª Bienal de São Paulo e da 1ª Mostra do Atelier-Abstração, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/SP), ambas em 1953. A partir de 1957, produz tapeçarias e cria, com Norberto Nicola (1930-2007), o Ateliê Douchez-Nicola. Nas 7ª, 8ª e 9ª Bienais de São Paulo, mostra tapeçarias. De 1961 em diante, apresenta suas tapeçarias em exposições individuais e com seu colega de atelier. Aos poucos, suas peças saem do plano e tornam-se tridimensionais. Em 1974, expõe na 1ª Mostra Brasileira de Tapeçaria, em São Paulo. Durante os anos 1970 e 1980, mostra suas obras novamente na Bienal de São Paulo, na 3ª Bienal de Medellín, na 7ª Bienal de Tapeçaria de Lausanne e na 1ª Trienal de Tapeçaria de São Paulo, onde ganha o 1º prêmio, nas duas trienais subseqüentes e na Trienal de Lodz. Faz várias individuais. Em 1980, o Ateliê Douchez-Nicola encerra suas atividades. Douchez continua produzindo formas tecidas. Em 1989, a exposição Jacques Douchez - Esculturas Tecidas tem lugar na Galeria Múltipla de Arte, São Paulo. A partir do anos 1990, volta a pintar, sempre tendendo à abstração. Em 2003, apresenta duas grandes mostras: Plano e Relevo, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp), e Esculturas Tecidas, no Espaço Cultural da BM&F Brasil, São Paulo.
Comentário Crítico
A carreira de Jacquez Douchez se inicia no Atelier-Abstração, sob a orientação de Samson Flexor (1907-1971). Suas pinturas estão entre a abstração geométrica e a lírica. É construtivo, mas não concreto. Não usa cores muito fortes, mas faz telas com cores variadas e outras com tons mais acinzentados. As formas são compostas por retas e arcos de círculos, mas a composição não é simétrica, não segue padrões ou regras matemáticas. É a primeira fase de sua obra, menos significante do que as tapeçarias, que começa a realizá-los a partir do final do anos 1950, com Norberto Nicola (1930-2007), impulsionado pelas inovações do tapeceiro Jean Lurçat, na França, e de Genaro de Carvalho (1926-1971), no Brasil. Suas primeiras tapeçarias são planas e abstratas. Seguem a mesma linha das pinturas.
Entretanto, no manifesto do Ateliê Douchez-Nicola, os artistas afirmam querer sair do paradigma plano para produzir formas tecidas que levariam em conta as especificidades do material, a fibra. "A fibra e o tecido possuem um volume com qualidades próprias de tensão, elasticidade, comportamento, enfim, um lugar no espaço".1
Assim, as tapeçarias dos anos 1970 a 1990 já não são mais planas, mas formas tridimensionais compostas por diferentes planos de tecido, como faixas ou fitas, mais ou menos largas, que se entrelaçam, formam nós, são amarradas, se juntam e se separam de maneira articulada, construindo volumes. Às vezes, fios estendidos traçam retas paralelas verticais, atravessando a composição. Freqüentemente, as cores são bastante intensas e, sobretudo, contrastantes; e espaços vazios deixam ver as paredes. O tamanho dos trabalhos lhes confere monumentalidade, ressaltada por vários críticos.2 Salvo raras exceções, as peças são feitas para serem vistas de um ponto de vista frontal, e não, como uma escultura, de todos os lados. Ademais, ao contrário da tapeçaria de Nicola, aqui não há formas propriamente orgânicas, mas sim construídas a partir de elementos inicialmente geométricos.3
Nas décadas de 1990 e 2000, Douchez volta à pintura a óleo e ao guache. Nesses trabalhos, não vemos alterações radicais daquilo que fazia nos anos 1950. Algumas telas são justamente realizações de projetos antigos.
Notas
1 DOUCHEZ, Jacques. Plano e Relevo. Curadoria Antônio Carlos Miguel Abdalla; texto Olívio Tavares de Araújo. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2003, p. 12.
2 DOUCHEZ, Jacques. Esculturas Tecidas. Texto Antônio Carlos Miguel Abdalla e Alvaro Machado. São Paulo: Espaço Cultural BM&F, 2003, p. 9, por exemplo.
3 ZANINI, Walter (Coord.). História Geral da Arte no Brasil. V - II. São Paulo: Instituto Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983, p. 692.
Reprodução fotografica Claudio Pulhesi
Reprodução fotografica Domício Machado
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Instituto de Arquitetos do Brasil. Departamento de São Paulo (São Paulo, SP)
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Galeria Prestes Maia
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
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Galeria Oca (Rio de Janeiro, RJ)
Museu de Arte da Pampulha (MAP)
Fundação Bienal de São Paulo
FLEXOR. Flexor e o Abstracionismo no Brasil. Texto Jacques Douchez. São Paulo: MAC/USP, 1990. 12 p., il. color.
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