Título da obra: Pedreira


Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini
Cego com Criança
,
1845
,
Miguelzinho Dutra
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Miguel Arcanjo Benício de Assumpção Dutra (Itu, São Paulo, 1812 - Piracicaba, São Paulo, 1875). Pintor, escultor, ourives, arquiteto, poeta, entalhador, decorador de igreja e musicista. É filho do ourives Tomás da Silva Dutra (s.d.-1835), avô do pintor, escultor e musicista Joaquim Miguel Dutra (1864-1930) e bisavô dos pintores Antônio de Pádua Dutra (1905-1939), Alípio Dutra (1892-1964), Archimedes Dutra (1908-1983) e João Dutra (1893-1983). Em 1841, Miguelzinho executa os desenhos que circundam o primeiro mapa da cidade de São Paulo. Desenha, em 1847, o pavilhão do Ipiranga, mais antigo documento iconográfico do local. Entre 1853 e 1855 dedica-se à construção da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, em Piracicaba, São Paulo. Realiza, em 1854, o projeto para a Igreja Matriz de Rio Claro, São Paulo. Em 1873 inaugura a Capela do Paço do Senhor do Horto, em Piracicaba, na qual trabalha como projetista e entalhador das portas, das imagens e do altar. Em 1981 é organizado o catálogo Miguel Dutra Poliédrico Artista Paulista, com 52 aquarelas que fazem parte da coleção do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (MP/USP).
A produção de Miguelzinho Dutra pode ser considerada, como a dos pintores Hercule Florence (1804-1879), Debret (1768-1848) e Adrien Taunay (1803-1828), uma das mais importantes fontes de documentação iconográfica do estado de São Paulo do século XIX.
Dutra é um artista autodidata em pintura, mas, enquanto observador meticuloso, realiza paisagens muito realistas, compostas com enquadramento preciso, como em Salto de Piracicaba (s.d.). Suas aquarelas têm um caráter documental, por apresentarem um registro das primeiras casas da cidade de Itu, São Paulo e ainda a arquitetura das igrejas e cenas da vida cotidiana, como festas e procissões. Enfoca especialmente a ornamentação da cidade para receber a visita do imperador dom Pedro II (1825-1891) em 1848, sendo responsável pelo desenho e execução dos arcos e das figuras decorativas.
Dutra apresenta vistas de vilas e de fazendas, em que procura apresentar a paisagem de maneira panorâmica, como em Fazenda Corumbataí (s.d.), em Piracicaba, São Paulo. Representa ainda algumas edificações da cidade de São Paulo na época, como o Convento da Luz, a Igreja do Carmo, o Largo do Palácio do Governo e Igreja do Colégio dos Jesuítas. Em alguns trabalhos, o artista procura enfocar principalmente a fachada e os detalhes arquitetônicos dos edifícios. Já em outras obras, oferece uma visão grandiosa da natureza como em Queimada (1847), que por vezes contrasta com as pequenas figuras humanas em primeiro plano, como em Salto de Itu no Tietê (1845) ou em Pedreira (s.d.)
O artista é considerado um bom retratista, tornando-se conhecido pelos retrato de populares nos quais revela, como apontam diversos estudiosos, o perfil psicológico do representado. Pinta também algumas personalidades de destaque na época, como o capitão-mor de Itu, Vicente de Costa Taques Goes e Aranha (s.d.). Miguelzinho Dutra destaca-se também como escultor, realizando a talha e diversas imagens religiosas em cedro para as igrejas da região.
Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Palácio das Arcadas (São Paulo, SP)
Prefeitura do Município de Piracicaba
Externato São José (Piracicaba)
Museu Paulista (MP)
Prefeitura Municipal de Itu (SP)
Casa de Cultura de Itu (Itu, SP)
Fundação Bienal de São Paulo
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Fundação Bienal de São Paulo
Galeria de Arte do Sesi
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