Título da obra: Sem Título


Sem Título
,
1986
,
Domenico Lazzarini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Biografia
Domenico Lazzarini (Viareggio, Itália, 1920 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1987). Pintor, desenhista e professor. Na década de 1940, estuda com Ottone Rosai (1895-1957) e Emilio Vedova (1919-2006), em Lucca e Florença, Itália. Apresenta trabalhos em mostras desse país, como a Exposição Nacional de Piza, em 1946, a Trienal de Milão e a Quadrienal de Roma, além de participar da 24ª Bienal de Veneza, em 1948. Transfere-se para o Brasil em 1950 e torna-se professor de pintura da Escola de Belas Artes de Araraquara, São Paulo. Em 1954, é um dos fundadores da Escola de Belas Artes de Ribeirão Preto. Dois anos depois, recebe prêmio aquisição na mostra Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, em São Paulo. Muda-se para o Rio de Janeiro onde, em 1961, leciona técnica de pintura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), que o agracia ainda com o prêmio Formiplac. No Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), recebe isenção do júri em 1959 e prêmio aquisição em 1962. No mesmo ano, ganha medalha de prata no 11º Salão Paulista de Arte Moderna. Participa da Bienal Internacional de São Paulo em 1959 e 1961.
Comentário crítico
A produção de Domenico Lazzarini, durante a década de 1950, período em que chega ao Brasil, e início de 1960, demonstra uma aproximação tanto das poéticas do informal, no que concerne à importância do gesto, como de uma abstração mais construída. Esta última parece prevalecer, remetendo plasticamente à produção do pintor Antonio Bandeira (1922-1967), elaborada durante os mesmos anos.
Lazzarini cria estruturas sustentadas por linhas finas, delicadas, porém precisas, que se entrecruzam vertical e horizontalmente, traçadas em preto, quase como grades, e que acabam por delimitar áreas nesses entrecruzamentos - estas, às vezes, quase totalmente preenchidas por outras linhas. O gesto planejado não ultrapassa o suporte da tela. As áreas podem ganhar cor, entretanto os tons são rebaixados, resultando numa uniformidade da composição final. Chama atenção o caráter gráfico dessas pinturas e seu aspecto sóbrio. Por vezes, Lazzarini preenche uma ou outra área mínima com alguma cor mais vibrante, geralmente optando pelo vermelho, como em Cataguases (1959) e Abstrato (1961).
Uma solução gráfica próxima à das pinturas de Lazzarini, mais conhecidas, é também observável nos desenhos a nanquim que publicou no Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, em 1962 e 1963. Nesses desenhos, há certa simplificação da composição e torna-se mais aparente a ilusão de volume; as linhas são de espessuras variadas e há ainda a presença de curvas, praticamente inexistentes nas pinturas. O artista parece resolver esses desenhos de maneira mais rápida, neles permitindo que o gesto guie mais a composição do que se permite fazer nas pinturas.
Após a fase abstrata, por volta de 1970, Lazzarini retoma a figuração trabalhando com paisagens. Estas remetem à vegetação européia, como em Ciprestes (s.d.), e ao trabalho de agricultores no campo, como em Colheita (s.d.). Nos anos seguintes, o artista seguirá produzindo paisagens com a mesma temática, porém optando por uma fatura que faz uso de tons suaves trabalhados por meio de manchas.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Galeria Macunaíma
Galeria de Artes das Folhas (São Paulo, SP)
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Galeria Ibeu Copacabana (Rio de Janeiro, RJ)
Fundação Bienal de São Paulo
Galeria Prestes Maia
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Hotel Quitandinha (Petrópolis, RJ)
Galeria Grossmann (São Paulo, SP)
Ranulpho Galeria de Arte (São Paulo, SP)
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp)
Teatro Santa Rosa (Rio de Janeiro, RJ)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: