Título da obra: Fábrica na Paisagem


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Paisagem de Canindé
,
1949
,
Raphael Galvez
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Raphael Dazzani Galvez (São Paulo SP 1907 - idem 1998). Pintor, escultor, desenhista, professor. Em 1921, ingressa no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), e faz cursos de cerâmica, terracota e desenho. É aluno de Enrico Vio (1874-1960) e tem como colega o pintor Ado Malagoli (1906 - 1994). Dois anos depois, inicia estudo de escultura com Nicolau Rollo (1889 - 1970), freqüentando seu ateliê por um longo período e auxiliando-o em seus projetos. Na década de 1930, trabalha em marmorarias e em casas de fundição artística. Inscreve-se como aluno regular na Escola de Belas Artes de São Paulo em 1937. Nessa época freqüenta o Sindicato dos Artistas Plásticos, que funciona no palacete Santa Helena, e o ateliê de Joaquim Figueira (1904 - 1943), onde realiza desenhos e pinturas. Dedica-se à escultura desde os anos 1930, com uma produção diversificada. Na década de 1940, pinta paisagens da cidade e dos arredores de São Paulo. Aproxima-se de Flávio Motta (1923-2016) e de vários artistas ligados ao Grupo Santa Helena. É sócio-fundador do Clube dos Amigos da Arte (Clubinho), criado em 1945. É professor de escultura na Escola Livre de Artes Plásticas em 1949, e de escultura e desenho, por cerca de 20 anos, na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Em 1994 a Pinacoteca do Estado de São Paulo, apresenta a exposição Raphael Galvez - A Cidade à Sombra dos 40 (pintura). São lançadas em 1999, pela editora Momesso duas publicações acerca de sua obra, Raphael Galvez: 1907/1998, com texto de Mayra Laudanna (1957) e Raphael Galvez: Pintor, Escultor, Desenhista, com texto de Vera D´Horta (1944).
Raphael Galvez pinta, na década de 1940, vistas dos antigos bairros periféricos de São Paulo, situados às margens do rio Tietê: Bairro do Limão, Freguesia do Ó e Casa Verde. Mostra paisagens bucólicas, o casario cercado de áreas verdes, olarias e lavadeiras em seu trabalho. Na opinião da historiadora da arte Vera D´Horta, sua pintura realiza uma síntese de questões que envolvem Cézanne (1839 - 1906), Van Gogh (1853 - 1890) e os macchiaioli. A liberdade na pincelada e no uso da cor pode ser percebida no quadro Paisagem - Freguesia do Ó, 1947, no qual tonalidades puras, como o amarelo do pequeno caminhão, dialogam com a mancha violeta do céu.
As pinturas dos bairros periféricos da cidade não são meramente uma documentação e sim a representação de uma identidade afetiva com essas localidades, como nota ainda Vera D'Horta. Já ao enfocar a metrópole, o artista apresenta-a envolta em bruma, ligeiramente desfocada. Suas paisagens, a partir do final da década de 1940, apresentam maior geometrização. Em suas pinturas, Galvez e seus companheiros de geração - Mario Zanini (1907-1971), Francisco Rebolo (1902-1980), Bonadei (1906-1974) e Mick Carnicelli (1893-1967) -, propõem um novo olhar sobre a cidade de São Paulo e sua periferia.
Como aponta a estudiosa Mayra Laudanna sua produção escultórica é extensa e marcada por uma diversidade de referenciais, que lhe permitem recusar os modelos convencionais nas décadas de 1930 e 1940, experimentar práticas construtivas nos anos 1950 e posteriormente incursionar pela não-figuração.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Escola Belas Artes de São Paulo (SP)
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Galeria Prestes Maia
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
Galeria Prestes Maia
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
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