Artigo sobre A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano

Fundação Bienal de São Paulo
Biografia
Claudio Felipe de Oliveira Cretti (Belém, Pará, 1964). Escultor, desenhista, professor e cenógrafo. Ainda bebê, passa a viver em Pirassununga, São Paulo, até 1979, quando se transfere para a capital. Em 1981, estuda no Instituto de Arte e Decoração (Iade). Em 1984, ingressa no curso de artes plásticas da Escola Belas Artes, porém não chega a cursá-lo por um ano.
Em 1985, envolve-se com o trabalho teatral no grupo Ponkã e dedica-se ao desenho. Realiza a performance Criptoprismática (1985) no 3° Salão Paulista de Arte Contemporânea - onde recebe o Prêmio Estímulo - e na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp). Em 1986, atua em espetáculos com o grupo Dramáticos. Trabalha no setor educativo na 19ª Bienal Internacional de São Paulo, apresentando a performance Aceita um Chopp, Duchamp? (1987). No período, inicia uma reflexão sobre a educação na arte e, no ano seguinte, trabalha no Projeto Enturmando, da Secretaria do Estado do Menor, em oficinas de arte para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, projeto que coordena até 1992.
Executa cenário e figurinos para espetáculos Como Tupi Tu És (1999), de Ivaldo Bertazzo (1949). Coordena a Ação Educativa do Instituto Tomie Ohtake de 2003 a 2008, e passa a atuar como consultor na instituição. Em 2004, a Rede Sesc/Senac de Televisão realiza o documentário Claudio Cretti: A Autonomia da Forma, para a série O Mundo da Arte. Em 2009, coordena a exposição coletiva Desenhar Lugares, na Galeria Marilia Razuk. No mesmo ano, elabora o livro José Antonio da Silva, para o público infantil.
Comentário crítico
A abordagem de Claudio Cretti sobre a arte propõe intermediações entre o bi e o tridimensional. Na década de 1990, entre os grandes relevos produzidos pela colagem de camadas de papéis recobertos por pigmento e suas primeiras esculturas em mármore ou madeira, há um diálogo estabelecido por meio da textura, do volume e do caráter planar. Já os pequenos relevos posteriores, em fibra de vidro, transitam entre a definição de pintura e objeto. São produzidos com rasgos na fibra de vidro, sobre a qual são depositadas camadas de pigmento. A porosidade da cor compõe a leve espessura do trabalho. Os limites dos relevos formam desenhos indefinidos, tal como o traçado de aparência acidental dos mapas.
Os desenhos com bastão oleoso da década de 1990 também dialogam com a produção escultórica pela densidade da matéria e o caráter estrutural das formas. Os Desenhos de Chão e Parede (2009), ganham o espaço real com a mistura de elementos bi e tridimensionais. Em um desses trabalhos, Acima e Abaixo (2009), o papel-arroz, o mármore e a fita adesiva atuam tanto como suportes quanto como materiais de desenho. Os volumes também se tornam superfícies e os planos avançam sobre o espaço.
Não é possível nomear com exatidão as formas que compõem seus trabalhos. Mesmo os títulos das obras, muitos extraídos da literatura, funcionam como um arranjo improvável para definir algo novo,1 nomeiam não as formas em si, mas as relações que estabelecem.
Notas
1 Luz de Ouvido é uma referência ao romance Uma Luz em Meu Ouvido, de Elias Canetti (1905-1994). Coisa Livre de Coisa é um verso do poema Origem, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Céu Tombado refere-se a um poema de Manuel Bandeira (1886-1968). E o título Onde a Pedra Aflora é oriundo do poema O Ermo, de Libério Neves (1934). In: LOPES, Fernanda; et al. Claudio Cretti. São Paulo: Martins Fontes, 2013, p. 22.
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