Título da obra: Sem Título


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Barcos
,
1989
,
Maria Helena Andrés
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Maria Helena Coelho Andrés Ribeiro (Belo Horizonte MG 1922). Pintora, desenhista, ilustradora, escritora e professora. Estuda pintura com Carlos Chambelland, no Rio de Janeiro, entre 1940 e 1944, e com Guignard e Edith Behring na Escola do Parque, em Belo Horizonte, entre 1944 e 1947. Participa de diversas edições do Salão Nacional de Belas Artes - SNBA, do Salão Nacional de Arte Moderna - SNAM e da Bienal Internacional de São Paulo, entre 1946 e 1961. De 1950 a 1970, leciona pintura e desenho na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, na qual chega ocupar o corpo diretivo durante alguns anos. Em 1961, estuda na Arts Students League of New York [Liga dos Estudantes de Arte de Nova York], onde é aluna de Theodorus Stamos. Em meados da década de 1960, colabora com os jornais Diário de Minas e Estado de Minas, escrevendo sobre arte. Publica os livros Vivência e Arte, 1965, e Os Caminhos da Arte, 1977.
Realiza várias viagens ao Oriente a partir da década de 1970, e conhece o Nepal, Tibete, Japão, Tailândia e Índia. Nessas ocasiões, participa de seminários e palestras. Em 1979, leciona desenho na Escola de Arte Kalakshetra e criatividade na Theosophical Society [Sociedade Teosófica], em Madras, Índia. Motivada por tais experiências, realiza um estudo comparativo sobre as culturas indiana e brasileira, publicado no livro Oriente-Ocidente: Integração de Culturas, em 1984. Leciona artes na Universidade Holística Internacional, de Brasília, em 1989. Ministra workshops no curso de formação holística de base. Publica o livro Maria Helena Andrés: Depoimentos, em 1998.
Maria Helena Andrés forma-se na Escola do Parque, onde é aluna de Guignard. A influência do mestre é perceptível nas pinturas do período que sucede seus estudos em Belo Horizonte, no tratamento transparente e luminoso dado ao fundo, no desenho das figuras, no lirismo e na leveza de composições como a tela Casamento na Roça, 1950.
No decorrer dos anos 1950, a artista rompe com a figuração lírica em direção à arte concreta. A passagem pelo concretismo, movimento do qual é precursora em Minas Gerais, é verificada em obras como Movimento de Cores, 1955, e Fantasia de Ritmos, 1958, esta pertencente à coleção Adolpho Leirner, hoje integrante do Museum of Fine Arts [Museu de Belas Artes], Houston, Estados Unidos. As composições desse período trazem uma sequência ritmada de linhas verticais e horizontais, as áreas delimitadas que resultam dessa distribuição de linhas são preenchidas, aqui e ali, com cores distintas, que originam formas geométricas como retângulos e quadrados. As linhas e cores são dispostas numa esquematização organizada, alcançando a síntese formal almejada pelos concretistas. Concomitantemente, o ritmo e a delicadeza das composições conferem um aspecto poético a essa produção, cujo resultado formal guarda semelhanças com as telas do artista holandês Piet Mondrian. A série de desenhos a nanquim Cidades Iluminadas, realizada em 1958, também é exemplo desse tipo de solução plástica.
No início da década de 1960, realiza viagem de estudo a Nova York, onde recebe a orientação de Theodorus Stamos e entra em contato com o expressionismo abstrato. Essa experiência promove uma transformação significativa em sua produção, que se volta à pintura gestual, podendo ser qualificada entre o abstracionismo lírico, informal. Os barcos são referência para a criação da artista em diversas telas desse período, trabalhadas em superfícies de matéria espessa, como na obra Embarcação, 1963.
Realiza, na década de 1960, uma série de desenhos a nanquim sobre o tema da guerra e da destruição e diversas telas que fazem referência à corrida espacial, como Foguete Espacial, de 1968. Em algumas obras, utiliza a colagem de recortes de fotografias extraídas da grande imprensa e outros elementos, mesclando-os com formas abstratas, como em Radioactive Ship, 1964, pertencente à coleção do Museu de Arte da Pampulha - MAP. E na década seguinte, elabora inúmeros projetos para tapeçaria, nos quais busca aplicar aspectos da linguagem pictórica na modalidade têxtil, explorando a combinação de cores e as diferentes texturas dos pontos.
Artista plástica e escritora, há entre a produção plástica e as publicações de Maria Helena Andrés uma nítida conexão. Em 1966, publica Vivência e Arte, que traz uma reflexão sobre as fontes geradoras da criatividade, a natureza da comunicação artística e o ensino da arte. Influenciada pela filosofia de Jacques Maritain e o pensamento estético de Kandinsky, Maria Helena defende a existência de um impulso espiritual no movimento criador e procura estabelecer uma ligação com os ensinamentos cristãos. Caminhos da Arte, de 1977, amadurece as reflexões da autora sobre a arte moderna, voltando especial atenção para a pintura abstrata informal.
O interesse e o estudo da cultura oriental se manifestam nos anos 1970, período em que ela realiza suas primeiras viagens à Índia e a outros países do Oriente. A importância do contato com a arte e a cultura oriental, especialmente a indiana, se verifica em diversos artigos e na publicação de Oriente - Ocidente: Integração de Culturas, em 1984, um estudo comparativo sobre as culturas indiana e brasileira.
Tais reflexões permeiam sua obra artística, que amplia a abstração, o aspecto gestual, a fluidez e transparência da composição, procedimentos provavelmente incorporados por seu contato e admiração pela arte oriental. Na produção mais recente, é frequente a pintura de formas circulares e mandalas. Na última década, a artista volta-se também para a fotografia e escultura.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Rui Cézar Santos
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Fernando Chaves
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Juninho Motta
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Roberto Rocha
Reprodução fotográfica Juninho Motta
Reprodução fotográfica Juninho Motta
Reprodução fotográfica Juninho Motta
Museu Nacional de Belas Artes
Museu Nacional de Belas Artes
Cultura Francesa
Museu Nacional de Belas Artes
Museu Nacional de Belas Artes
Museu Nacional de Belas Artes
Esplanada do Trianon
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Museu Nacional de Belas Artes
Pavilhão dos Estados
Instituto Cultural Brasil Estados Unidos (Belo Horizonte, MG)
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP)
Fundação Bienal de São Paulo
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