Título da obra: T.r. à B.H., M.G., Br., le 19/20.04.70 ou Situação T/T (1ª parte)


Reprodução fotográfica Sérgio Guerini/Itaú Cultural
Situações Mínimas
,
1972
,
Artur Barrio
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Artur Alípio Barrio de Sousa Lopes (Porto, Portugal 1945). Artista multimídia e desenhista. Em 1955, passa a viver no Rio de Janeiro. Começa a se dedicar à pintura em 1965 e, a partir de 1967, freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Nesse período, realiza os "cadernos livres", com registros e anotações que se afastam das linguagens tradicionais. Em 1969, começa a criar as Situações: trabalhos de grande impacto, realizados com materiais orgânicos como lixo, papel higiênico, detritos humanos e carne putrefata (como as Trouxas Ensangüentadas), com os quais realiza intervenções no espaço urbano. No mesmo ano, escreve um manifesto no qual contesta as categorias tradicionais da arte e sua relação com o mercado, e a situação social e política na América Latina. Em 1970, na mostra Do Corpo à Terra, espalha as Trouxas Ensangüentadas em um rio em Belo Horizonte. Barrio documenta essas situações com o uso de fotografia, cadernos de artista e filmes Super-8. Cria também instalações e esculturas, nas quais emprega objetos cotidianos. Realiza constantes viagens, e reside também na África e na Europa - em Portugal, na França e na Holanda. Desde a metade da década de 1990, ocorrem várias publicações e exposições que procuram recuperar sua obra.
Artur Barrio começa a dedicar-se à pintura em 1965, no Rio de Janeiro. Dois anos mais tarde, entra na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Nesse período, desenha muito e faz. seus "cadernos-livros", obras em forma de registro e anotações que se afastam das linguagens tradicionais. Em 1969, inicia as Situações: trabalhos feitos com dejetos, materiais orgânicos e objetos nada convencionais. São atos efêmeros e provocativos, uma interferência artística no ambiente. Segundo a historiadora Sheila Cabo, com Situações, "Barrio desenvolve a relação arte/vida no sentido da recuperação da vida e repotencialização da arte".1 No mesmo ano, lança seu Manifesto: um brado "contra as categorias da arte" e a situação política e social do terceiro mundo.2
Barrio joga 14 trouxas com carne, ossos e sangue no rio, em Belo Horizonte, durante a coletiva Do Corpo à Terra, em 1970. A ação tem apelo político, e é associada aos assassinatos do regime militar e dos grupos de extermínio. Muitas vezes, ele realiza as situações longe dos olhos do público e documenta essas ações por meio de filmes em Super-8, fotografia, cadernos e livros de artista. Esse material se torna parte de seu trabalho. Barrio também faz instalações ao ar livre, como Blooshluss (1972); e esculturas que utilizam objetos do cotidiano, como Navalha Relógio (1970) e 1) Dentro para Fora. 2) Simples (1970).
Retorna a Portugal em 1974. Presencia a Revolução dos Cravos e realiza situações como 4 Movimentos e 4 Pedras e a escultura Metal/Sebo Frio/Calor. No mesmo ano, expõe desenhos no Rio de Janeiro, São Paulo e Islândia. No ano seguinte, passa a morar em Paris. Lá, o Centre Georges Pompidou adquire seus cadernos de registro e livros de artista, como o Livro de Carne (1977). Nessa época faz performances, arte postal, esculturas, livros e cadernos de artista. Em 1982, expõe pela primeira vez o conjunto de quadros e desenhos intitulado Série Africana, em que retoma o trabalho com a cor e a pintura. Três anos depois mostra as obras desta série na 17ª Bienal Internacional de São Paulo. Apresenta na Galeria do Centro Empresarial do Rio de Janeiro, em 1987, a Experiência nº 1. Com este trabalho, inicia uma série de instalações em que atua diretamente sobre as paredes da galeria, sulcando-as e prendendo objetos em sua superfície. Em 1996, o Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB do Rio de Janeiro realiza retrospectiva de sua obra, com registros das Situações.
1 CABO, Sheila. Barrio: A morte da arte como totalidade. In: BASBAUM, Ricardo (org.). Arte contemporânea brasileira: texturas, dicções, ficções, estratégias. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2001. (N-Imagem).
2 BARRIO, Artur. Manifesto. In: BARRIO, Artur. Artur Barrio: a metáfora dos fluxos 2000/1968. São Paulo: Paço das Artes, 2000. p. 100.
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini/Itaú Cultural
Registro fotográfico César Carneiro
Reprodução Fotográfica Rubens Chiri/Itaú Cultural
Reprodução Fotográfica Vicente de Mello
Registro Fotográfico Luiz Alphonsus
Registro fotográfico César Carneiro
Registro fotográfico Eduardo Castanho/Itaú Cultural
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini/Itaú Cultural
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Registro Fotográfico Artur Barrio
Reprodução Fotográfica Paulo Scheuenstuhl
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini/Itaú Cultural
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini
Reprodução fotográfica Sergio Guerini/Itaú Cultural
Registro Fotográfico Claudia Bakker
Registro Fotográfico Loris Machado
Galeria Gemini (Rio de Janeiro, RJ)
Galeria Gemini (Rio de Janeiro, RJ)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Museu de Arte Contemporânea do Paraná
Parque Municipal de Belo Horizonte (Belo Horizonte, MG)
The Museum of Modern Art (MoMA)
Museu de Arte Contemporânea do Paraná
Centro de Arte y Comunicación (Buenos Aires, Argentina)
Veste Sagrada Organização Criativa (Rio de Janeiro, RJ)
Musée Galliera (Paris, França)
Galeria Ibeu Copacabana (Rio de Janeiro, RJ)
Espaço Grife (São Paulo, SP)
Galeria Millan (Jardim América : Rua Estados Unidos: São Paulo, SP)
Central de Arte Contemporânea
Fundação Athos Bulcão (Brasília, DF)
Fundação Bienal de São Paulo
Fundação Bienal de São Paulo
Shopping JK Iguatemi
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