Título da obra: Vista do Rio de Janeiro Tomada da Rua do Senador Cassiano, em Santa Teresa


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Paisagem com Cascata (Teresópolis RJ)
,
1884
,
Garcia y Vasquez
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Domingo Garcia y Vasquez (Vigo, Espanha ca. 1859 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1912). Pintor. Chega ao Brasil por volta de 18711. É admitido na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba) em 1879 e frequenta a aula de paisagem. Torna-se aluno do paisagista Georg Grimm (1846 - 1887) a partir de 1882, quando este entra na Aiba. Em 1883, participa de mostra na Casa de Wilde2. Recebe a segunda medalha de ouro na Exposição Geral de Belas Artes de 1884, com o quadro A Pesca. No mesmo ano, abandona a Aiba e muda-se para Niterói, seguindo seu professor. Descontente com os métodos de ensino da academia, passa a integrar o Grupo Grimm.
No ano seguinte, viaja para a França, onde estuda com Hector Charles Hanoteau (1823 - 1890) e tem contato com Henri Harpignies (1819 - 1916). Volta a Niterói em 1888 e expõe no Ateliê Moderno, no Rio de Janeiro, em 1889, recebendo críticas negativas que o levam a isolar-se. Passa os anos 1890 afastado da capital, em Icaraí, Niterói, pescando e pintando apenas pequenos formatos em madeira. Em 1901, participa da Exposição Geral da Escola Nacional de Belas Artes (Enba) e nota-se uma retomada das características anteriores da sua pintura. Em 1905, faz excursão a Serra da Estrela, no Rio de Janeiro. Apresenta as telas na Exposição Geral de 1906 e, embora seja elogiado pela crítica, não torna a expor. Apresenta conduta instável e sofre de problemas emocionais. Termina por suicidar-se em 1912, no Cinema Soberano, na rua da Carioca, Rio de Janeiro.
Aluno do paisagista alemão Georg Grimm entre 1882 e 1885, Garcia y Vasquez adota o partido da pintura ao ar livre, em lugar dos métodos acadêmicos de pintura em ateliê. Em Niterói, com o Grupo Grimm, procura captar a natureza tal como se lhe apresenta. Nesse período, Garcia y Vasquez é considerado por Grimm e pelos colegas Antônio Parreiras (1860 - 1937) e Thomas Driendl (1849 - 1916) como o melhor paisagista em atividade.
Entretanto, faz uma viagem à França que não o põe em contato com as vertentes mais modernas da pintura, antes o faz desenvolver maneirismos acadêmicos que resultam em críticas negativas em 1889, já de volta ao Brasil. Parreiras acha que as telas desse período francês são monótonas e que lhes falta perspectiva linear e aérea3. Garcia y Vasquez passa aproximadamente uma década afastado, sem mostrar trabalhos, mas volta a ser admirado por seus contemporâneos quando participa das Exposições Gerais de 1901 e 1906.
Ao comentar a última delas, o crítico Gonzaga Duque (1863 - 1911) coloca o pintor entre os melhores de sua geração, destacando sua visão sintética, o colorido quente, mas sóbrio, e a maneira original4. Hoje, sua obra é tida como próxima de Hipólito Caron (1862 - 1892) e, mais especificamente, de Giovanni Castagneto (1851 - 1900)5. O quadro A Pesca (1883), do acervo do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), mostra que sua pincelada é mais livre e sua pintura menos detalhista que a de Grimm, mas ainda não tão livre quanto a de Castagneto.
1 O pintor Quirino Campofiorito dá datas diferentes para a chegada de Garcia y Vazquez no Brasil e para seu ingresso na Aiba. Respectivamente, 1876 e 1877.
2 Segundo Carlos Levy, a exposição na Loja de Wilde de que participa Garcia y Vazquez é em 1883. Pela Enciclopédia, a mostra acontece em 1885.
3 LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988, p. 519.
4 Em LEVY, Carlos Roberto Maciel. O grupo Grimm. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1980, p. 41.
5 LEITE, José Roberto Teixeira. Ibid.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Rômulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Casa de Wilde (Rio de Janeiro, RJ)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Loja Laurent de Wilde (Rio de Janeiro, RJ)
Atelier Moderno (Rio de Janeiro, RJ)
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Pavilhão dos Estados
Paço das Artes
Acervo Galeria de Arte
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
Fundação Bienal de São Paulo
Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs)
Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_)
Fundação Edson Queiroz
Fundação Bienal de São Paulo
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: