Artigo sobre As Cidades Invisíveis

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
Marcia Prado Abujamra (São Paulo SP 1959). Diretora. Encenadora paulistana revelada nos anos 1990, marcada pela escolha de textos difíceis e cerebrais.
Após cursar sociologia, Marcia faz mestrado no Departament of Performance Studies da New York University, em 1990, onde defende tese sobre o trabalho de JoAnne Akalaitis na montagem de Cymbeline.
Sua estréia como encenadora dá-se em 1986, com o espetáculo O Corpo Estrangeiro, uma adaptação da novela A Doença da Morte, de Marguerite Duras que destaca Elias Andreato. O crítico Aimar Labaki já chama atenção para o trabalho minucioso de Marcia junto aos atores: "Ela molda o trabalho de todos os colaboradores e atores produzindo resultados surpreendentes, mesmo em profissionais tão competentes quanto os envolvidos".1
Em 1987, dirige Edith Siqueira em Sonho ou Talvez Não, de Luigi Pirandello. Em 1991, Sra. Lênin, de Velimir Khlébnikov, projeta-a junto à crítica e público, em realização cheia de méritos.
Sua acentuada preferência pelos textos poéticos volta a manifestar-se, ainda em 1991, com a encenação de Crepúsculo de Uma Noite de Outono, de Dürrenmatt, dirigindo Roney Facchini e Ney Piacentini.
O Pesadelo do Ator, de Christopher Durang, ocupa-a em 1992. Uma criação inspirada ocorre em 1993, ao dirigir Elias Andreato em Van Gogh, livre adaptação de cartas do genial artista plástico enviadas ao irmão, em realização notabilizada por premiações e viagens internacionais. O crítico Alberto Guzik aponta: "A grande qualidade da direção e do trabalho de preparação corporal de Vivien Buckup é que ambas cuidaram de abrir espaço para o ator, de deixá-lo livre para atingir raras intensidades emocionais".2
Retoma sua carreira em 1998 para encenar PromisQuidade, de Pedro Vicente; assim como Pequena Ópera Sobre o Vôo, de João Carlos Andreazza, com o grupo Cidade Muda, espetáculo de formas animadas, em 1999. Em 2000 dirige Dizer Sim, de Griselda Gambaro, com Pascoal da Conceição e Nilton Bicudo e, no ano seguinte, volta a dedicar-se à autora, com a realização A Comédia dos Homens, espetáculo que reúne dois de seus textos, novamente em parceria com Nilton Bicudo, Pascoal da Conceição e Elias Andreato.
Em 2001, está à frente de As Cidades Invisíveis, uma bela versão cênica para o livro homônimo de Ítalo Calvino, com Walderez de Barros e Elias Andreato nos desempenhos centrais.
Ainda em 2001 encena O Lado Fatal, de Lya Luft, com Tânia Bondezan, e A Cabeça, de Alcides Nogueira, com Leopoldo Pacheco, Débora Duboc e Marcelo Várzea. Logo a seguir monta Cor de Chá, texto e interpretação de Noemi Marinho, produção do projeto Ágora Dramaturgias. Em 2002 encena Antônio, espetáculo de poesias com Clarisse Abujamra e O Dia Mais Feliz da sua Vida, texto de Dionísio Neto, com Renato Borghi, Débora Duboc e Élcio Nogueira, participante da Mostra de Dramaturgia Contemporânea. Coordena, no mesmo ano, o Projeto Artaud, iniciativa do Festival de São José do Rio Preto, realizando a performance Van Gogh, o Suicídio da Sociedade, de Antonin Artaud, com Pascoal da Conceição.
Entre outras atividades, é diretora do Teatro Sergio Cardoso e da Divisão das Casas de Espetáculos/Secretaria de Estado da Cultura, entre 1991 e 1995 e dos Teatros de Bairro da Secretaria Municipal de Cultura, entre 1995 e 1997.
1 LABAKI, Aimar. Duras retorna em montagem sóbria. São Paulo, Folha de São Paulo, Ilustrada/Acontece, p. A 41, 25 de novembro de 1987.
2 GUZIK, Alberto. Domínio Absoluto da Emoção. São Paulo, Jornal da Tarde, Variedades, p.18, 25 de março de 1993.
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Espaço Off
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