Título da obra: Menino no Chafariz


Crianças Nadando na Fonte da Praça
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ca. 1980
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Rosa Gauditano
Rosa Jandira Gauditano (São Paulo, São Paulo, 1955). Fotógrafa. Entre 1974 e 1975, estuda jornalismo na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, em São Paulo. Começa a fotografar profissionalmente em 1977, para o jornal Versus, e torna-se editora de fotografia do periódico. No início dos anos 1980, leciona fotojornalismo na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP e atua como freelancer em diversas publicações. Nesse período, realiza ensaios fotográficos com crianças que vivem nas ruas da capital paulista e inicia a documentação de festas populares religiosas no Brasil. Em 1984, trabalha no jornal Folha de S. Paulo e, em 1985 e 1986, na revista Veja. Recebe Prêmio Abril de Fotojornalismo em 1986. No ano seguinte, funda a Agência Fotograma Fotojornalismo e Documentação, com Ed Viggiani (1958) e Emidio Luisi (1948). Estabelece, em 1989, seu primeiro contato com povos indígenas em Altamira, Pará, e, a partir de então, documenta comunidades de índios karajás, kayapós, tucanos, yanomamis, xavantes, guaranis e pankararus. É autora dos livros Índios. Os Primeiros Habitantes, 1998, Raízes do Povo Xavante, 2003, e Festas de Fé, 2004. Desde 1997, dirige a agência StudioR, trabalhando nas áreas de publicidade, jornalismo e documentação. Em 2004, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), cria a organização não-governamental Nossa Tribo, dedicada a projetos voltados a nutrição infantil, edição de livros e postais.
O trabalho de Rosa Gauditano está diretamente vinculado a sua preocupação com a divulgação de tradições culturais e ao engajamento pessoal em causas indígenas. Seus principais ensaios enfocam festas folclóricas e religiosas, como a do bumba-meu-boi, no vale do Pindaré, Maranhão, e a Festa do Divino, em Pirenópolis, Goiás, e documentam aspectos do cotidiano de povos indígenas em diferentes regiões do Brasil.
Nas fotos de festividades, os enquadramentos são frontais e as cores saturadas são, em parte, conseqüência da luz natural intensa e chapada. A dimensão estética das imagens pertence, sobretudo, ao próprio referente - aos bordados, brilhos e adereços, à mistura de tecidos, estampas e cores próprias das indumentárias usadas nas procissões.
O caráter descritivo também predomina nos registros de índios, em que Rosa Gauditano focaliza aspectos de seu dia-a-dia (afazeres domésticos, artesanato, caça, brincadeiras infantis, rituais etc.) e mostra índices que explicitam o contato das tribos com a cultura dos brancos: mulheres índias usando sutiã, tampas de refrigerante incorporadas a adereços, roupas e objetos industrializados. As fotos ratificam a imagem do "bom selvagem", característica da iconografia romântica da segunda metade do século XIX. Nelas não há conflitos, os índios aparecem em harmonia entre si e com a natureza. Essa interpretação ganha conotação política, pois confere uma visibilidade positiva a populações que têm seus direitos freqüentemente negligenciados.
Funarte. Galeria de Fotografia (Rio de Janeiro, RJ)
Centro Cultural São Paulo (CCSP)
Fundação Bienal de São Paulo
Brazilian-American Cultural Institute (Washington, DC, Estados Unidos)
Núcleo de Cultura Indígena (São Paulo, SP)
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp)
Museu da Imagem e do Som (São Paulo, SP)
Fundação Cultural de Curitiba
Museo Nacional de Bellas Artes (Buenos Aires, Argentina)
Museo de Arte Contemporáneo de Caracas Sofía Imber (Caracas, Venezuela)
Circo Voador (Rio de Janeiro, RJ)
Fundação Bienal de São Paulo
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