Título da obra: Miroel Silveira


Registro fotográfico autoria desconhecida
Miroel Silveira
,
s.d.
Registro fotográfico autoria desconhecida
Miroel Silveira (Santos, São Paulo, 1914 - São Paulo, São Paulo, 1988). Diretor, crítico, professor, organizador de companhias, tradutor e ator. Homem de teatro que ocupa várias funções em atividades teatrais, ligado a grandes companhias dos anos 1940 e 1950, como Os Comediantes e Teatro Popular de Arte (TPA).
Após formar-se em advocacia pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), volta a Santos com a intenção de dedicar-se à profissão. Abandona o projeto em 1937, levando ao Rio de Janeiro a jovem atriz Cacilda Becker para integrar o Teatro do Estudante do Brasil (TEB), dirigido por Paschoal Carlos Magno. Ali conhece, em 1943, o diretor polonês Ziembinski, com ele estabelecendo uma parceria, inicialmente na fase amadora e, logo após, na profissional de Os Comediantes, grupo responsável por Vestido de Noiva, marco do início do teatro moderno brasileiro. Dirige César e Cleópatra, de Bernard Shaw, numa produção da Companhia de Dulcina de Moraes, em 1944. Ajuda Bibi Ferreira a fundar sua companhia, com a encenação e adaptação de A Moreninha, romance de Joaquim Manuel de Macedo, ainda em 1944. Também nesse ano, encena Sétimo Céu, de Austen Strong; É Proibido Suicidar-se, de Alejandro Casona; Week-End, de Noel Coward, e Scampolo, de Dario Niccodemi, todas produções da Companhia Bibi Ferreira.
Em 1946, está à frente da produção de Desejo, numa tradução sua de Eugene O'Neill, bem-sucedida encenação de Ziembinski para Os Comediantes. Adoentado, retorna a Santos até restabelecer-se. A partir de 1947, torna-se colaborador da Folha da Manhã (atual Folha de S.Paulo), em que faz crítica teatral por dez anos. Em 1950, está ligado à volta do Teatro Popular de Arte (TPA), com Maria Della Costa e Sandro Polloni no comando do empreendimento, ajudando na administração. No mesmo ano, funda o tablóide Radar, juntamente com seu sobrinho Ênio Silveira, onde assina a coluna de teatro.
Para a Companhia Cinematográfica Maristela escreve o roteiro de Simão, o Caolho, dirigido em 1952 por Alberto Cavalcanti. Na década de 1940 traduz A Família Barret, de Rudolf Besier, e, nos anos 50, Zadig, de Voltaire, e Pigmalião, de Bernard Shaw, além de profícua colaboração na imprensa e outras atividades literárias. Em 1957, encena Casal Vinte, de sua autoria, numa produção do Teatro Paulista de Comédia.
Em 1976, lança o livro A Contribuição Italiana ao Teatro Brasileiro, tese apresentada à Universidade de São Paulo (USP), reunindo minuciosas informações sobre companhias e atores meridionais desde o começo do século. Também em 1976, lança o livro A Outra Crítica, reunião de seus comentários surgidos na imprensa abrangendo artistas e realizações dos anos 40 e 50. Nessa obra, encontramos um comentário não assinado a respeito do trabalho do crítico: "Suas manifestações, mais de caráter jornalístico do que de preocupações estéticas profundas, contribuem fortemente para o levantamento de um período importante da nossa história teatral, de cuja escrita o próprio autor participou com uma ação idealista e com uma abertura de análise que soube antecipar as fases posteriores do teatro brechtiano e do teatro do absurdo, mantida em todos os momentos a tônica da revalorização do autor e do espetáculo nacionais".1
1. PARECER crítico sobre Miroel Silveira. In: SILVEIRA, Miroel: A Outra Crítica, São Paulo: Símbolo, 1976.
Registro fotográfico autoria desconhecida
R.S. Clube Ginástico Português
Teatro Coliseu (Santos, SP)
Teatro Fênix
Teatro Fênix
Teatro Boa Vista
Teatro Boa Vista
Teatro Fênix
Teatro Fênix
Teatro Boa Vista
Teatro Copacabana Palace
Teatro Cultura Artística
Teatro Arthur Azevedo
Teatro Regina
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