Título da obra: Linha de Força [Ação]


Reprodução Fotográfica Rubens Chiri/Itaú Cultural
Linha de Força [Ação]
,
1965
,
Pedro Escosteguy
Reprodução Fotográfica Rubens Chiri/Itaú Cultural
Biografia
Pedro Geraldo Escosteguy (Santana do Livramento RS 1916 - Porto Alegre RS 1989). Pintor, escultor, poeta. Em 1938, forma-se em medicina, em Porto Alegre. Na década de 1950, integra o Grupo Quixote e publica os livros Canto à Beira do Tempo, 1955, e A Palavra e o Dançarino, 1958. Vive no Rio de Janeiro de 1960 a 1980, e colabora com as revistas O Cruzeiro e Leitura. Inicia-se na pintura em 1964, no ateliê de Antonio Dias (1944), sob o incentivo deste e de Tomoshige Kusuno (1935). Começa também a realizar objetos, vários dos quais possuem um sentido de crítica social e política. Integra as mostras Opinião 65 e Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, onde também participa, em 1967, da mostra Nova Objetividade Brasileira. Em 1968, faz o texto e o roteiro do documentário Arte Pública, realizado pela Totem Filmes, em São Paulo, e participa do evento Arte no Aterro, no Rio de Janeiro. Integra ainda a Secretaria e Comissão de Planejamento da Associação Internacional de Artistas Plásticos. Em 1971, realiza a instalação Um Comedor de Carcereiros, na Galeria Claude Bernard, em Paris. Atua nas artes até 1980. Retorna a Porto Alegre, onde grava, em 1986, alguns de seus poemas em disco e publica o livro Relatório da Noite, 1988.
Comentário Crítico
Pedro Escosteguy forma-se em medicina, em Porto Alegre, em 1938. Na década de 1950, dedica-se à atividade literária e à poesia. Ele integra o Grupo Quixote, constituído por jovens escritores, que implantam uma estética de vanguarda na literatura gaúcha. A partir de 1960, vive no Rio de Janeiro, escrevendo para as revistas Leitura e O Cruzeiro. Nesta, entre 1961 e 1962, publica os anticontos, com ilustrações de página inteira, dos caricaturistas Appe e Ziraldo (1932). São narrativas que apresentam rápidos instantâneos do cotidiano, empregando uma linguagem rica em imagens e sonoridades poéticas.
Desde essa época, Escosteguy dedica-se também às artes plásticas e participa de importantes exposições como Opinião 65, Propostas 65 e Nova Objetividade Brasileira. Inicia-se em pintura com Antonio Dias (1944) e atua com artistas como Hélio Oiticica (1937 - 1980), Rubens Gerchman (1942 - 2008) e Carlos Vergara (1941). Sua produção inicial tem caráter de denúncia, em face ao contexto de repressão política, em obras com mensagens claras e diretas. Elas tendem ao tridimensional, em forma de caixas ou então pela apropriação de objetos cotidianos. São elaboradas com base em conceitos universais: guerra, paz, morte e destruição. As palavras, associadas à mensagem política, estão presentes em grande parte de sua produção, como ocorre em Jogo (Roleta) e em Torturador (O Monstro), ambas de 1964.
A solicitação à participação do público é outro dado importante em sua obra: Escosteguy cria objetos que devem ser tocados ou manipulados. Em Pintura Tátil (1964), realiza uma espécie de relevo que deve ser apreendido mais pelo tato do que pela visão. A obra evoca acontecimentos trágicos, tanto por sua visualidade quanto pelas frases gravadas no relevo, como "Noite Violenta Esta". O apelo à participação do espectador também está presente nos vários trabalhos denominados Imantados, como Jogos da Paz (1966), nos quais Escosteguy produz superfícies de ferro, com placas móveis, em cores vivas, que podem ser movimentadas pelo público.
Algumas obras da década de 1970 revelam um caráter poético, como Haicai (1978) e Do Amo ao Amor (1970), em que a construção articula, em uma leitura de sentido vertical, as letras da palavra amor, duplicadas e espelhadas, e, em movimento, se encontram e desencontram. O emprego das palavras tem uma estética gráfica que remete às técnicas utilizadas pelos meios de comunicação de massa, nos tipos e cores, refletindo também uma visualidade urbana.
O artista retorna a Porto Alegre em 1980, quando volta a dedicar-se principalmente à literatura. Tanto na obra literária quanto na produção visual, Pedro Escosteguy revela grande experimentação formal e a preocupação com o contexto social e político. Falece em 1988, deixando vários trabalhos inéditos, entre eles, roteiros de cinema e livros de poesia.
Reprodução Fotográfica Rubens Chiri/Itaú Cultural
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Fundação Bienal de São Paulo
Galeria Atrium (São Paulo, SP)
Galeria Convivium
Galeria G4 (Rio de Janeiro, RJ)
Galeria Relevo
UFMG. Reitoria (Belo Horizonte, MG)
Atrium (São Paulo, SP)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Fundação Bienal de São Paulo
Teatro Nacional Cláudio Santoro
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Fundação Vera Chaves Barcellos
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