Título da obra: Retrato de D. Teresa Cristina


Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Retrato de D. Teresa Cristina
,
ca. 1843
,
Correia de Lima
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
José Correia de Lima (Rio de Janeiro 1814 - Rio de Janeiro 1857). Pintor, desenhista e professor. Integra a primeira turma da Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), em 1826. Estuda pintura histórica com Jean-Baptiste Debret (1768-1848) e arquitetura com Grandjean de Montigny (1776-1850). É colega de August Muller (1815-c.1883), Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-79), Francisco Souza Lobo (1800-1855), Alphonse Falcoz (1813 - s.d.) e José dos Reis Carvalho (1800-1872), entre outros. Em 1829, participa da primeira exposição de trabalhos de professores e alunos da Aiba. Expõe dois desenhos de detalhes de arquitetura.
Em 1837, torna-se professor substituto de pintura histórica na Aiba, no lugar de Porto-Alegre, então de licença, sem prazo definido. Entre o começo de 1843 e o fim de 1844, pede licença remunerada e vai para a Europa realizar tratamento de saúde. Em 1848, junto com Job Justino de Alcântara e José da Silva Santos, faz parte da Comissão da Aiba para examinar a obra de chafariz no Largo do Rocio. Em 1849, torna-se professor efetivo da cadeira de pintura histórica. Participa das Exposições Gerais de Belas Artes (EGBA) de 1840 a 1846 e de 1848 a 1852. Na exposição de 1840, recebe medalha de ouro. Na de 1841, recebe de D. Pedro II o Hábito da Ordem de Christo. Morre em 1857. Na EGBA de 1859, tem os trabalhos Magnanimidade de Vieira e Retrato do Intrépido Marinheiro Simão, carvoeiro do vapor Pernambucana exibidos em sua homenagem. Essas obras são expostas novamente na EGBA de 1879 e na de 1884.
José Correia de Lima dispõe de importância limitada no cenário artístico brasileiro da primeira metade do século XIX devido à sua modesta obra pictórica, seja em quantidade ou qualidade.
Ainda que tenha lecionado por muito tempo pintura histórica (1837-57) na Aiba, sendo responsável pela formação de vários e destacados artistas do oitocentos, como Victor Meirelles (1832-1903), sua produção poucas vezes ultrapassou o retrato individual ou em grupo.
De fato, é um dos retratos que realiza que acaba se convertendo em uma das pinturas mais emblemáticas do seu período: o Retrato do Intrépido Marinheiro Simão, carvoeiro do vapor Pernambucana. Produzido por volta de 1853, mas exposto só após a morte do pintor (1857), na EGBA de 1859, representa o "preto Simão", marinheiro responsável por resgatar, sozinho, 13 vítimas de um naufrágio na costa catarinense.
A importância dessa obra, segundo o historiador da arte Luciano Migliaccio, está em apresentar "o primeiro retrato heroico de um afro-brasileiro".
Ela se torna ainda mais relevante quando se considera a intensificação, no Brasil do século XIX, das ideias derivadas do "darwinismo social", teoria que defendia uma suposta superioridade do branco (europeu) sobre as assim ditas "raças mais primitivas" (negros, índios e asiáticos).
Se a absorção dessas ideias no país tinha como pano de fundo a legitimação e manutenção do regime escravista, a obra de Correia de Lima é uma das primeiras que, lançada ao cenário público, passa a questionar claramente aquela teoria. Em suma, a obra sugere que Simão, um negro livre, não mostra sua superioridade apenas por arriscar, utilizando livre arbítrio, sua vida para salvar outras; mas, sobretudo, por não discernir a cor de pele de quem se arrisca a salvar.
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Academia Imperial de Belas Artes (Aiba)
Fundação Bienal de São Paulo
Fundação Bienal de São Paulo
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA)
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