Título da obra: F69


Reprodução fotográfica aquivo do artista
F69
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2004
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Suzete Venturelli
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Mario Maciel
Reprodução fotográfica aquivo do artista
Suzete Venturelli (São Paulo, São Paulo, 1956). Artista computacional. Gradua-se em desenho e plástica pela Universidade Mackenzie em 1978. Em 1981, na França, obtém o título de mestre em Histoire de l'Art et Archeologie na Université Montpellier III - Paul Valery. Seu outro mestrado é concluído em 1982, em Arts Et Sciences de L'art, pela Université Sorbonne Paris I.
Torna-se docente na Universidade de Brasília (UnB), em 1986, onde defende a área de arte e tecnologia. A instituição inicia o Programa de Pós-graduação em Artes em 1991, inicialmente concentrado em Arte e Tecnologia da Imagem, uma linha de pesquisa do programa. Neste mesmo ano abre o primeiro laboratório dedicado à arte computacional, o Laboratório da Imagem e Som (LIS), que passa a ser chamado, em 2011, de Laboratório de Pesquisa em Arte Computacional (Midialab). O espaço funciona como um ateliê para a área, reunindo artistas-pesquisadores de arte computacional. Conclui o doutorado em em Esthétique et Science de l’Art pela Université Sorbonne Paris I em 1988, mesmo ano em que recebe Menção Honrosa no Prêmio Moebius de Multimídia. Em 1989, participa da fundação do grupo Infoestética, que é também nome de três exposições, em 1989, 1991 e 1993. Fazem parte dele artistas como Paulo Fogaça (1936), Bia Medeiros (1955), Aluízio Arcela (1948), Tania Fraga (1951) e Conrado Silva (1940-2014). O grupo coloca Brasília no campo da arte e tecnologia no Brasil.
Venturelli também organiza eventos como o Encontro Internacional de Arte e Tecnologia (#ART) e faz curadoria de exposições, como Cinético_Digital (2005) no Itaú Cultural em São Paulo, ao lado de Mônica Tavares (1958). Em 2013 e 2014 faz estágio pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP) e participa de exposições no Brasil, Estados Unidos, Suécia, Portugal e França. Nelas, apresenta trabalhos de animação, games e instalações interativas, como Sinais Vitais (2015), no CCBB de Brasília, e PI V2.0 (2014), concerto audiovisual, na Orebro Universitet, Suécia. Dentre os vários prêmios que recebe, destaca-se o Prêmio Festival Latino-americano e Africano de Arte e Cultura (Flaaac/UnB), em 2013.
Suzete Venturelli é uma artista exploradora que converte em arte suas pesquisas em tecnologia da imagem, interatividade, acessibilidade, música e educação. Com um currículo amplo, é pesquisadora do CNPq, publica em jornais, revistas e livros, forma pesquisadores em vários níveis, indo da iniciação científica a doutorado. Sua área de atuação é a arte computacional, termo que ela mesma define como postura da arte em tempos tecnológicos.
Suzete Venturelli é um dos principais nomes do grupo Infoestética. Adepta ao trabalho colaborativo, defende a arte computacional com base no uso das linguagens de programação pelos próprios artistas.
Seus trabalhos envolvem a modelagem de ambientes e corpos virtuais, em imagens sintéticas com contraste de cor, luz e sombra. É o que se verifica em Mundos Virtuais (1998), Corpos Virtuais (1999), e na instalação Silépticos Corpos (1999).
Em 2004, ao lado do artista visual Mario Maciel (1949-2009), concebe F69, um gamearte que questiona os elementos clássicos dos jogos eletrônicos, como a competição, buscando a motivação do jogo no contexto lúdico do sexo. Este trabalho foi apresentado na Bienal Internacional de Arte e Tecnologia, Emoção Art.ficial 2.0.
Em 2010, a artista vence o edital XPTA.Lab, da Cinemateca Brasileira, com os pesquisadores Algeir Sampaio (1968) e Cleomar Rocha (1969), e juntos lançam o Wikinarua, uma webarte com conceito colaborativo. O trabalho se organiza no conceito de web 2.0, convidando os internautas a colaborarem com uploads de informações culturais localizadas geograficamente. Este trabalho aponta as preocupações sociais da artista, aspecto que se amplia em sua produção.
A música passa a merecer atenção de Venturelli em Geopartitura (2012). A intervenção urbana usa projeções em grandes formatos, e é apresentada em várias cidades brasileiras, como Manaus, Rio de Janeiro e Florianópolis. O trabalho utiliza interfaces gráficas de dispositivos móveis para acionar linhas que emitem sons. É o encontro da música e da imagem na rua, ambientada pela tecnologia móvel e pelas proporções das obras.
No campo da robótica, a artista desenvolve, com o engenheiro Breno Rocha (1988) e o artista visual Lauro Gontijo (1982), Tijolo Esperto (2009), trabalho selecionado pelo Rumos Arte Cibernética do Itaú Cultural e também vencedor de edital de pesquisa da FAP-DF. Tijolo Esperto é um prisma de base retangular, como um tijolo, com lâmpadas led que fazem referência ao Game of Life, do matemático John Conway (1937). A proposta é de uma parede destes tijolos, formando um painel de leds, como uma vida que se amplia a cada peça.
A artista recebe, em 1998, Menção Honrosa no Prêmio Moebius de Multimídia. É uma das indicadas ao 2o. Prêmio Sérgio Motta, em 2001, e ao 9o. Prêmio Internacional de Multimídia, em Beijin, China. Recebe o Prêmio Destaque da Artistas Visuales Associados de Madrid (Avam) e Telefonica, Espanha.
Sua produção não distingue pesquisa e expressão artística, ciência e educação. Há uma mescla de projetos de pesquisa que resultam em produções artísticas e acadêmicas, verificadas em exposições, congressos e relatórios de pesquisas. O traço de seu trabalho é a produção realizada a várias mãos, tendo como base a arte computacional e a interatividade nos vários planos de sua atuação.
Reprodução fotográfica aquivo do artista
Conjunto Nacional Brasília (DF)
O Casarão
Paço das Artes
Itaú Cultural
Caixa Cultural Brasília
Itaú Cultural
Fundação Athos Bulcão (Brasília, DF)
Universidade de Brasília. Instituto de Artes. Departamento de Artes Cênicas (Brasília, DF)
Itaú Cultural
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