Título da obra: Aramão 4


Sem Título
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1991
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Iole de Freitas
Iole Antunes de Freitas (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1945). Escultora, gravadora e artista multimídia. Estuda design na Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Rio de Janeiro. Em 1970, muda-se para Milão onde trabalha como designer no Corporate Image Studio, da Olivetti, sob orientação do arquiteto Hans Von Klier. Entre 1973 e 1981, desenvolve trabalhos experimentais em fotografia e Super-8, nos quais a representação do corpo surge como tema principal. No início dos anos 1980, passa a dedicar-se ao campo tridimensional, realizando os Aramões, estruturas cerradas de fios, tubos, serras e tecidos. Em 1986, recebe Bolsa Fulbright-Capes para pesquisa no Museum of Modern Art (MoMa), em Nova York. De 1987 a 1989, é diretora do Instituto Nacional de Artes Plásticas da Funarte, no Rio de Janeiro. Em 1991, recebe a Bolsa Vitae de Artes Plásticas. É professora de escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), no Rio de Janeiro. Na década de 1990, começa a realizar esculturas de grandes dimensões. Alguns trabalhos são projetados para locais específicos, como a Capela do Morumbi, em São Paulo, e o Galpão Embra, em Belo Horizonte. Essas obras revelam o diálogo com o espaço expositivo e seus elementos arquitetônicos. As esculturas desenvolvidas entre 1995 e 1997 são mais fluidas, realizadas com materiais semitransparentes.
Iole de Freitas entra em contato com a arte de vanguarda através da dança, que estuda ainda na juventude. Entre 1964 e 1965, cursa design na Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Rio de Janeiro. Cinco anos depois, se transfere para Milão, atuando como designer da Olivetti. Começa a trabalhar com arte em 1973. Nos seus primeiros trabalhos explora sua própria imagem fotografada ou filmada. Segundo a crítica de arte Sônia Salzstein (1955), "a linguagem do trabalho se constitui como seqüências fotográficas, filmes experimentais e instalações (...) O corpo é um elemento estruturador, tange questões relacionadas com a identidade feminina e a organização da imagem do próprio corpo".1
Em 1984, abolindo as imagens fotografadas, a artista passa a dedicar-se à produção de relevos. Utiliza arame, fios, tubos, panos e telas metálicas. As peças são chamadas Aramões. Segundo o crítico de arte Rodrigo Naves (1955), nelas "a fragmentação que aparecia nas fotografias adquire um aspecto novo, mais denso e significativo (...) As questões da obra encontram uma expressão mais direta e plástica, sem a necessidade de referência literal ao corpo humano".2 Em 1988, as peças tornam-se mais estruturadas, com o uso freqüente de telas metálicas que constroem volumes.
A relação entre arquitetura e escultura passa a ser cada vez mais freqüente no trabalho de Iole de Freitas. Em 1996, as telas metálicas são distribuídas diretamente no espaço de exposição, sem envolver estruturas. No ano seguinte, trabalhos com tela de metal vazada e ardósia integram a sua retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e no Paço Imperial do Rio de Janeiro.
Em 1999, instala no Museu do Açude, no Rio de Janeiro, a peça Dora Maar na Piscina. Utiliza materiais como tubos de aço inox e policarbonato que dão um novo aspecto à sua escultura. A artista compõe formas sinuosas mais intensas e, portanto, que tentam atribuir nova dinâmica ao local onde estão instaladas.
1 FREITAS, Iole de. Iole de Freitas. Rio de Janeiro: Centro de Arte Hélio Oiticica, 2000. p.52.
2 NAVES, Rodrigo. Entre lugar e paisagem. In: BASBAUM, Ricardo (org.). Arte contemporânea brasileira: texturas, dicções, ficções, estratégias. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2001. 413 p. (N-Imagem). p.133.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica João Luiz Musa/Itaú Cultural
Iole de Freitas - Enciclopédia Itaú Cultural
Iole de Freitas tem seu primeiro contato com a vanguarda por meio da dança, mas sua iniciação artística, nos anos 1970, é com a fotografia, investigando a própria imagem. Sua obra se consolida, no entanto, quando ela passa a explorar arquitetura, paisagem e escultura. “O início dessa relação se deu nos anos 1990, num projeto que Sônia Salzstein me convidou para participar, na capela do Morumbi”, lembra. “Num momento em que meu trabalho se construía com telas metálicas e chapas de cobre e latão, criei uma primeira tensão com a arquitetura”, diz, sobre a instalação de 6,5 m por 6 m. “Daí para frente, busquei essa integração ou esse duelo.” As esculturas em grandes dimensões são pensadas em seu ateliê, para depois serem reproduzidas no espaço expositivo em aço e policarbonato - em cores opacas ou translúcidas -, sempre com torções considerando a ação do vento. “São construções aerodinâmicas para que o vento roce e siga.”
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Espaço Grife (São Paulo, SP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Galeria Luiz Buarque de Holanda e Paulo Bittencourt (Rio de Janeiro, RJ)
Neue Berliner Kunstverein (Berlim, Alemanha)
Galleria Giancarlo Bocchi
Pallazzo della Permanente (Milão, Itália)
Galeria Arte Global (São Paulo, SP)
Centro Internazionale di Brera (Milão, Itália)
Paço das Artes
Galeria de Arte São Paulo
Fundação Bienal de São Paulo
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Centro de Treinamento Milton Alcover (Londrina, PR)
Parque Ferial Juan Carlos I
Instituição de Feiras de Madrid
Fundação Bienal de São Paulo
Fundação Bienal de São Paulo
SILVEIRA, Dôra (Coord.). Espelho da Bienal. Curadoria Ruben Breitman; versão em inglês Jullan Smyth; texto Mário Pedrosa e Paulo Reis; apresentação Italo Campofiorito. Niterói: MAC-Niterói, 1998. [16] p., 11 cartões-postais.
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